Convivendo com uma imensidão de católicos incluindo o crescimento pujante dos evangélicos, o budismo brasileiro resiste com um ínfimo número de seguidores. Segundo fonte do Censo 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País registrou quase 215 mil adeptos, sendo que a pesquisa de 1991 contabilizou um contingente com mais de 236 mil. Um dos motivos que explica este parco percentual (em torno de 0,10%) e a redução de budistas no Brasil, consiste na falta de renovação dos sacerdotes. Outra desvantagem reside nas poucas lideranças religiosas vivas do Oriente, que não demonstram qualquer interesse em agradar o cidadão brasileiro.
A maioria dos espíritos evoluídos que visita as terras tupiniquins não fala nem o inglês, o que dificulta bastante a compreensão da bela filosofia de Buda.
O budismo desembarcou no Brasil há mais de 100 anos de uma maneira clandestina, quando os primeiros imigrantes japoneses chegaram no Porto de Santos (SP). Naquela época, a igreja Católica era absoluta no País e existia uma enorme resistência para as outras religiões, sendo que muitos monges tiveram que se disfarçar de agricultores. Após a Segunda Guerra Mundial, a partir de 1950, o budismo passou a se institucionalizar com uma invasão de templos, que variou da tradição tibetana à propagação da corrente zen.
Nas décadas de 70 e 80, a religião despertou muito interesse da mídia devido à adesão de vários artistas e intelectuais, que simpatizaram com o heroico idílio de Buda. Ao longo das próximas décadas tudo não passou de uma “onda” e a religião não conseguiu se propagar entre os fiéis brasileiros. Contudo, a internet expõe as práticas, atividades e filosofias do Dharma, agregando diversos grupos e comunidades nas redes sociais. O País também apresenta templos reluzentes, como os situados em Cotia (SP) e Três Coroas (RS).
Em Busca da Verdade: Nascido no Nepal, em berço esplêndido rodeado de muita riqueza, luxo e suntuosidade, o príncipe Sidarta Gautama vivia confinado no Palácio Real protegido de qualquer problema, que acontecia no mundo exterior.
Aos 29 anos ordenou um guarda para que o levasse até a cidade, onde teve o primeiro contato com pessoas que conviviam com a dor, miséria e doenças. Após ficar chocado com estas cenas despediu-se da mulher e do filho, raspou a cabeça, vestiu uma simples túnica e peregrinou em busca de sua iluminação espiritual. Vagando pelo norte da Índia conheceu sábios, eremitas, doutrinas e religiões, onde passou por uma série de percalços e privações, até atingir o conhecido estágio do nirvana, onde se transformou em Buda (O Iluminado). Segundo a tradição budista, a cada 2.500 anos, aproximadamente, uma nova reencarnação de Buda nasce na Terra para girar a roda do Dharma. No mundo atual, Tenzin Gyatso é o 14.° Dalai Lama.