O Que é Transplante De Órgãos e Como Eles São Feitos

Depois que uma pessoa morrer, dependendo da causa do seu falecimento, alguns de seus órgãos permanecem em atividade e podem ser transplantado para outra pessoa compatível e que sofra com algum tipo de anomalia. Apesar de ser um assunto muito discutido, ainda existe um certo tabu sobre a doação de tecidos e órgãos tanto por motivos culturais como, e principalmente, por questões religiosas.

Vamos aqui saber mais a importância da doação de órgãos e tecidos através de alguns mitos e verdades que são espalhados sobre o assunto.

O Que é e Como Começou o Transplante De Órgãos No Brasil

Apesar de ser considerado o procedimento mais complexo que existe na medicina, o transplante de órgãos e de tecido ainda é o setor da saúde que tem maior qualidade em nosso país e ainda temos o maior programa público de tratamento do mundo. Hoje, 92% das cirurgias que são feitas diariamente para transplantes, são pagas pelo governo.

Esse procedimento chegou aqui no Brasil na década de 60 e só eram feitos em São Paulo, onde o programa é de melhor qualidade até hoje. A partir de 1986, como não havia mais suporte para atender à todos os pacientes, novas centrais foram sendo criadas ao redor do estado como o São Paulo Interior Transplantes (SPIT), que fica em  Ribeirão Preto.

Em 1990 o governo criou o Banco de Órgãos, Tecidos e Substâncias Humanas, para que as filas de pacientes precisando de um transplante fossem atendidas. Em 1993 o governo ainda regulamentou a lei 8.489, onde doadores vivos também podiam se cadastrar para que seus órgãos fossem aproveitados em caso de morte.

Quem Pode Ser Doador De Órgãos

Qualquer pessoa pode ser doador de órgãos desde que não apresente nenhuma doença que prejudique o funcionamento da parte que será doada. Toda pessoa que venha a doar uma parte de seu corpo ao falecer, ou em alguns casos, durante a vida, terá que passar por uma bateria de exames para saber se o quadro de doença ou contaminação está totalmente limpo.

A única restrição que existem nestes casos de doação e que foi acrescida recentemente no Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes, é o caso de transplantes de pessoas com alguns tipos de doenças que também podem fazer a doação de seus órgãos desde que quem vai recebê-lo possui a mesma enfermidade. Não estamos dizendo que um órgão doente será transplantado, mas sim, o órgão sadio que está em um organismo doente.

Fila De Espera

Este ainda é o maior problema enfrentado por pessoas que precisam de um órgão a ser doado e não possuem doadores compatíveis em sua família ou círculo de amigos. A fila de espera para doação de órgãos hoje já ultrapassa os 70 mil pacientes em todo o país e estes pacientes são divididos na maioria dos casos em ordem cronológica ao qual se cadastraram. Em outros casos entram as emergências e casos especiais.

De uma forma geral, a fila de espera é preenchida levando em conta o Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes. Segundo este documento, em uma fila de cadastro normal, a prioridade de atendimento será sempre para aqueles pacientes com idade menor que 18 anos e os doadores também devem ser a mesma faixa de idade.

Como o andamento da fila depende muito da quantidade de doadores e também de onde o órgão estará em relação ao receptor, em alguns casos o primeiro da lista pode não ser atendido e/ou a demora pela espera durar até 3 ou mais anos. O primeiro caso citado se dá porque muitas vezes um órgão é doado em um estado e o tempo, assim como as condições de transporte, não permitem que ele chegue a tempo saudável no local onde se encontra o doador.

Fila De Espera

Fila De Espera

Quais Órgãos Podem Ser Doados Em Vida?

Quando falamos em doações de órgãos, imediatamente remetemos a ideia de que o doador esteja morto, mas nem sempre isso acontece. Alguns órgãos como o pâncreas, o rim, o fígado, o pulmão e a medula óssea podem ser transplantados por doadores ainda em vida. Existem outros casos que também podem gerar esse tipo de doação, mas devem ser analisados individualmente já que a retirada de uma parte do seu corpo deve ser feita de forma consciente e que não acarrete problemas de saúde para você e também para quem recebe seu órgão.

Os casos de morte encefálica as doações ainda são categorizadas como “em vida” e a autorização fica por conta do cônjuge, depois de filhos, familiares mais próximos e por último, os amigos. Caso você queira deixar autorizado a doação de órgãos em caso de morte encefálica, deve registrar essa autorização por escrito ou se cadastrar em algum banco de doação.

Doação Em Caso De Morte

Este tipo de doação é feito com autorização do parente direto mais próximo e caso o paciente não tenha deixado nenhum registro como doador de órgãos, a família quem vai tomar tal atitude. A decisão deve ser informada ao hospital que prontamente aciona a Central de Transplante mais próxima.

Vale a Pena Se Informar

As vantagens de ser um doador de órgãos são imensas. Podemos ficar muito tempo discriminando números de estatísticas sobre a quantidade de pessoas que precisam de um órgão transplantado e a quantidade de pessoas que teve um órgão transplantado, mas o que favorece muito mais do que os números, é a chance que você tem de dar vida à outra pessoa depois da sua morte ou até mesmo enquanto vive.

Caso você queira se tornar um doador ou saber mais sobre como funciona esse sistema, basta acessar os diversos portais sobre o assunto. Destacamos os principais para você

  • Sistema Nacional de Transplantes: Neste LINK você saberá como funciona o sistema de transplantes e como pode se tornar um doador.
  • Departamento de Informática do SUS: este é o órgão responsável pelo banco de dados da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde e onde você saberá o andamento das filas de doadores. Acesse.
  • Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos: Um organização paralela ao governo, que dá suporte à todas as pessoas que buscam a doação de algum órgão ou tecido. Acesse.
  • Associação Brasileira de Transplante de Órgãos: Principal fonte sobre a doação de órgãos. Acesse.
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Curiosidades

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