Qual a Diferença Entre Ginástica Artística e Ginástica Rítmica?

A Ginástica no Contexto Olímpico Brasileiro

De quatro em quatro anos, em países diferentes, acontecem os jogos olímpicos, onde ocorrem as apresentações das mais diversas modalidades de esporte ao mundo. Algumas delas não seriam tão populares no Brasil se não houvesse os jogos olímpicos. Sequer revelariam nomes tão conhecidos do grande público (como Daiane do Santos e Daniele Hypólito). O âmbito da ginástica cresceu muito no país nos últimos tempos, e representa um dos esportes mais populares no Brasil, claro que longe do futebol, mas alcançando patamares não imaginados para aqueles que deram o ponta pé inicial, no inicio das medalhas para a ginástica no Brasil, como Luísa Parente nos jogos Pan Americanos de 1987 e  1991.

No Brasil, a evolução da ginástica nas Olimpíadas se faz gradativamente notória. Hoje em dia é natural atletas serem patrocinados por grandes empresas nacionais e multinacionais no país. Alguns outros são contratados por grandes agremiações como o Flamengo. Esse destaque e investimento, se faz muito bem-vindo e garante que crianças e adolescentes estabeleçam um norte para suas vidas, mesmo sem garantia alguma de profissionalização no esporte, mas com os benefícios que a ginástica trás para todos.

A Ginástica Rítmica

Essa modalidade que é disputada na forma individual e também na coletiva, se origina da ginástica tradicional, e faz um misto de movimentos do corpo com alguns estilos de música como o balé e canções de musicais. Os movimentos próprios da modalidade são complementados pelo balanço de arcos, bolas, fitas, maças e cordas. Uma curiosidade desta categoria olímpica, é que ela é praticada somente por mulheres a nível de competição, visto que existe uma sub categoria praticada no Japão que envolve homens, mas não existe nos jogos olímpicos nem pan-americanos.

O terreno no qual é praticada a ginástica rítmica é chamado tablado (mesmo nome que se da aos palcos de sapateado e balé). O tempo de finalização de uma apresentação tem uma média de 75 segundos enquanto provas individuais, e de 150 segundos para provas coletivas com times de mulheres. A dinâmica da apresentação é envolta pelos olhares atentos dos juízes, que avaliam cada detalhe do que é apresentado. Seguindo o código de pontos (código de pontuação), os juízes sempre experientes e experts na ginástica, analisam a complexidade dos movimentos. Algumas regras devem ser seguidas como o uso total do tablado, durante a apresentação, a conexão e harmonia dos movimentos com a música (coreografia).

Não podemos nos esquecer dos aparelhos tão importantes e diferencias da ginástica rítmica. São 5 os aparelhos e eles são: arco, bola, fita, maça e corda.  Um dos detalhes de uma apresentação é a definição da ordem dos 4 aparelhos. Algo que vale a pena ser reiterado, é que as competições oficiais só tem 4 aparelhos, isso porque de 2 em 2 anos, um aparelho é selecionado para ficar de fora das competições, a fim de conferir maior variação às apresentações das atletas. Quem define a ordem dos aparelhos nas apresentações é a Federação Internacional de Ginástica (FIG). Ao fim da apresentação, o árbitro soma todas as possíveis falhas técnicas como: queda do aparelho, imperfeição em um movimento pré concebido, falta de harmonia entre a dança e a música e algum problema de equilíbrio.

O grupo de árbitros, que normalmente é composto de 4 profissionais, avalia a nota da composição da apresentação e subtrai os potenciais erros. Depois de 1984, houve uma mudança de mentalidade Federação Internacional de Ginástica (FIG), que até ali, dava grande destaque ao movimento de aparelhos, e desde então passou a conferir maior importância ao movimento das ginastas.

Existem muitos torneios de ginástica rítmica pelo mundo, mas os mais populares e que envolvem a maior parcela das ginastas mais competentes são as Olimpíadas, o Campeonato Mundial, os Jogos Asiáticos, os jogos Pan-americanos e o Campeonato Europeu. Nos jogos olímpicos, a modalidade está presente desde os jogos de 1984.

Ginástica Artística

A ginástica artística vem na contramão da rítmica, e traz uma dose extra de técnica e força à prática da ginástica. Atributos como equilíbrio, força, concentração, agilidade e muito fôlego, são extremamente necessárias para conseguir se dar bem neste esporte tão incrível e disputado. Neste esporte, não são permitidas apenas mulheres na competição, inclusive no último mundial, o Brasil conseguiu resultados sob os comandos de Arthur Zanetti e companhia, que fizeram o país se colocar de vez como uma grande potencia mundial na ginástica artística.

Os aparelhos utilizados aqui são as argolas, as traves, o salto, barras e cavalo, variando da ginástica rítmica já neste quesito. Cada aparelho significa uma modalidade e assim como existe na Federação Internacional da Ginástica, a lista de modalidades para as mulheres, também existem a lista de modalidades para os homens. Para o masculino entram: o solo, o cavalo com alças, o salto sobre a mesa, a barra fixa e as barras paralelas. Já para as mulheres as modalidades definidas são: a trave de equilíbrio, o salto sobre a mesa, o solo e as barras assimétricas. Assim como a ginástica rítmica, valem as regras definidas pelo FIG, e também existe uma lista com as normas mínimas requeridas para cada apresentação e tentativa.

Existem competições individuais e coletivas. As regras estabelecidas são praticamente as mesmas, e um detalhe importante é que na categoria coletiva, 3 ginastas da equipe são escolhidos em cada um dos aparelhos, para fazer a apresentação de uma série.

Predomínio Europeu e Americano

Assim como o Brasil é o país do futebol, os Estados Unidos é o país do basquete, a Europa é predominantemente o território do mundo que mais se destaca quando o assunto é ginástica rítmica. Desde que o esporte entrou na lista das modalidades olímpicas em 1984, 37 das 39 medalhas distribuídas até 2016 pertencem aos países europeus, com as raras exceções de Canadá que conseguiu um ouro, e da China em 2008 conseguiu uma medalha de prata. O grande bicho papão do esporte é a Rússia.

Já na ginástica artística, o cenário é diferente. Apesar de a grande maioria dos países serem europeus entre os protagonistas da modalidade, outros países aparecem com imenso destaque como o Brasil. No último mundial, que aconteceu em Stuttgart em 2018, o Brasil conseguiu excelentes resultados, que o qualificaram com muitos atletas para as Olimpíadas de Tóquio. Arthur Zanneti no masculino e Jade Barbosa no feminino, são grandes nomes no cenário mundial.

Importância da Ginástica no Esporte Mundial

Atualmente, a ginástica artística tem aquela que foi eleita a melhor atleta do mundo, em todos os esportes. Simone Biles, foi eleita por 3 vezes a maior atleta do planeta nos anos de 2017, 2019 e 2020. Tal feito só mostra a importância da modalidade, que colocou uma mesma pessoa por 3 vezes quase consecutivas, como a maior atleta entre todas as modalidades. Biles, inclusive, foi campeã nas Olimpíadas do Rio com uma vantagem assombrosa para a segunda colocada no solo, e é conhecida por conseguir executar um movimento chamado salto triplo-duplo.

Já entre os homens, também mostrando a importância da ginástica artística nos esportes masculinos, pela primeira vez na história, um homem da ginástica foi nomeado a uma indicação para o maior atleta do ano. Laureus não foi eleito, até porque com eles disputavam nomes que marcam história em suas respectivas categorias, que são Lionel Messi (futebol) e Lewis Hamilton (automobilista da F1). A titulo de curiosidade, estes dois últimos empataram e receberam o prêmio.

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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