Quais os Efeitos Causados no Sistema Nervoso Pela Nicotina?

A Nicotina

A nicotina é o nome dado a uma droga psicoativa – também chamada de psicotrópica – ou seja, ela atua quimicamente de forma a agir diretamente no sistema nervoso central, e é exatamente esse o foco do artigo de hoje, e que será apresentado com maiores detalhes logo abaixo. Além disso, a nicotina é também é uma substância alcaloide, ou seja, com características básicas e derivada de plantas, fungos, bactérias ou animais, que conta com uma coloração amarela e que compõe de forma majoritária o principio ativo do tabaco, que é a droga consumida na forma principal de cigarro.

Como já foi apontado a nicotina pertence a um grupo chamado alcaloide, grupo esse que é composto de maneira geral por aminas heterocíclicas, que são aquelas aminas que são compostas pelos chamados ciclos, ou seja, por cadeias fechadas, que além de um carbono apresentam uma molécula de nitrogênio. Pelo fato de ser uma amina, a nicotina conta com um caráter básico (como também já foi apresentado) e por isso, sua apresentação na forma pura em temperatura ambiente é na forma de um líquido oleaginoso incolor, porém, ao entrar em contato com o ar, acontece uma oxidação desse líquido, modificando sua coloração. Além disso, a nicotina tem uma alta solubilidade em água e outros solventes orgânicos, como é o caso do éter e do álcool, por exemplo.

Esse nome foi dado a essa substância em homenagem a um importante diplomata francês chamado Jean Nicot, que foi a pessoa responsável por difundir o uso do tabaco na França a anos atrás. Pelo fato de Nicot ser embaixador da França e Portugal, ele tomou conhecimento do tabaco na cidade de Lisboa e levou para o seu país de origem, fazendo com que a nicotina se tornasse bastante famosa por lá, e tempos depois, se tornou extremamente conhecida e utilizada ao redor de todo o mundo, continuando sendo usada com muita frequência até os dias de hoje.

Ainda que o cigarro seja um item extremamente problemático e cancerígeno, que conta com inúmeros malefícios, existem estudos realizados pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer que apontam que a nicotina não é um desses agentes cancerígenos, mas que os males que o cigarro oferecem são advindos de outras substâncias tóxicas que nele se encontram, como é o caso do alcatrão, do monóxido de carbono e de outros elementos considerados radioativos. Pelo fato de a nicotina ser comprovadamente não cancerígena, começaram a ser desenvolvidos estudos – que atualmente já contam com resultados relevantes – que apontam essa substância como possível item auxiliador no tratamento de doenças como o Parkinson e o Alzheimer, que são doenças degenerativas do cérebro.

Como a Nicotina Age No Cérebro E No Sistema Nervoso?

Como foi apresentado acima, as substâncias psicoativas tem a capacidade de alterar várias características do sistema nervoso central dos seres humanos, e com a nicotina isso não é diferente. Essa substância química tem a capacidade de, entre outras cosias, alterar as funções normais do cérebro e mudar a percepção do individuo de forma temporária, fazendo com que por exemplo, coisas como a consciência, o humor e o comportamento sofram alterações, que podem tanto serem sutis, quanto mais intensas, e que só voltam ao estado normal após algum tempo.

Outros efeitos da nicotina no organismo humano podem ser divididas em duas principais vertentes: o efeito estimulante que a nicotina exerce em uma região do cérebro chamada locus ceruleus e o efeito de recompensa que acontece no sistema límbico do cérebro, que é aquela unidade que tem papel de organizar as emoções e os comportamentos sociais dos seres humanos. Por todos esses fatores apresentados até aqui é que a nicotina se torna uma substância tão viciante.

Quando a nicotina é consumida especificamente com o tabaco, suas manifestações acontecem de uma forma um pouco diferentes. Ela conta primeiro com um efeito estimulante, que acontecem principalmente após o fumante realizar algumas tragadas profundas, e logo após isso, as sensações da nicotina se transformam em tranquilizantes, que realizam o papel de bloquear o estresse. Os níveis de dependência da nicotina alcançam tanto níveis físicos, quanto psíquicos, e por isso os efeitos da abstinência são tão sérios e é exatamente isso que faz com que as pessoas tenham tanta dificuldade em parar de fumar.

Quando a nicotina é ingerida em doses muito excessivas, ela se torna uma substância extremamente tóxica, assim como todas as outras, onde os principais sintomas de excesso são apresentados na forma de dor de cabeça, náuseas, paralisia, convulsão, vômito e podendo até mesmo levar a morte. A dose máxima e letal dessa substância varia entre quarenta e sessenta miligramas por quilo em pessoas adultas.

Um outro fator que faz com que as pessoas tenham tanta dificuldade em superar o vício no tabaco é o fato de que a nicotina também se encontra associada fortemente a redução de ingestão alimentar, já que ela sofre ativação no hipotálamo, que é o conjunto de neurônios que tem o papel de controlar a saciedade de uma pessoa.

Um estudo muito relevante a respeito da nicotina foi realizado pela revista Science no ano de 1995, onde pesquisadores do Columbia Presbyterian Medical Center publicaram um artigo onde foi pontado a real atuação da nicotina no Sistema Nervoso Central. Esses pesquisadores identificaram um receptor – que foi nomeado como receptor nicotínico – já que se ativa por essa substância e também pela acetilcolina.

O vício de uma pessoa em tabaco acontece principalmente pelo fato de acontecer um aumento da dopamina – que é um neurotransmissor que desempenha papéis muito importantes no organismo – nas áreas de recompensa do cérebro, e também é isso que acontece com várias outras drogas viciantes, então esse é um costume muito comum, que realiza uma ativação muito efetiva nesse chamado circuito de recompensa. Dessa forma, a nicotina trabalha atuando na indução da liberação do neurotransmissor chamado glutamato, que acaba causando efeitos curiosos, como o efeito de a nicotina melhorar a memória, ainda que isso não aconteça em todas as vezes que uma pessoa fuma, por exemplo.

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Categoria(s) do artigo:
Saúde

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