Um dos regimes ditatoriais mais longos da história contemporânea, chegou ao fim no final do mês de agosto, quando rebeldes oposicionistas ao governo de Muamar Gaddafi invadiram a capital da Líbia, Trípoli, centro administrativo e financeiro do país.
A tirania de mais de quatro décadas se encerrou no momento em que os grupos de rebeldes de tribos líbias, armados e com apoio de países ricos do Ocidente, tomaram conta de Trípli, fazendo com que o líder líbio fugisse em retirada e abandonasse os seu inúmeros palácios suntuosos, repletos de jóias, objetos de arte e móveis luxuosos, como uma poltrona de sereia dourada, onde os rebeldes fizeram pose em fotos exibidas no mundo todo.
O ditador, que regia o país com mãos de ferro, era famoso em todo o mundo por suas esquisitices, suas plásticas, cabelo artificialmente tingido, a mania de se instalar em tendas beduínas quando viajava, com direito a banheiro, computador, telefone e ar condicionado, bem como pedir para que uma voluptuosa enfermeira ucraniana o acompanhasse durante as viagens.
Depois de um período de seis meses de conflito na Líbia, o ditador com mais tempo de poder na atualidade, apelidado pelo ex-presidente norte-americano Ronald Reagan como “o cachorro louco do Oriente Médio”, foi finalmente deposto, após controlar o país durante 42 anos com mãos de ferro.
Entretanto, apesar da queda do regime, o mundo se preocupa com quem irá comandar o país após os conflitos, pois as potências que lideraram os ataques aéreos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Estados Unidos, França e Inglaterra, temem que a Líbia passe por um longo tempo de instabilidade no poder, sendo o governo de Gaddafi sucedido por comandos tão ou mais nocivos do que do “cachorro louco do Oriente Médio”.
Mas, apesar de sua fuga, o líder líbio parece não estar disposto a se entregar. Dentre as últimas notícias da Líbia, no dia 1º de setembro, Gaddafi declarou à imprensa de que “a guerra será longa”, além de ter declarado como nova capital da Líbia a sua cidade natal, Sirte, que é o único ponto de resistência do regime deposto.
Gaddafi divulgou essa declaração em um áudio, que fora transmitido por uma emissora de TV da Síria, no dia 1º de setembro, em que disse: “Estamos prontos para uma longa guerra, muito longa, até vencermos vocês”. Não se sabe de onde o líder líbio foragido gravou essa declaração, já que seu paradeiro é desconhecido desde o final de agosto, quando os rebeldes oposicionistas invadiram a capital da Líbia, Trípoli.
No mesmo discurso, transmitido pela TV síria, Gaddafi voltou a pedir que os líbios continuem a enfrentar os rebeldes, que costumam ser chamados de “ratos” pelos seus filhos, e disse preferir a morte a ser dominado pelo ocidente. Dessa forma, deixou bem claro de que não se renderá.
Além disso, na mensagem, o ditador líbio fez uma acusação de que os países que participaram da operação militar contra o seu regime pretendem colonizar o país e “meter as mãos nos recursos petroleiros e hídricos”.
Mas foi neste mesmo dia 1º de setembro que os rebeldes enviaram um ultimato para que as forças leais a Gaddafi se entregassem, pois pretendem tomar Sirte no próximo dia 03 de setembro. Resta aguardar para que esse longo conflito na Líbia logo tenha fim.