Governo de Sp Investigou Pelé Durante Ditadura

Nem mesmo o melhor jogador de futebol de todos os tempos, Edson Arantes do Nascimento, o rei Pelé, foi poupado das investigações durante a ditadura militar. Isso porque, durante a ditadura militar, o governo do Estado de São Paulo investigou o Rei do Futebol, conforme constam em documentos que foram encontrados abandonados em 2010, em um prédio pertencente à Polícia Civil, na cidade de Santos, no litoral sul do Estado de São Paulo.

Pelé

Pelé

Segundo informações divulgadas à imprensa pela assessoria do Arquivo Público Paulista, Pelé começou a ser investigado pela ditadura depois da ocasião de ter recebido um documento de um servidor público durante um evento que o homenageava em outubro de 1970. No envelope constava um manifesto solicitando anistia aos presos políticos durante o regime militar.

Apesar de não ter provocado nem incitado a atitude do servidor público, que também era ativista político, o Rei do Futebol passou a ser investigado pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social) suspeito de envolvimento com a esquerda.

Conforme informações do Arquivo Público Paulista, a ficha do ex-jogador constava somente de uma pasta pequena que descrevia o episódio ocorrido no ano de 1970, somente. Desde o dia 22 de agosto, os arquivos secretos do Dops estão disponíveis para serem consultados pela população, que pode conferir, pela primeira vez, alguns detalhes deste triste período brasileiro, que ficou famoso pela tortura e pelo desaparecimento de inúmeros militantes da esquerda.

Rei Pelé

Rei Pelé

No Arquivo Público do Estado de São Paulo, existem 11,6 mil documentos que podem ser consultados pelo público, que foram elaborados pelo Departamento durante os anos de1924 a 1983.

Todos esses milhares de documentos secretos, e de um imenso valor histórico, se encontravam abandonados em uma pequena sala situada no segundo andar do prédio do Palácio da Polícia de Santos, com uma dimensão de 18 m², fechada com cadeados, escondida atrás de dois elevadores.

Os papéis foram transferidos para o Arquivo Público Paulista em fevereiro do ano passado, quando foi constatada a sua existência. Nos arquivos do acervo, constam documentos do Dops, a polícia política paulista que existia na época do regime militar. Neles, constam inúmeras investigações realizadas pela polícia política com pessoas que consideravam da esquerda oposicionista, contra o então regime vigente. Na grande lista encontram-se investigações feitas em líderes estudantis, pertencentes à UNE (União Nacional dos Estudantes), além de guerrilheiros, comunistas, padres, políticos e sindicalistas.

Na relação de arquivos que agora podem ser lidos por qualquer cidadão, um dos documentos mostra que o então chefe do Dops, Romeu Tuma, senador falecido em 2010, recebeu informações sobre um show musical que o cantor e compositor Chico Buarque iria realizar no ano de 1972.

Rei do Futebol

Rei do Futebol

Além disso, o acervo possui depoimentos de um servidor público e de dois pescadores que relatavam que o líder da guerrilha ALN (Ação Libertadora Nacional), Carlos Marighella, idealizava uma ação em 1969, no litoral do Estado de São Paulo.

Mais informações no site: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/memrev/memrev_texto.php

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