Como Nasceu o Simbolismo no Brasil

Por volta do ano de 1888, predominavam no Rio de Janeiro o Parnasianismo e também o Naturalismo; sendo que em São Paulo, entre alguns jovens acadêmicos Baudelaire começava a ser conhecido.

Entre os estudantes da época, foi Emiliano Perneta um dos pioneiros no manuseio de “As Flores do Mal”, e isto numa atmosfera de sigilo e ainda assim entre amigos íntimos.

Por ocasião de suas férias, levou consigo o tomo para a cidade de Curitiba, no Paraná, confiando tal raridade a um conhecido seu.
Nesse tempo, os admiradores do simbolismo ouviram falar de alguns mestres cuja fama reluzia como ouro novo.

Seus conterrâneos e alguns poucos colegas acadêmicos se deliciavam em ouví-lo, mesmo sendo meros aspirantes à carreira literária, carreira que em Curitiba não poderia ser acompanhada. Algum tempo depois é que a capital paranaense passou também a ter representações desse estilo literário.

Surgimento do Simbolismo

Indo-se, porém ao Rio, poder-se-ia encontrar Emílio de Meneses um dos escritores de então.
Dessa forma, parnasianos de renome acolheram aqueles que seriam os precursores do Simbolismo na própria cidade do Rio de Janeiro; estendendo suas relações com o passar dos dias.

Foi Olavo Bilac um dos mais persistentes em ver, com toda a bondade, se era produzida a centelha característica pela qual era reconhecida uma nova simpatia legítima.

O terra-a-terra do naturalismo, bem como a excessiva exterioridade dos parnasianos não estavam nas cordas do simbolismo. Ele não era da “vã literatura”, como Cruz e Sousa viria a definir mais tarde.

Tempos depois, Emiliano Perneta chega ao Rio de Janeiro, e antes de partir para São Paulo, onde posteriormente concluiu seus estudos e isto bem no dia da Proclamação da República, Emiliano publicou “Músicas”, pensando haver feito um livro que pudesse lhe dar um nome de letras.
Aconteceu de conseguir uma boa imprensa no meio no qual trabalhava, tendo ganho a simpatia e prestigio dos trabalhadores do ramo.

Livro Musicas

Entretanto, no Rio de Janeiro quase não conseguiu notícias. Seu relacionamento com os parnasianos que de algum modo poderiam divulgar o nome, não lhe trouxeram grande êxito.

De verdade e de fato, “Músicas” na ocasião significavam um curioso indício de inquietação literária, e praticamente mais nada. Nessas páginas os leitores e observadores atentos podiam contemplar uma natureza curiosa sendo formada, natureza essa avessa ao rótulo, ao lote batido, porém muito cheia de problemas e totalmente desalinhada com os parnasianos.

Foi nessa mesma época que Gonzaga Duque, Oscar Rosas, Lima Campos e outros que representavam um grupo de tendências naturalistas se aproximaram de Emiliano.

O próprio Virgílio Várzea também chegou do Sul, e juntamente com Oscar, ambos amigos de Cruz e Sousa, aliaram-se a muitos outros para travar uma batalha no meio provinciano.

Cruz e Sousa

Esses jovens eram ligados a determinados portugueses que também eram escritores, mais precisamente a Eça, Ramalho, Fialho d’Almeida na prosa; a Guerra Junqueiro, João Penha e Cesário Verde no verso; mais ligados aos portugueses do que aos próprios autores brasileiros, por mais conhecidos e famosos que pudessem ser.

Por Carlos Alberto Bächtold – Laboratório Municipal de Foz do Iguaçu, PR.

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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