Assim como nascemos e crescemos, o envelhecimento faz parte de nossas vidas. Entretanto, mesmo sendo uma fase da vida que faz parte do ciclo de todos os seres vivos, as pessoas idosas ainda não conquistaram o direito e a consideração que merecem, especialmente no nosso país.Como a nossa cultura possui uma supervalorização da juventude, os idosos brasileiros são sempre deixados para segundo plano. Isso pode ser constatado com um simples passeio nas principais cidades brasileiras.E as cenas de desrespeito contra os idosos são inúmeras como: motoristas de ônibus que não param nos pontos quando existem somente idosos no aguardo do coletivo; ruas e calçadas esburacadas e cheias de obstáculos, que fazem com que o idoso corra perigo iminente de cair ou de ser atropelado; a falta de respeito de muitos passageiros usuários de transporte coletivo, como ônibus, trem ou metrô, que fingem estar dormindo somente para não ceder lugar aos idosos, entre muitas outras.Mesmo os idosos que anos atrás tinham muita fama e admiração das pessoas, não ficam imunes ao descaso que o Brasil oferece às pessoas que estão na terceira idade. Não são raros os casos de artistas que estiveram no auge da fama e riqueza durante a juventude e que ficaram na miséria durante a velhice.Se no caso dos anônimos já fica complicado fazer um planejamento financeiro e investir uma parte de seus rendimentos na fase economicamente ativa, o que dizer dos artistas que sempre foram paparicados e se esqueceram de se preparar para a velhice ?São muito comuns casos de artistas que ficam totalmente desamparados financeiramente na velhice porque não conseguiram fazer um “pé-de-meia” ao longo de sua carreira. Isso acontece, pois normalmente quando estão gravando uma novela, encenando uma peça de teatro ou rodando um filme, os artistas recebem um cachê por obra, ou seja, não recolhem o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), como o que acontece com os trabalhadores assalariados.Mesmo recebendo uma quantia considerável, muitos deles nem pensam em fazer uma reserva para a aposentadoria, pois eles não irão receber, já que não contribuíram para o INSS. Pelo contrário, muitos pensam somente em gastar.
Retiro dos Artistas
É o que aconteceu com a ex-vedete Wilza Carla, por exemplo, que morreu na miséria e esquecida pelo público em Junho do ano passado, e estava sem condições de se locomover e padecendo do Mal de Alzheimer.No auge de sua carreira de vedete, nos anos 50, Wilza Carla foi eleita a rainha do carnaval carioca e chegou a namorar o cantor Roberto Carlos e foi amante do então governador do Rio de Janeiro. Ela ganhou muito dinheiro ao longo de sua carreira, mas gastava boa parte do que recebia em fantasias e outros artigos supérfluos, não fazendo um planejamento financeiro. Por esses motivos, ela passou a depender da ajuda de sua filha Paola Faenza para sobreviver.Para auxiliar os artistas na terceira idade, existe no Rio de Janeiro, a importante instituição Retiro dos Artistas, que tem como objetivo acolher essas pessoas que foram abandonadas pela família, passam por dificuldades financeiras e não têm para onde ir.Fundado em 1918, o Retiro possui um espaço que é semelhante a uma pequena vila, cada hóspede possui a sua “casinha” e recebe toda a ajuda necessária para o seu bem estar, como alimentação, medicamentos e até sessões de fisioterapia.Entretanto, para manter toda essa estrutura, o Retiro dos Artistas depende muito de doações, em especial de roupas, medicamentos, alimentos, móveis, eletrodomésticos, dinheiro em espécie, além de voluntários para auxiliarem no trabalho, que não é pouco.Se você mora próximo do bairro do Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, não custa nada passar alguns momentos ajudando idosos que dedicaram toda sua vida à arte. Quem mora fora do Rio e quer ajudar, pode colaborar mensal ou eventualmente, tornando-se um amigo do Retiro dos Artistas. Saiba como participar no site: http://www.casadosartistas.org.br/ajude.html
