Quando afirmamos que o café é bebida mais pedida nos bares de todo o país, e, por isso, a preferida dos brasileiros, isso não é apenas um jeito de falar. De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE, ficou constatado que os brasileiros chegam a tomar aproximadamente 05 xícaras de café todos os dias, o que leva o café a liderar a lista de consumo de bebidas per capita.
Só para que se possa perceber melhor a situação, outros itens de alimentação como feijão e arroz ficaram respectivamente em segundo e terceiro lugar. No restante do mundo, o consumo de café também é surpreendente. Enquanto em nosso país por pessoa é ingerido aproximadamente 06 quilos do grão durante o ano, nos países mais frios como Dinamarca, Finlândia e Noruega, esse número chega a bater os 13 quilos anuais.
O Que Tem no Café
Todas as pessoas que estão acostumadas a tomar café colocam dentro de seu organismo uma enormidade de substâncias. Dentre elas, a mais conhecida é a cafeína, usada por ter uma grande ação estimulante. Porém, o que mais está presente no grão é o ácido clorogênico, e ainda os compostos antioxidantes. Uma xícara de café contém ainda vitamina B3 e diversos tipos de minerais como manganês, potássio, e ferro.
Essa combinação de substâncias está presente constantemente nos laboratórios de cientistas em todo o mundo. No universo que é feito de buretas e pipetas, a bebida não conseguiu uma popularidade unanime. Entretanto, grande parte dos estudos aponta seus grandes benefícios. Acontece que o preto básico presente em nossas xícaras e copos diariamente, ainda traz diversas contradições. Veja abaixo os prós e contras da bebidas:
Câncer de Pele
Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, após o acompanhamento de aproximadamente 110 mil pessoas durante o período de 20 anos, descobriram que o café está inversamente ligado à forma mais comum de câncer de pele. Os alimentos antioxidantes, como o café, podem auxiliar na prevenção. Porém ainda é bastante cedo para recomendá-lo com essa finalidade específica.
Expectativa de Vida
Uma investigação feita através do Instituto Nacional do Câncer, nos EUA, apontou que ingerir de 3 a 4 xícaras de café ao dia faz com a expectativa de vida aumente em até 10% para os homens e até em 13% para as mulheres. Esse resultado não é surpreendente, até porque o café é tido como uma das maiores fontes de antioxidantes contidas na alimentação.
Fertilidade
De acordo com cientistas europeus do Hospital Universitário Aarhus, o consumo de mais de cinco doses de café diária diminuem em 50% a chance de ser bem sucedido num tratamento de fertilização. Porém, ainda não existem estudos que comprovem o efeito. Porém, determinados trabalhos ligam um alto consumo de bebidas a base de cafeína, à malformação do feto, como ocorre em países nórdicos.
Problemas no Coração
Muitas pesquisas já foram realizadas no tocante a relacionar o consumo de café a incidência de insuficiência cardíaca, situação em que não há o bombeamento suficiente de sangue para o corpo através do coração, geram resultados divergentes. Com isso, uma pesquisadora da Universidade Harvard, resolveu analisar aproximadamente 140 mil pessoas, dentre as quais 6 522 mil sofreram com o problema.
A partir dos resultados ficou certo que até quatro xícaras de café ao dia eram capazes de diminuir até 11% o risco de sofrer com a insuficiência cardíaca. Isso acontece em razão dos compostos bioativos que a bebida oferece, especialmente os antioxidantes. Além disso, ela foi capaz de afastar o diabete tipo 2, porém, o consumo exagerado fez com que o coração entrasse numa espécie de corda bamba.
Sabe-se ainda que não somente o excesso de café abala o peito, duas substâncias presentes na bebida, o kahweol e o cafestol, possuem a capacidade de aumentar os níveis de colesterol na circulação sanguínea, situação que pode implicar em diversas complicações cardiovasculares. Uma notícia boa é que ao usarmos o coador de pano ou o filtro de papel para coar o café, pode-se reter grande parte dessas substâncias.
Alucinações
Conhecido por estimular a atenção, fazendo com que as pessoas estejam prontas para cumprir as tarefas do cotidiano, o café também recebeu a fama negativa de ser uma substância alucinógena na Universidade La Trobe. Isso ocorreu após os estudiosos terem feito o recrutamento de 92 voluntários e tê-los submetido a baixos e altos níveis de estresse, bem como ao consumo de cafeína.
Após isso, os mesmos foram orientados a ouvir uma mistura de sons e apontar cada vez que escutassem um deles. O maior detalhe está no seguinte: a canção jamais foi tocada. No entanto, as pessoas que apresentavam maior índice de apreensão ou com muita cafeína na circulação, uma dose aproximada de cinco cafés ao dia, mostraram-se mais susceptíveis a se enredar com a história.
De acordo com especialistas, é fundamental que se evite o uso desmedido de café e de outras substâncias que pode ser alucinógenas, como a noz-moscada, por exemplo, que se ingerida uma inteira pode causar alucinações por vários dias. Consumido em doses moderadas, o café tende a ajudar na concentração e ainda na capacidade do aprendizado.
Mal de Parkinson
Muitas vezes já ouvimos as pessoas mencionarem que ficam mais aceleradas depois de beberem muito café e isso acontece mesmo, por causa da cafeína presente na bebida. A exposição constante e exagerada a esse tipo de substância provoca estímulos cerebrais, principalmente nas áreas que fazem o controle do sono e das atividades motoras.
Para uma pessoa que sofre da doença de Parkinson, doença cuja principal característica é o tremor pelo corpo, pode-se entender que a cafeína atue de forma negativa. Entretanto, um feio pelo Instituto de Pesquisa da Universidade McGill, foi observado que a substância diminui o sintoma. Para obter dado resultado os cientistas fizeram o acompanhamento de 61 pacientes, e parte deles receberam um placebo e os demais ingeriram capsula contendo aproximadamente 100 miligramas de cafeína em dois períodos do dia, durante o período de três semanas. Nos 21 dias que se seguiram, o valor foi aumentado para 200 miligramas, algo aproximado a ingestão de 02 xícaras de café. A capacidade motora daqueles que ingeriram a cafeína, sofreu uma considerável melhora, muito parecida àquela produzida através de remédios indicados no início da doença.
O resultado até parece ser contraditório, entretanto, a bebida somente proporciona a agitação em indivíduos que não estão habituados a ingeri-la ou que a consomem em exagero. Usada na dose apropriada, a cafeína ajudaria no funcionamento da dopamina, pois a falta dessa substância é que abre brecha para o aparecimento do Parkinson.