Quando pensa na França a maior parte das pessoas tem em mente um conjunto fabuloso de sabores da sua rica gastronomia, a elegância dos franceses e o romantismo associado a Paris. Porém, o país, especialmente sua capital, tem um lado sombrio e cheio de mistério que vale a pena ser conhecido mais profundamente. Continue lendo e descubra mais sobre as lendas locais e mitos mais populares da França.
Paris: Cidade-Luz Repleta de Mitos e Lendas
Paris, a capital francesa, se tornou reconhecida pela sua gastronomia de alto padrão, a elegância dos parisienses e também como uma das mais importantes capitais da moda mundial, no entanto, também guarda um lado sombrio que poucos têm conhecimento. Confira a seguir uma lista com as principais lendas e mitos que fazem parte da rica história de Paris.
Catedral de Notre-Dame e as Portas do Diabo
No período da construção da imponente Catedral de Notre-Dame, no século 13, um jovem ferreiro chamado Biscornet, reconhecido por seu enorme talento, foi chamado para confeccionar os ornamentos em ferro forjado para as portas da igreja. Bastante orgulhoso de ter sido escolhido, Biscornet, apresentou para os religiosos desenhos muito complexos de arabescos. Claramente admirados os religiosos aprovaram o projeto dos desenhos.
No entanto, conforme os dias de trabalho foram transcorrendo o jovem ferreiro percebeu que havia sido demasiadamente presunçoso e que aqueles desenhos provavelmente seriam impossíveis de reproduzir em metal. Mergulhado no desespero, Biscornet, teria sido visitado pelo próprio Diabo que lhe fez uma proposta, faria o trabalho por ele em troca de sua alma.
O ferreiro aceitou o trato e no dia seguindo o trabalho estava finalizado em seu ateliê com uma perfeição incomparável. Todos ficaram encantados com o trabalho do ferreiro devidamente instalado nas portas da Catedral. Porém, no dia da inauguração as portas ficaram bloqueadas e somente puderam ser abertas após muita água benta. A partir desse dia as portas passaram a ser chamadas de “Portas do Diabo”.
O Barbeiro e o Confeiteiro Sanguinários de Paris
Você assistiu ao filme “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”? A história nos apresenta Sweeney Todd que como o nome mesmo indica é um barbeiro com traços demoníacos. No entanto, o que talvez você nem imagine é que Paris tem uma história bem semelhante à retratada no filme.
No final do século 14, em Île de la Cité, Paris, um barbeiro e um confeiteiro foram condenados pelo assassinato de várias pessoas. O barbeiro cometia os assassinatos e posteriormente enviava os corpos das vítimas, através de uma passagem secreta, para o seu vizinho confeiteiro. As vítimas eram transformadas em tortas feitas à base de carne humana. As tortas do confeiteiro faziam grande sucesso inclusive com o rei Carlos VI.
A barbearia e a confeitaria ficavam situadas na rue des Marmousets, onde atualmente está localizado o Hôtel-Dieu, o hospital mais antigo de Paris. Após muito tempo cometendo essas atrocidades os dois criminosos foram pegos em 1387 quando o cachorro de uma das vítimas levantou suspeitas de que algo estava errado. Os dois homens, pegos em flagrante, foram queimados vivos em frente a prefeitura, no local que atualmente é a Place de l’Hôtel-de-Ville.
Pirâmide do Louvre: Os 666 Vidros
Há uma lenda, narrada no livro “François Mitterrand, Grande Arquiteto do Universo” do jornalista Dominique Stezepfandt, que diz que há um total de 666 vidros quadriculares na pirâmide do Louvre por ser ela dedicada ao Diabo. Esses vidros estariam dispostos conforme um jogo aritmético com adições e multiplicações além de representações em forma de triângulo do número 6.
A informação oficial é de que há 673 vidros, no entanto, ainda há muitas dúvidas sobre isso. De acordo com a lenda o corpo do ex-presidente François Mitterrand, o responsável por encomendar a obra, estaria enterrado abaixo da pirâmide. Essa lenda ganhou mais popularidade por ser mencionada no livro “O Código Da Vinci” de Dan Brown.
Múmias da Coluna de Julho
Em julho de 1831 foi erguida a Coluna de Julho, na Praça da Bastilha, como uma forma de resguardar a memória dos revolucionários que perderam suas vidas durante os “Três Gloriosos”. Debaixo dessa coluna há uma galeria funerária em que estão repousando os restos mortais dos mártires da revolta de julho.
No entanto, há uma lenda que diz que junto a esses corpos foram enterradas 50 múmias trazidas do Egito cinco décadas antes por Napoleão Bonaparte. As múmias estaria escondidas no jardim da Biblioteca Nacional antes de terem sido levadas para essa tumba. No ano de 1940 alguns pedreiros declararam ter visto múmias enquanto realizavam obras de restauração no local.
Cemitério Père-Lachaise: Rituais Satânicos ou Missas Negras
O cemitério Père-Lachaise é um dos mais famosos de Paris por ser o local do último descanso de personalidades como Edith Piaf, Jim Morrison, Oscar Wilde entre outros. Há lendas que apontam esse cemitério como sendo o local de realização de missas negras ou rituais satânicos inclusive com sacrifícios humanos.
Embora as lendas digam que essas tradições são de tempos remotos há quem diga que ainda são realizadas em algumas datas. Outra lenda diz que há uma passagem subterrânea em alguns túmulos ligando o cemitério às catacumbas de Paris.
A Lenda do Homem da Máscara de Ferro
O homem da máscara de ferro, que inspirou diversas obras inclusive um filme de Hollywood, é um dos prisioneiros mais célebres da história francesa. A lenda teve início com o falecimento do prisioneiro na prisão da Bastilha em 1703. O homem que estava preso há 34 anos quando faleceu não tinha identidade e nem crime conhecidos por ninguém.
Além disso, durante esse tempo todo ele teria usado uma máscara metálica, um elemento a mais para criar as histórias mais mirabolantes a respeito. Voltaire, importante filósofo e escritor francês, foi um dos responsáveis por iniciar essas lendas ao alegar que tinha informações privilegiadas a respeito do prisioneiro da máscara de ferro por ter estado preso na Bastilha entre os anos de 1717 e 1718.
De acordo com as deduções de Voltaire o prisioneiro mascarado só poderia ser um irmão gêmeo do rei Luís XIV uma vez que tinha uma série de regalias e não podia ser visto sem a máscara. Embora Voltaire nunca tenha registrado a sua suposição inspirou o escritor Alexandre Dumas que adicionou essa trama na obra “O Visconde de Bragelonne”, o livro que conclui a série de “Os Três Mosqueteiros”.
Mont Blanc: Conheça Seu Mistério
A montanha mais alta dos Alpes é Mont Blanc e no seu sopé está a famosa estância de inverno francesa Chamonix. Durante muito tempo as pessoas acreditaram que Chamonix era um vale do mal, elas tinham medo de ir até lá. No século 18 dois jovens ingleses resolveram ver de perto o local para ter suas próprias impressões.
Inicialmente os alpinistas iam até a região para procurar por quartzo nas montanhas, os primeiros a viver essa aventura ficaram conhecidos como “Caçadores de Cristais”. Tudo o que os alpinistas encontravam era enviado para o Palácio de Versalhes através de Genebra. É possível ver de perto essa faceta de Chamonix no “Museu dos Cristais de Chamonix”. A montanha deu origem até mesmo a um doce.
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