A Taxa Média Anual para um Empréstimo Pessoal é de 120,6%
Quando é preciso um dinheiro extra, uma das alternativas é fazer um empréstimo. Atualmente o mercado oferece muitas opções, entre elas o empréstimo pessoal. Uma das vantagens deste tipo de crédito é que o solicitante não precisa justificar o uso do capital que está pedindo emprestado, isto é, ele pode utilizar o dinheiro da forma que achar mais conveniente.
Porém, ao oferecer essa facilidade ao cliente e não ser exigente na liberação do crédito, em comparação com outras modalidades os custos podem ser muito altos. De acordo com o Relatório de Taxas de Juros do Banco Central, uma pessoa pode encontrar taxas a partir de 13,45% ao ano até operações com mais de 1.000% a.a. Em outras palavras, um empréstimo de R$ 1.000 feito em 12 parcelas, com a taxa mais barata divulgada somente tem R$ 70,28 de juros; e um crédito com as mesmas condições, mas com a taxa mais alta cobraria R$ 2.041,40 de juros.
De acordo com um levantamento do Procon-SP, atualmente a taxa média do empréstimo pessoal está em 120,6% ao ano. Considerando o mesmo exemplo, com esta taxa um cliente pagaria 12 parcelas de R$ 124,56, no final do prazo teria devolvido o capital e pago R$ 494,72 de juros.
Recentemente a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) fez uma pesquisa onde comparou o Custo Efetivo Total (CET) cobrado por diferentes instituições financeiras (bancos, financeiras e fintechs).
O CET é o porcentual mais importante que o cliente deve considerar antes de assinar a contratação de um crédito. Visto que indica a taxa de juros do crédito, os impostos que incidem na operação e demais encargos cobrados pela instituição. Considerar o CET no momento de comparar os diferentes créditos é a melhor forma de determinar qual é o mais barato.
Para ajudar o consumidor, a Proteste fez simulações de operações de R$ 3.000 parceladas em 12 e em 18 meses e também créditos de R$ 6.000 financiados nesses prazos. Como resultado, algumas simulações mostraram que o cliente poderá pagar mais de R$ 8.000 por um empréstimo de R$ 3.000, isto é mais de R$ 5.000 só de juros e encargos operacionais.
As instituições consideradas na simulação de empréstimo foram: Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Empréstimo SIM, Geru, Itaú, Losango, Neon, Nubank, Portocred, PROVU Empréstimo, Rebel, Santander e Simplic (somente oferece até 12 vezes).
Os empréstimos de R$ 3.000 mais baratos foram os oferecidos pelo Banrisul, com um CET de 46,85% ao ano no caso do pagamento em 12 parcelas (R$ 305,97 cada uma) e de 47,34% a.a. se o pagamento for escolhido em 18 meses (R$ 223,27 cada uma).
É importante destacar que o cliente também deve analisar o prazo de pagamento, fazendo esse empréstimo ao pagar em 12 vezes o cliente termina desembolsando R$ 3.671,64, mas se quitar em 18 parcelas, terá que pagar R$ 4.018,86, R$ 347,22 a mais.
Para esses créditos, os maiores custos foram encontrados na simulação da Simplic, CET de 466,01% a.a. o que equivale a 12 parcelas de R$ 566,27; e na Losango, com um CET de 401,83% por ano, o pagamento ficaria em 18 parcelas de R$ 473,78.
No caso dos empréstimos de R$ 6.000, os de menor custo foram oferecidos também pelo Banrisul, com os mesmos CET. Então, se a operação for feita em 12 vezes, o cliente terá que pagar R$ 611,94 por mês; e se for em 18 vezes as parcelas ficam em R$ 446,73.
As operações com maior CET são da Portocred, no caso de operações de 1 ano (CET de 409,82% a.a. o que faz com que o cliente pague 12 vezes de R$ 1.084,95); e da Losango ao simular operações de um ano e meio (CET de 376,18% a.a.: 18 parcelas de R$ 922,06)
Mas, o cliente, se optar por solicitar um crédito nesta modalidade, não pode considerar somente a média divulgada. É preciso fazer simulações considerando suas condições específicas e consultar os valores exatos que as instituições financeiras disponibilizam para seu perfil.