Dom Pedro II
Dom Pedro II
Quando falamos em Dom Pedro II, sabemos que vamos ter que falar muito sobre a história do Brasil em si, afinal as duas histórias andam lado a lado uma com a outra. Para entender, no entanto, a trajetória de Dom Pedro II é preciso voltar um pouco no passado para compreender quais foram os acontecimentos que pouco a pouco culminaram tanto no seu poder, quanto na sua posição de “imperador” do Brasil, posteriormente na sua saída do cargo, outras questões. Ele é filho de Dom Pedro I, que por sua vez é filho de Dom João VI que foi rei de Portugal e do Brasil, Dom João VI foi o rei que veio com a corte portuguesa para o Brasil quando fugiam das tropas do francês Napoleão Bonaparte, apesar de Dom Pedro I já ter crescido no Brasil e ter sido educado a maior parte da sua vida por aqui, ele nasceu em solo português, ao contrário de Dom Pedro II que já nasceu em território brasileiro. A seguir vamos contar brevemente os principais pontos que afetaram posteriormente a vida desse imperador.
Quando a família real portuguesa veio ao Brasil no ano de 1808, muita coisa mudou para sempre na história dessa família e nos rumos do Brasil, afinal o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa para se tornar parte o reino unido de Portugal e Algarves, porém os anos da corte em solo brasileiro não foram tão estendidos assim, já que após alguns anos, quando a paz já estava selada no continente europeu, os portugueses reivindicavam a volta do seu rei, após um período de resistência no ano de 1821 finalmente a parte da corte junto ao rei e a rainha foram embora para Portugal, mas um dos filhos deles permaneceu por aqui, foi Dom Pedro I. Após algum tempo, um grupo de pessoas do alto escalão português exigia que também o príncipe voltasse para sua terra natal para que dessa forma então o Brasil retornasse a condição de colônia exploratória. Dom Pedro I que naquela época já havia se apegado muito ao nosso país e que já se via como um grande líder, declarou que não voltaria (o que ficou conhecido como o dia do Fico) e posteriormente declarou de fato a Independência do Brasil no dia 7 de setembro do ano de 1822.
A partir de então a monarquia terminou no Brasil e começou o período do Império, que durou desde o ano de 1822 a até o ano de 1889, ao longo de 67 anos os quais foram divididos em três períodos históricos principais, eles são conhecidos respectivamente pela ordem cronológica como “Primeiro reinado”, depois veio o “Período regencial” até que Dom Pedro II tivesse idade suficiente para tomar o posto do seu pai e por fim o “Segundo reinado”, que foi justamente o tempo sobre os comandos de Dom Pedro II, ele ficou nessa posição de imperador ou marca como preferir chamar por longos 58 anos de sua vida, desde o ano de 1831, quando o seu pai de repente resolveu voltar a Portugal para reivindicar direitos em relação ao poder da sua família por lá, porém nessa época o ainda pequeno Dom Pedro II tinja apenas os seus 5 anos de vida e com isso, ele passou sua infância, adolescência e juventude já se preparando exclusivamente para assumir a sua posição de imperador, o período em que ele ainda era considerado muito jovem para governar é que ficou conhecido como a época da regência no Brasil.
Em relação ao seu reinado, o que se pode dizer é que ele foi um governante muito justo e que colocou o Brasil em um patamar muito elevado e de grande destaque positivo na esfera mundial, nesse período o nosso país passou por conflitos internacionais sendo vitorioso, além disso, Dom Pedro II segundo se sabe, era uma pessoa muito justa e com senso de devoção a nação, o que aumentou ainda mais o prestigio brasileiro, principalmente porque a própria figura de Dom Pedro II individualmente era muito respeitada na esfera internacional, porque ele era visto como um grande líder e como um grande intelectual, uma prova disso é que os grandes cientistas e intelectuais do seu tempo o admiravam muito e inclusive declaravam isso publicamente. O seu período de imperador também foi marcado por um grande incentivo à ciência e as artes no nosso país, as suas ações foram desde a instauração de museus, passando pela abertura de cursos e graduações a até o incentivo amplo a pesquisa, muitos pesquisadores de diversas áreas foram trazidos ao Brasil nessa época para que pudesse estudar sobre as características do nosso país, da nossa flora, fauna, do nosso clima e tudo isso gerou muito material de estudo e desenvolvimento na ciência brasileira na época.
