Quando vemos um evento tão característico do nordestino, com roupas de matuto e dancinhas de interior, mal pensamos que pode ter origem em outro continente, não é mesmo? Mas as festas juninas não nasceram no Nordeste, mas sim na Europa e vieram com a colonização do Brasil.
A festa junina chegou ao Brasil através da colonização europeia, onde já era considerada tradição. A origem ainda é uma questão amplamente discutida entre historiadores e estudiosos da cultura.
Segundo historiadores, a denominação “festas joaninas” surgiram em países europeus de tradição católica em homenagem ao personagem bíblico, João Batista, primo de Jesus. João Batista é relatado na Bíblia como aquele que batizava as pessoas, inclusive que batizou o próprio Jesus.
Os festejos realizados no dia 24 de junho, dia de São João, foram facilmente assimilados pelos índios e negros, quando chegaram ao Brasil os portugueses, e é a partir dessa incorporação por outras culturas, que as festas ganharam as características amplamente conhecidas hoje.
O termo “festas juninas” surge já no Brasil e, segundo os pesquisadores, está fundamentado no fato da festa ser realizada no mês de junho. As festas de junho envolveriam não somente o dia de São João, mas o dia de Santo Antônio, dia 13 de junho, e o dia de São Pedro, 29 de junho. Todas elas consideradas de extrema importância para a religião católica.
A difusão da festa junina e o caráter regional que ela adquiriu fez com que ela se tornasse uma tradição bastante brasileira. Mas, sua origem está relacionada à influência de diversos colonizadores como franceses, chineses, portugueses e espanhóis.
As quadrilhas, típicas do São João, são de origem francesa. O surgimento dos fogos de artifício é de influência chinesa. As danças e fitas são originárias de Portugal e Espanha.
A depender da região, as festas juninas apresentam aspectos bem peculiares. O aipim, milho, amendoim e o jenipapo foram considerados comidas típicas e ingredientes fundamentais para as festas. Isso porque, principalmente no Nordeste, as festas juninas eram associadas ao período de chuvas na região, após longo tempo de seca.
A colheita do milho feita na época de junho associada às chuvas era um motivo a mais para os nordestinos realizarem os festejos.
É bom lembrar que as religiões sempre estiveram interligadas aos festejos no período colonial. Isso se deve tanto pela influência europeia quanto pela relação com índios e africanos, que adaptavam os festejos aos seus santos e deuses.
Muito da indumentária e culinária típica dessa época também refletem as influências indígenas e africanas incorporadas às festas. A mistura que deu origem ao Brasil também influenciou o caráter das festas e o surgimento das tradições culturais. Desde as fogueiras até as simpatias, tudo foi gerado dessa convergência cultural.