Em nenhuma área do conhecimento humano as ideias surgem de um vazio. Qualquer invenção foi inspirada em algo preexistente. A linha que separa a inspiração do plágio é tênue, principalmente no eixo artístico. Escrever uma melodia de uma música baseada em outra é algo absolutamente normal para os músicos, mas muitas vezes pode acabar virando uma cópia e render até processo na justiça. Com a tecnologia não é diferente. Todas as criações são geradas a partir de alguma inspiração.
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A ideia pode vir de uma conversa, de um equipamento visto em algum lugar, de um livro, e de qualquer outra coisa. A inspiração nada mais é que um objeto (material ou simbólico) combinado à concepção de mundo de uma pessoa, o que gera uma nova ideia. As situações em que isso ocorre também são as mais distintas e até curiosas, em alguns casos. Pode-se ter uma inspiração enquanto viaja de avião, toma um banho ou até mesmo enquanto se faz amor. Keith Richards, guitarrista do Rolling Stones, por exemplo, conta em sua autobiografia que já pensou em várias partes de músicas que criou enquanto estava com uma mulher na cama.
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Recentemente no Japão uma empresa anunciou estar desenvolvendo uma cadeira flutuante para idosos. A ideia parece genial, pois facilitaria a vida de milhões de pessoas com problemas de mobilidade ao redor do mundo. Além dos idosos, deficientes físicos também poderiam utilizar o sistema. Quando os pesquisadores da universidade japonesa de Kobe Gakuin foram questionados sobre a inspiração que os levou a realizar tal estudo, não tiveram vergonha de admitir que se basearam em um objeto utilizado em um jogo chamado “Air Hockey”. O objeto se movimenta na horizontal e gira com muito mais facilidade que as cadeiras de rodas eletrônicas habituais. Pode carregar até 150 quilos. Os mais animados com a novidade já pensam em desenvolver um skate flutuante, inspirado no utilizado na franquia de filmes “De Volta para o Futuro”.
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Outras inspirações podem não ser causadas por cópias de outras ideias, mas sim por situações que às vezes chegam a ser cômicas, como no caso de Keith Richards. Situações mais simples, do cotidiano, podem dar ideias que acabam criando tecnologias inovadoras. Hoje em dia as sessões legislativas de câmaras de vereadores e deputados são transmitidas ao vivo via internet em várias cidades brasileiras. Ao contrário do que possa parecer, essa ideia não surgiu de um jornalista de algum plenário ou de um político preocupado com seus eleitores. Na Câmara Municipal de Fortaleza foi decidido separar os funcionários técnicos dos políticos para que as discussões das sessões não atrapalhassem aqueles. Para que eles pudessem, quando preciso, acompanhar o que acontecia, instalaram uma webcam no plenário. Um funcionário sugeriu que os vídeos fossem abertos ao público pela rede mundial de computadores e a ideia pegou em todo o país.
