Vinte anos se passaram e muita coisa já aconteceu, mas inesquecível mesmo, para todos foi a eleição presidencial brasileira de 1989. Se já não bastasse simplesmente o fato de ser a primeira eleição ocorrida depois da ditadura militar que imperava no país desde 1964, a impressionante lista maior do que uma folha de caderno na sua altura e pela impressionante corrida do ouro em que os mais de vinte candidatos se prestaram a fazer. Alguns já mortos outros condenados pelo ostracismo assinado da mesma maneira em que decidiram assumir suas candidaturas, o fato é que é impossível de se esquecer desse pleito, inclusive pelo resultado e decorrências de que dele vieram à população brasileira.

Presidenciais
O Cenário Político Na Época
Nos pelo menos 20 anos em que a democracia brasileira ficou trancada dentre os sombrios porões da ditadura, tínhamos em consequência da gradual abertura proporcionada pelo fim do regime, algumas vertentes políticas bem claras que se destacavam no início da batalha. Eram elas resumidas à imensa e não traduzida popularidade do senador Ulisses Guimarães, candidato do PMDB, ao eterno líder sindicalista que depois de muito chegou ao poder Lula, numa abordagem bem mais autêntica e agradável do que ele possui hoje, ao eterno, caricato e para muitos repulsivo representante dos militares Paulo Maluf, ao seu eterno rival, de estilo bonachão e de competência inquestionável porém teimosa, Mário Covas e ao outro também grande líder um pouco menos radical, Leonel Brizola.

Autarquicas
Personagens Folclóricos
Como não podia deixar de faltar, houveram mais figuras estranhas do que candidatos de destaque naquele pleito e hoje os conhecidos deputados Fernando Gabeira e Ronaldo Caiado tinham personalidades sérias, porém escorregaram na votação, ficando em 18º e 11º. Nenhum deles ficou registrado por tanto tempo, e somente sua morte por câncer em 2006 poderia lhe calar, quanto ao Dr. Enéas Carneiro, candidato do recém criado PRONA e que, nos míseros dezoito segundos do horário político falava tão rápido que o melhor que dava para entender (pela repetição) era “Meu nome é Enéas”. Quem não se lembra de Marronzinho? No começo do horário eleitoral ele aparecia amordaçado em frente às câmeras. Quando finalmente o candidato resolveu falar algo, dentre um dos muitos disparates que pronunciou, disse que iria obrigar a Petrobrás (Petróleo?) a procurar água no nordeste. Virou evangélico e tem um jornal hoje. Outros, como Covas e Ulisses, morreram como Paulo Gontijo e Aureliano Chaves, que mesmo com o prestígio de vice-presidente do Brasil, não conseguiu nem um por cento dos votos. Ao ostracismo ficaram condenados Manuel Horta, Zamir e Lívia /Maria, a primeira candidata do Brasil.

Eleições de 1989
O Vai e Vém da Política
As ironias aparecem principalmente quando o tempo passa e isso fica claro quanto *a figura do presidente José Sarney. Figura temida tanto pelo atual presidente Lula quanto pelo eleito à época, Fernando Collor, hoje, ao lado do mesmo Collor é quem sustenta e ajuda quando dores de barriga do atual governo aparecem.