Poema Saber Viver Cora Coralina
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Conhecendo a Trajetória de Cora Coralina
Cora Coralina é uma das maiores poetisas brasileiras, se destacando no ambiente literário brasileiro, entre homens e mulheres, protagonizando o cenário de poesias no Brasil contemporâneo. Se tornou conhecida por escrever de forma simples, sobre temas complexos e simples. Com a popularização da sua obra, Cora Coralina se tornou uma das maiores poetisas brasileiras. Seu nome de batismo é Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, sendo nascida em 20 de agosto de 1889, natural da cidade de Goiás. É filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, e de Jacyntha Luiza do Couto Brandão. Cora Coralina não teve muito contato emocional e físico com seu pai, uma vez que o mesmo veio há falecer pouco mais de um mês depois do nascimento de Cora Coralina.
A escolaridade de Cora Coralina é bem conhecida, tenso estudado na escola primária Mestre Silvina, e depois se mudou para Mossâmedes. Nessa época Cora Coralina já iniciava a escrita de seus primeiros poemas, muitos destes escritos na época, são absolutamente conhecidos hoje. Um dos livros mais conhecidos de Cora, foi escrito nessa época de adolescente da poetisa, e somente foi publicado por uma editora quando ela já tinha 76 anos de idade, intitulado “Poemas de Becos de Goiás e Estórias Mais”.
Pouco antes de completar 20 anos de idade, Cora Coralina criou um periódico chamado “A rosa”, onde ela publicava exclusivamente poemas femininos. Para executar essa publicação, ela contou com a ajuda de suas amigas Leodegária de Jesus, Alice Santana e Rosa Godinho. Foi a partir daí que a jovem Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas passou a utilizar o pseudônimo Cora Coralina, com a qual ficou largamente conhecido no Brasil todo.
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O Casamento de Cora Coralina
Após o momento que Cora Coralina passou a utilizar seu pseudônimo, coincidentemente passou a ser reconhecido em seu estado e região, assumindo o controle da secretaria literária do estado de Goiás. Em 1910, Cora Coralina publicou um conto largamente conhecido, a “Tragédia da Roça”. O lado positivo na vida profissional casou literalmente com o sucesso na vida pessoal. O felizardo foi um advogado e bacharel em direito chamado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, e a partir disso programou sua mudança para São Paulo.
Nessa mudança de território, Cora Coralina que já se interessava pelas causas progressistas como homofobia, racismo e principalmente feminismo, iniciou o interesse pelo bem estar público e a politica. Depois do seu casamento em 1925, Cora iniciou a trabalhar e participou na Revolução Constitucionalista de São Paulo, em 1932.
Cora teve em seu casamento 6 filhos, onde 2 deles faleceram. Sete anos depois de seu casamento com o advogado Cantídio, Cora Coralina teve que suportar a perda do seu marido, e teve que improvisar uma renda extra, onde abriu uma loja de tecidos na cidade de Andradina.
Na década de 70, Cora Coralina se encontrava no auge de sua carreira, e recebeu a cadeira de número 5 na Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. No estado de Goiás, ela foi largamente homenageadas, e é considerada por muitos a maior poetisa daquele estado. Cora Coralina faleceu em 10 de abril de 1985, na cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás, onde foi acometida de um grave pneumonia no alto de seus 95 anos.
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Poema “Saber Viver”, uma das maiores obras de Cora Coralina
Um dos poemas mais bonitos, e absolutamente complexos dentro da simplicidade de Cora Coralina, é “Saber Viver”. Segue abaixo a obra:
-“ Não sei…
se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura…
enquanto durar.
Ao lermos este poema maravilhoso, conseguimos entender o porque dele ter sido tão largamente perpetuado pelos 4 cantos brasileiros. Ao invés de usar uma linguagem formal, Cora faz uso de uma linguagem simplificada, e nos ensina a obter uma forma de vida mais rica nos detalhes e com uma quantidade de significados muito maior.
Podemos perceber que ela escreve com um eu lírico em primeira pessoa, se pondo em um colocação de mulher conhecedora e dotada de grande vivencia. A partir disso destaca alguns pontos, que se bem interpretados podem fazer toda a diferença do mundo, na vida de cada pessoa. Algo muito interessante é o uso da linguagem poética, com a finalidade de demonstrar o poder da empatia, uma vez que é extremamente interessante dar amor ao próximo, para ganharmos significado na nossa trajetória.
Uma frase muito usada por Cora, é falada há muitos anos por diversos escritores: “A felicidade não está no ponto de chegada, mas sim na trajetória”. A partir disso, tudo que ela prega neste poema faz sentido. Quando ela pede que demos um colo, um abraço, que acolhamos ao próximo que precisa de suporte, fica subentendido que fazendo o bem durante a caminha, conseguimos obter a plena consciência da felicidade. Dessa forma chegamos ao final do trajeto, com o prazer na alma, de que distribuímos sorrisos e o bem, de uma maneira geral.
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Curiosidades de Cora Coralina
Cora Coralina tem grandes curiosidades em sua trajetória, além do que já é sabido pela sua bibliografia, que é largamente distribuída na internet. Uma curiosidade muito interessante é que a casa onde viveu Cora Coralina durante os últimos anos de sua vida, se transformou em um dos mais belos museus do Brasil, o Museu Cora Coralina. Com uma ponte sob o rio na entrada, esse Museu foi inaugurado em 2001. Hoje o patrimônio é reconhecido pela Unesco, como patrimônio da humanidade.
Um fato marcante na vida da poetisa, é que durante o maior evento de arte do país, a “Semana da Arte Moderna” realizada em São Paulo, Cora Coralina foi convidada para participar do evento. Contudo, quando já estava preparada para confirmar, o seu marido a proibiu de dar a sua contribuição.
Para finalizar, vale a pena frisar o primeiro poema de Cora Coralina, que foi criado aos 14 anos de idade pela jovem Cora. Esse poema está em seu primeiro livro, e é chamado “A Rosa”.