Polêmica na Igrejinha de Brasília

A pintura de painéis durante a restauração da Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Brasília, gera polêmica e até intervenção do Ministério Público. A Igreja Nossa Senhora de Fátima foi a primeira igreja construída no setor residencial de Brasília, a pedido da Primeira Dama, Senhora Sarah Kubitschek para pagar uma promessa. O Sr. Presidente confiou o projeto ao arquiteto  Oscar Niemayer, que contou com Athos Bulcão que realizou painéis de azulejos, Burle Marx que fez o projeto paisagístico e o artista plástico Alfredo Volpi foi o responsável pela decoração interna, e no painel do altar Volpi pintou Nossa Senhora de Fátima com o menino Jesus no colo, ambos sem o rosto.

Polêmica na Igrejinha de Brasília

Polêmica na Igrejinha de Brasília

A obra foi concluída em 100 dias e, em consonância com a construção da nova Brasília que estava sendo erguida, tinha um estilo moderno, ousado, a frente de seu tempo. Com lugar para 60 pessoas logo passou a ser chamada carinhosamente de Igrejinha, como é conhecida até hoje. Assim em 28 de junho de 1958 aconteceu a missa inaugural da Igrejinha, sendo Frei Demétrio seu primeiro vigário. Em virtude de seu projeto original e de sua importância histórica a Igrejinha foi tombada como patrimônio cultural pela UNESCO, existindo também um projeto de ampliação que deverá ser feito no seu subterrâneo, para acomodar melhor seus visitantes, sem mexer no projeto original, uma vez que seu espaço é exíguo. Entretanto com o passar do tempo as pinturas de Volpi se descaracterizaram e se perderam, na igreja restava apenas vestígios da pintura e o fundo azul e branco.

Segurança

Segurança

O Instituto Brasileiro do Patrimônio Histórico tentou recuperar as pinturas originais mas não conseguiu e então contratou o renomado artista plástico Galeno para realizar a pintura de novos painéis para a Igrejinha. Foi o inicio de uma grande polêmica. Não Esqueça que com a Cultura Religiosa não se brinca.

O trabalho de Galeno já foi mudado duas vezes em virtude das criticas dos fiéis mais tradicionais, no entanto a obra de arte agora está adiantada e o pintor fez painéis laterais em azul forte e branco com flores e pipas representando a alegria das crianças que viram Nossa Senhora de Fátima e no painel central do fundo do altar Galdeno está pintando uma Nossa Senhora com uma pipa na mão, um rosário de carretéis de linha e na cabeça uma coroa de flores coloridas, numa pintura moderna, forte e alegre.

Decoração

Decoração

O trabalho gerou tantas criticas e manifestações por parte de um grupo de fiéis que até o Ministério Público foi acionado através de um abaixo assinado, mas a obra foi liberada. Isso está virando Uma Questão de Tamanho assustador. Alguns fiéis reclamam que no ambiente não podem mais encontrar intimidade com Nossa senhora, outros entendem a pintura moderna como um desrespeito a sua fé, e outros ainda acham o visual profano demais, um grande Mistério. Os que defendem a pintura de Galeno afirmam que ela uma intervenção moderna, afinada com o sincretismo de Brasília, e que assim como as pinturas de Volpi, ela está a frente do seu tempo.
Enfim, enquanto não chega ao fim essa disputa, resta lembrar a todas essas pessoas que estão em pé de guerra, que o que existe de mais importante na Igrejinha não são as paredes. Se a pintura choca talvez seja o momento de fechar os olhos e olhar para dentro de sí e procurar Deus onde ele realmente está, e não nas paredes. Polêmica.

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Categoria(s) do artigo:
Religião

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