Os Núbios foram uma das mais antigas e avançadas civilizações da África, com grande poder militar, famosos por seus arqueiros. Habitaram as regiões que hoje são o sul do Egito e norte do Sudão.
Conquista do Egito e a invasão Assíria
Os Núbios
Em 730 a.C. os Núbios invadiram por mais uma vez o Egito, mas desta vez o rei núbio Piankhi mudou sua capital para Mênfis, iniciando um processo de assimilação da cultura egípcia aos Núbios, inclusive sua religião e linguagem.
Então vieram os Assírios, que ao tomar o lugar do rei núbio, trouxeram também consigo o conhecimento do manejo do ferro, para armas e ferramentas. O uso do ferro tornou-se comum no Egito e assim que os Núbios dominaram tal tecnologia, expandiram-se para o sul, dominando novas terras. Mudaram assim sua capital que era a cidade de Napata após a derrota para os assírios para Meroe, o que também foi um movimento estratégico, dado que os egípcios os perseguiam e destruíram Napata.
Prosperidade em Meroe
Região
Essa região chuvosa e de densa vegetação foi muito fortuita ao povo Núbio, aonde se desenvolveu com a grande abundância de recursos naturais e estratégicos: os rios Nilo e Atbara que serviam de barreiras contra os egípcios além de minério de ferro e lenha para carvão (que ajudaria no processamento do ferro). Com isso desenvolveram armas e aparatos de agricultura.
Diferente da região desértica ao norte, havia chuvas de verão próximo a Meroe o que permitia aos núbios expandir sua agricultura para longe dos rios. Eles cultivavam o Milhete e Sorgo e passaram a desenvolver a pecuária. Com o crescimento populacional oriundo do alimento abundante os núbios expandiram-se e muitos tornaram-se ricos com o comércio de marfim, ébano, peles de animais, penas de avestruzes e até ouro e escravos.
Meroe ficava em uma posição estratégica para o comércio. As rotas que seguiam para o norte para o Egito e vindas do mar Vermelho, da Índia e da Ásia oriental passavam pela cidade. A região tornou-se um centro de forja e confecção de objetos de ferro e nos séculos por vir enviaria produtos desse minério para regiões distantes, incluindo a Índia.
Cultura e modernização núbia
Egípcio
Logo entre os núbios ressurgiu uma língua própria que substituiu o egípcio com uma forma distinta de escrita (que jamais foi decifrada até hoje). Os sacerdotes núbios viam os reis e rainhas como aprovados pelos deuses, cujo panteão era centro em Apedemek, um deus leão. A maioria do povo era composta de fazendeiros e pescadores e viviam em abrigos de argila e cana, liderados por pequenos chefes de família e clãs. Os artesãos viviam nas cidades, trabalhavam em tempo integral em seus ofícios e tinham mais liberdade que os artesãos do Egito.
Com o passar dos anos e a influência árabe e islâmica cada vez maior na região, a identidade núbia foi se desfazendo, com a queda de seu último reino em 1.900 d.C. Hoje em dia a grande maioria é islâmica e fala árabe além de seu dialeto nativo.