Últimos Anos de Dom Pedro II
Durante a sua vida Dom Pedro II fez muitas viagens para diversos locais diferentes, o que lhe fazia muito bem e muito feliz, já que ele como um eterno curioso dos mais variados assuntos nessas viagens tinha a oportunidade de aprender e de fazer diversas imersões culturais nos lugares onde ele conhecia, isso foi cada vez mais aguçando uma vontade de viver uma vida mais livre e mais independente do seu cargo de imperador e de todas as formalidades que esse papel lhe impunha. Muitas vezes o imperador até mesmo se desvinculava das nomenclaturas formais e que lçe conferiam destaque para que pudesse ter passagens mais tranquilas pelos lugares onde ia fora do Brasil, ele adorava quando não era reconhecido e então podia andar livremente e de maneira tranquila e simples como desejava, maneira a qual não era possível que ele fizesse no Brasil por exemplo. Essas experiências tão positivas em uma experiência de anonimato cada vez mais foram transformando as percepções do imperador, que ansiava cada vez mais por uma vida de maior liberdade, até porque ele já estava a algum tempo pensando em não dar mais continuidade para a linhagem da monarquia, a não passar mais o direito de governar o Brasil para os seus descendentes, o que só se tornou mais real quando ele perdeu os seus filhos do sexo masculino.
Tudo isso teve um peso muito grande para o imperador, que desde criança tinha que viver sob os olhares de toda a sociedade, sob as regras dos inúmeros protocolos que precisava seguir, não era dessa forma que ele pensava em passar os seus últimos anos e essa ideia crescia a cada dia dentro dele. O sucessor ao seu papel de chefe de estado seria a tão famosa princesa Isabel, que foi quem oficialmente aboliu a escravatura no nosso país, porém Dom Pedro II sabia também que um país conservador e “tradicional” como o Brasil, não aceitaria uma mulher no comando da nação, tal como a Inglaterra que naquela mesma época já havia passado por períodos de governos de incríveis rainhas no país, partindo desse ponto já naquele tempo o Brasil era bem atrasado em costumes e pensamentos em relação ao resto do mundo e em relação principalmente ao primeiro mundo, como a Europa e Dom Pedro II percebia tudo isso. Não demorou muito para que certas pessoas e esferas da sociedade passassem a armar um golpe de estado contra ele, para tornar o país uma república, não porque essas pessoas buscavam melhores condições de vida e melhorias pelo país, mas porque tinha muita gente com sede de poder e porque eles não queriam que o Brasil fosse governado pela princesa Isabel, até porque se fossemos considerar a lógica podemos dizer que um dos períodos mais prósperos e que o Brasil mais teve oportunidade de despontar como potencial mundial foi durante o governo de Dom Pedro II, a republica só fez perder muitas das parcerias que ele com a sua boa relação mundial haviam firmado para o Brasil.
Dom Pedro II não ofereceu nenhum tipo de resistência ao golpe, uma vez que ele queria viver seus últimos anos livremente e podendo se dedicar exclusivamente aos seus maiores interesses, ciências, filosofias, artes, estudos, etc. Com isso, ele então se após o golpe se mudou para Paris, onde viveu uma vida mais solitária já que sua esposa morreu logo após chegar em Portugal, a princesa Isabel com os seus filhos se mudaram também, mas permaneceram no Brasil. A vida de Dom Pedro II passou a ser bem simples nos seus últimos anos e vivia muito da ajuda de amigos mais próximos, ele viveu dois anos na França antes de vir a falecer em decorrência de uma pneumonia, o dia foi em 5 de dezembro do ano de 1891. As suas últimas palavras registradas foram um pedido de prosperidade para o Brasil e além disso, deixou escrito que um pouco de terra de províncias brasileiras fossem colocadas dentro do seu caixão, um pacote de terra que ele carregava consigo, o seu enterro foi realizado na França e teve a presente de muitos reis e chefes de estado europeus, assim com muitas pessoas importantes, ele foi amplamente homenageado. Os seus restos mortais foram transferidos ao Brasil no ano de 1921, para que fossem realizadas as homenagens do centenário do Império, no ano de 1922.
