O Que é Transubstanciação e a Consubstanciação?

A Igreja Católica Romana é defensora do conceito de transubstanciação que nada é mais do que é afirmar que o pão e o vinho se tornam efetivamente o corpo e o sangue de Jesus Cristo. Esse conceito, no entanto, foi rejeitado pela Reforma Protestante dando origem então a consubstanciação.

Na noite em que foi traído, Jesus, estava fisicamente na ordenança da Ceia do Senhor. Porém, após ter ascendido ao céu, Ele, não poderia mais estar fisicamente presente na Santa Ceia. Trata-se de uma questão fundamental para a fé cristã, pois a participação Dele na Ceia do Senhor leva a comunhão. Sendo assim é necessário compreender como a presença de Jesus se dá nesse momento.

Nos primeiros séculos da Igreja Católica houve intenso debate a respeito dessa questão. A busca por uma resposta satisfatória para tal questionamento levou a formulação de algumas teorias dentre as quais está a da transubstanciação. Continue lendo para entender melhor as diferenças existentes entre transubstanciação e consubstanciação e também outras interpretações a respeito desse tema.

Transubstanciação: O Que Significa?

Pão e Vinho Se Transformam

Pão e Vinho Se Transformam

O significado da palavra transubstanciação refere-se à mudança de uma substância. A Igreja Católica atribui essa alteração aos elementos da Ceia, ou seja, o pão e o vinho. De acordo com essa doutrina a consagração do pão e do vinho leva a uma mudança nas substâncias desses elementos. O pão passa a ser a substância da carne de Cristo enquanto a o vinho passa a ser a substância do sangue de Cristo.

Sendo assim quando o sacerdote católico abençoa o pão e o vinho da Ceia os converte literalmente no corpo e no sangue de Jesus Cristo. A explicação usada para isso é a diferença entre forma e essência. O pão e o vinho são transubstanciados, ou seja, a substância muda embora a sua forma continue a mesma.

A transubstanciação faz com que o pão se mantenha externamente como pão, mas em sua essência já não é mais pão sendo então o corpo de Cristo. O mesmo se aplica ao vinho que mantém seu sabor e textura de vinho, mas em essência é o sangue de Cristo. A doutrina da transubstanciação diz que o fiel ao comer o pão consagrado está literalmente comendo o corpo de cristo. Apesar de mastigar e engolir pão, em sua essência, está mastigando os nervos, músculos, pele e ossos de Jesus. O pão e o vinho seriam realmente o corpo e o sangue de Cristo segundo essa doutrina.

Problemas da Transubstanciação

Tomai e Comei

Tomai e Comei

 A base da doutrina da transubstanciação está em interpretar literalmente algumas passagens bíblicas. Destacamos frases como “tomai, comei, isto é o meu corpo” e “este é o meu sangue” (Mateus 26:26; Lucas 22:17-23; 1 Coríntios 11:24-25). Há também o texto de João 6:32-58 em que Jesus diz que aqueles que se alimentam da sua carne e bebem do seu sangue terão a vida eterna.

O contexto em que essa passagem está inserida permite uma interpretação mais subjetiva e menos literal. Além de necessitar de uma interpretação literal de algumas passagens que podem ser compreendidas mais subjetivamente, a transubstanciação, também enfatiza a repetição do sacrifício de Jesus Cristo.

A presença de Jesus na Ceia na forma de pão e vinho implica num novo sacrifício Dele pelos pecados da humanidade. As Escrituras não corroboram necessariamente com essa ideia, pois é dito claramente que o sacrifício de Jesus é um só em 1 Pedro 3:18. Em Hebreus 7:27; 10:10 é dito que o sacrifício de Jesus Cristo foi perfeito e definitivo de maneira que não precisa ser repetido.

Dessa forma se tem como problemáticas da doutrina da transubstanciação a interpretação literal de textos que podem ter caráter subjetivo e a sugestão de uma repetição do sacrifício de Jesus Cristo.

O Que é Consubstanciação?

 Os reformadores responsáveis pela Reforma Protestante concluíram que o conceito de transubstanciação defendido pela Igreja Católica não estava correto. No entanto, os reformadores não chegaram a uma conclusão unânime a respeito do tema. Inclusive foi o tema da primeira divergência teológica dentro da nova teologia formada pela Reforma.

Teólogos da linha luterana acreditavam que a doutrina da transubstanciação estava incorreta por não corresponder ao que estava escrito na Bíblia. Mas, eles ainda acreditavam que existia de alguma forma a presença física de Cristo nos elementos da Ceia do Senhor.

Logo os teólogos da linha luterana acreditavam que Cristo estava presente fisicamente na Ceia, mas não acreditavam no conceito de transubstanciação de elementos. Ocorreria então um tipo de sacralização dos elementos. Pão e vinho se manteriam iguais, porém, teriam junto a eles a carne o sangue de Cristo. Essa doutrina recebeu o nome de consubstanciação.

Conheça Outras Interpretações Reformadas

 A seguir você poderá conhecer melhor outras interpretações propostas pela Reforma.

– Ceia é Apenas Uma Celebração

 O reformador Ulrico Zuínglio discordou da doutrina da consubstanciação de Lutero, ele acreditava que não havia a presença de Cristo na Santa Ceia sob nenhuma forma. Esse reformador acreditava que a Ceia do Senhor nada mais é do que um símbolo do sacrifício feito por Jesus. Logo a Ceia seria somente uma celebração da Igreja para celebrar a memória de Jesus e seu sacrifício.

– Interpretação de João Calvino

 Calvino também entendeu que não havia a presença física de Cristo na Ceia, no entanto, ele também acreditava que a celebração não era somente simbólica. A presença de Jesus na Ceia seria espiritual, como Ele habita com seu povo por meio do Espírito Santo seria o Anfitrião na mesa da comunhão. Sendo assim ao se alimentar do pão e do vinho o fiel está se alimentando espiritualmente de Cristo. Jesus se oferece como uma forma de sustento para o seu povo.

A interpretação de João Calvino rejeita tanto a doutrina da transubstanciação quanto a doutrina da consubstanciação. Também não há acordo com a teoria proposta por Zuínglio da presença apenas figurada de Jesus. Boa parte das igrejas protestantes atualmente adota a interpretação de Calvino como guia. Essa é uma questão bastante delicada para os cristãos que deve interpretada da forma que oferecer maior conforto.

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Categoria(s) do artigo:
Religião

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