A História da Kombi no Brasil

O que é Uma Kombi?

Certamente, você já andou em uma Kombi na sua vida. Talvez quando criança, no transporte escolar, ou em transportes alternativos de viagem que se encontra perto de rodoviárias. Usadas tanto para transporte de carga quanto de pessoas, as Kombis são automóveis utilitários produzidos pela Volkswagen, e é  considerada o modelo que antecedeu as vans.

Sua construção diferenciada, mais robusta que tem apenas uma estrutura para montagem, o que une a carroceria e a base, suspensão com barras de torção, e a localização diferenciada do banco do motorista, que fica sentado praticamente na vertical e sobre o eixo da frente, tudo isso faz desse carro, um veículo simples e grande, que custa pouco para manter.

Embora modelos mais novos possuam motores mais atuais, durante meio século o motor das Kombis no Brasil foi um tradicional refrigerado a ar, simples, porém resistente, o boxer.  Em geral, esse tipo de motor superava em durabilidade o restante do carro, por isso não é difícil ver uma Kombi literalmente caindo aos pedaços, mas rodando perfeitamente. A Kombi, levando isso em consideração, é um veículo que se for manuseado e tratado corretamente, pode durar muito tempo.

Como Surgiu

Vinda do termo alemão Kombinationsfhrzeug (significa veículo combinado), a Kombi surgiu conceitualmente em 1940, no seu fim para ser mais preciso, quando o holandês Bem Pon, que deu início a essa ideia, desenhou um tipo de veículo que até então não havia sido construído, utilizando um modela de uma perua em cima de um chassi de um fusca.

Os primeiros modelos falharam em relação a aerodinâmica,porém, a ideia foi usada novamente na Faculdade Técnica de Braunschweig, onde o carro, apesar de ter uma forma não-convencional, adquiriu aerodinâmica melhor que a dos anteriores. Foram feitos vários testes com o novo modelo que mantinha a carroceria sobre a plataforma do fusca, mas ainda mantendo a ideia de chassi monobloco.

Depois de três anos do surgimento dessa ideia, a Kombi começou a circular pelas ruas no dia 8 de março de 1950, e acabou se tornando um dos principais “amuletos” do estilo hippie de 1960 até atualmente. Omodelo de Kombi T2 Microbus, já foi até protagonista do filme Pequena Miss Sunshine, com boa parte do filme passada em cenas no veículo.

No Brasil

Em 1950 a Kombi foi lançada na Alemanha e em 1953 se iniciaram as vendas no Brasil, importadas pelo Grupo Brasmotor (proprietários da marca Brastemp), o que faz deste veículo o primeiro Volkswagen fabricado no Brasil, e o que está há mais tempo em produção. Na traseira da Kombi havia uma grande tampo do motor, que deu origem ao apelido porta de celeiro (barndoor), e eram equipadas com motor de 1100cc e 25cv, a partida era elétrica, a base de chave, ou manual, a base de manivela.

Com o passar do tempo, o veículo foi ganhando mais peças e mais destaque, em 1952, ainda na Alemanha, a Kombi ganhou vidro e parachoque traseiros, e foram lançadas as versões Pick-Up e de passageiros com quinze janelas, apelidada de Samba. NO Brasil, as montagens deste veículo se iniciaram com peças importadas ainda pelo Grupo Brasmotor. Em 1957, 50% das peças passaram a ser brasileiras, porém o motor e o câmbio ainda eram importados.

Em 1959, foi o primeiro veículo brasileiro com a primeira marcha sincronizada, o motor 1200 era produzido no Brasil e a manivela de partida foi definitivamente abandonada. Em 1960, foi lançada a versão Turismo, adaptada para camping. Um ano depois, por exigência do Contran, a seta bananinha é proibida, pois causava acidentes e diversos ferimentos no rosto dos pedestres, e em seu lugar foram adotadas luzes intermitentes na dianteira, e na traseira. Em 1967, foi lançada no Brasil a versão Pick-Up, Kombis com bancos individuais na dianteira e outras novidades.

A versão Standard da Kombi veio para o Brasil designada inicialmente de Kombi, deixando claro que seria possível utilizá-la de mais de uma maneneira, como veículo de carga, retirando os assentos, ou para carregar pessoas, com os bancos. Depois, o nome Kombi serviu para identificar todas as suas versões no Brasil.

A versão Standard da Kombi já foi lançada em várias formas diferentes, como a utilizada para transporte escolar, com lugares para 12 pessoas, ou a versão de Luxo, que foi trazida com o intuito de abrigar uma família, nos anos 50 e 60. Esse mercado é hoje ocupado pelas minivans. Recentemente, o tipo Standard trouxe um novo modelo chamado Lotação, que foi usado para transporte público, e fazendo jus ao nome lotação.

As Kombis trazidas para serem casas móveis, os Trailers, produzidas pela Karmann, são baseadas no modelo Pick-Up.  Um modelo movido a diesel chegou comercializado no país, usando o motor Passat (não PE permitido que carros de passeio sejam desse modelo atualmente), com cilindrada alterada para 16600cc e um radiador que foi montado na dianteira do carro, nada discreto. O radiador não pareceu ter sido projetado para esse tipo de motor, já que superaquecia e tinha outros problemas, o que não agradou aos usuários, o que prejudicou as vendas.

Todos os modelos citados estiveram a venda com todos os tipos de carroceria, exceção aberta para a Pick-Up, que deixou de ser vendida no ano 2000. Porém, ironicamente, hoje é proibido usar as Kombis dos dois modos possíveis, os modelos de carga são exclusivamente para transportarem carga, e o de passei para levar apenas pessoas.

Fim de Linha

A Volkswagen confirmou esse ano o fim da produção da Kombi no Brasil. O fato já era esperado uma vez que não é possível adaptar ao veículo o airbag duplo e o sistema de freios ABS que serão obrigatórios em todos os veículos novos no Brasil a partir do ano de 2014. O fim dessa produção será marcada com uma série especial chamada Last Edition, que será limitada a 600 unidades, e será oferecida com o preço sugerido de R$ 85 mil.

Essa edição traz itens exclusivos como pintura tipo saia e blusa, acabamento interno de luxo e elementos de design que remetem às inúmeras versões anteriores fabricadas no país, é o que afirma a montadora. Essas unidades serão numeradas e terão placa de identificação.

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