Escola literária formada na Europa por volta do século XVIII, o arcadismo também é chamado de neoclassicismo, ou setecentismo. A denominação “arcadismo” é devida por se referir à Arcádia, que durante a Grécia Antiga, era uma região campestre do Peloponeso, que era um ideal de referência poética.
Autores Arcades Brasileiro
Essa escola literária tem como ponto principal, exaltar a natureza e tudo que com ela está relacionado. Por isso que os poetas do arcadismo faziam uso de pseudônimos de pastores latinos ou gregos. Além disso, se caracterizaram por ter poemas mais graciosos nos esquemas rítmicos.
Outra característica do movimento, é que fazia uma crítica burguesa aos abusos do clero e da nobreza, que eram praticados durante o antigo regime. De uma forma adicional, os burgueses cultuavam o mito do homem natural, contrapondo ao homem que se corrompeu pela sociedade. Esse conceito foi expresso primeiro por Jean-Jacques Rousseau, através da figura de o “bom selvagem”.
O Arcadismo em Portugal surgiu no início do século XVIII, atingindo o país em um clima de renovação, já que passava por uma reestruturação cultural, política e econômica. Isso porque ocorreu uma abertura política e intelectual durante o reinado de João V (1707-1750), como a concessão de licença à Congregação do Oratório para ministrar aulas, tarefa que até então era exclusiva da Companhia de Jesus.
Arcadismo
No ano de 1746, foi publicado “Verdadeiro Método de Estudar”, cartas de Luís António Verney, que faz uma crítica do ensino tradicional da época, além de propor reformas que visavam colocar a cultura portuguesa atualizada com a existente do resto do continente europeu, tendo como inspiração as ideias dos racionalistas franceses.
Entretanto, essas idealizações foram concretizadas pelo Marquês de Pombal, que foi ministro do rei José I de Portugal, que reinou de 1750 a 1777. O despotismo esclarecido do país agiu com plena autonomia de poderes, e transformou os rumos da produção cultural portuguesa.
Em 1759, o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas, o que enfraqueceu a influência do clero na cultura, bem como reformou o ensino e incentivou o estudo da ciência. Mesmo mantendo uma censura, afrouxou a repressão que era feita pelo Santo Ofício, na época da Inquisição.
Em terras portuguesas, o arcadismo teve seu início oficial em 1756, através da fundação da “Arcádia Lusitana”, local que reunia artistas e intelectuais para discutirem sobre arte. Tinha como lema “Inutilia truncat”, frase em latim que significa “acabe-se com as inutilidades”. Com isso, caracterizou todo o movimento lusitano. Tinham como objetivo acabar com os excessos, a extravagância e o rebuscamento do Barroco, para retornar a uma literatura mais simples.
Os autores do Arcadismo em Portugal foram: Manuel Maria Barbosa Du Bocage; Francisco José Feire, o Cândido Lusitano; Correia Garção; Marquesa de Alorna e Antonio Diniz Cruz e Silva.
Imagem do Arcadismo
O Arcadismo também marcou presença no Brasil, que na época vivia a decadência do ciclo de mineração e mudança de seu centro político de Salvador (BA) para o Rio de Janeiro (RJ). O movimento literário desembarcou no Brasil em 1768, com a fundação em Vila Rica (atual Ouro Preto, em Minas Gerais), da “Arcádia Ultramarina” e a publicação de “Obras Poéticas”, de um dos inconfidentes, Cláudio Manuel da Costa. Com isso, foi constituída a primeira geração literária no Brasil.
Os autores do Arcadismo brasileiro foram: Silva Alvarenga; Inácio José de Alvarenga Peixoto; Tomás Antônio Gonzaga; Basílio da Gama; Cláudio Manuel da Costa e Frei Santa Rita Durão.
