Em 20 de novembro no Brasil se comemora o “Dia da Consciência Negra”, em alusão ao aniversário da morte de um dos maiores lideres da resistência negra contra a escravidão no país, o lendário Zumbi dos Palmares. A história conhecida acerca do Quilombo dos Palmares, seu povo e dos feitos do Zumbi dos Palmares são obtidas através da cultura popular, a tradição oral e de alguns parcos documentos remanescentes da Coroa portuguesa.

Biografia
Quilombo dos Palmares
O Quilombo dos Palmares surgiu aproximadamente no ano de 1600, no sertão de Alagoas mais precisamente na Serra da Barriga, lugar onde atualmente fica a cidade de União dos Palmares em Alagoas. Lá se reuniam os negros escravos fugidos dos engenhos de açúcar do nordeste, os índios e também portugueses que lutavam pela liberdade. O fato do acesso a Serra da Barriga ser muito difícil provavelmente foi um dos principais fatores que contribuiu para que o quilombo prosperasse e se desenvolvesse ao longo dos tempos, chegando a ter historiadores que afirma que cerca de 30 mil pessoas moravam no lugar, que se tornou uma comunidade estruturada e auto-sustentável, com organização de trabalho, de produção e organização militar, assim para alguns era considerado como um reino ou uma república.

Zumbi dos Palmares
Os Conflitos
O Quilombo dos Palmares era constantemente invadido por expedições da corroa portuguesa e dos holandeses, sendo palco de muitos conflitos. Conhecendo o lugar e com homens muito bem preparados os guerreiros negros venceram diversos entraves e batalhas. Há historiadores que garantem que o Quilombo dos Palmares resistiu as investidas portuguesas por mais de 100 anos.

Foto
O Zumbi
No ano de 1655 aproximadamente nasceu Zumbi, que segundo alguns historiadores era descendente de africanos de Angola. Numa das invasões ao Quilombo, Zumbi ainda criança é capturado, levado embora e doado ao Padre Antônio Melo. Padre Antonio batiza o jovem negro como Francisco, lhe ensina a ler, escrever e também o latim, tem grande estima pelo menino Francisco que se torna cororinha da cultura religiosa de sua igreja. Mas ele não se conforma com a sorte de seu povo e acaba por fugir e retornar ao Quilombo, onde adota o nome de Zumbi e enfrenta muitas invasões das expedições da coroa para lutar pela libertação dos escravos, sempre saindo vitorioso. Em 1678 o governo de Pernambuco propõe anistia aos quilombolas, o lider do quilombo Ganga Zumba concorda e Zumbi se opõe, os quilombolas apoiam Zumbi e ele se torna o novo chefe do Quilombo dos palmares com apenas 25 anos. Zumbi dos Palmares passa a comandar com êxito, a resistencia negra por muitos anos, até que em 1694 os portugueses invadem e exterminam o Quilombo e fazem muitos prisioneiros. Zumbi foge com outros sobreviventes para a Serra de Dois Irmãos, e durante muito tempo ele foi procurado exaustivamente e sem sucesso, surgindo lendas de que ele seria imortal. No ano seguinte é traído e seu paradeiro revelado. Os homens da coroa portuguesa assassinam, esquartejam e levam a cabeça do Zumbi para a praça pública de Recife, onde ficou exposta até sua decomposição total, para tentar exterminar com a lenda do Zumbi.
No entanto, com a traição e o assasinato cruel, Zumbi tornou-se definitivamente imortal, e seus feitos se tornaram lendas que perpassam entre as gerações, sendo hoje é reconhecido como simbolo da luta pela liberdade e da resistencia dos negros contra a escravidão e todo tipo de segregação racial.