O presidente norte-americano Barack Obama anunciou que os dois partidos do país – Democratas (situação) e Republicanos (oposição) – chegaram a um acordo quanto ao impasse do aumento do teto da dívida dos Estados Unidos. Caso os dois partidos inimigos não concordassem até a terça-feira 2 de agosto, o presidente ficaria impossibilitado de arcar com alguns gastos, o que forçaria um calote na dívida externa. A oficialização do acordo ainda depende de aprovação no Senado.
Os democratas, como Obama, queriam que houvesse um aumento nos impostos para aumentar a receita do Estado norte-americano. Os republicanos, porém, impunham um corte de gastos. A oposição é maioria no congresso, o que fez com que Obama e os democratas aceitassem as condições dos oposicionistas.
Contudo, Obama não deixa claro onde devem acontecer tais cortes. Especialistas temem que sejam reduzidos salários de aposentados e pensões de soldados. Se, por um lado, a medida evita o calote; por outro, ela é paliativa e pode enfurecer os eleitores de Obama, que são, em geral, as classes mais pobres da população. Esse fato reduz a popularidade do presidente e diminui suas chances de reeleição em 2012. Após o anúncio Obama já perdeu mais de 30 mil seguidores no twitter.
O aumento do teto foi motivado principalmente pela pressão de outros países, especialmente da União Europeia (UE), que temia que o calote afetasse a economia de todo o planeta e desencadeasse uma crise econômica semelhante à de 2008, gerada pela crise imobiliária norte-americana. O Brasil também já se preparava para enfrentar as consequências. Em reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Dilma Roussef discutiu com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, como os países latinos podem blindar suas economias.
O medo da comunidade internacional surgiu quando a agência classificadora de riscos de crédito Egan-Jones reduziu a classificação norte-americana. Contudo, as agências têm sido fortemente criticadas nas últimas semanas, especialmente devido a classificações ruins dadas a países da zona do Euro, como Portugal e Espanha, economias até então consideradas fortes. As agências também não previram a crise de 2008.
Mozart Artmann