Muitos brasileiros estão arrumando as malas para poder realizar o sonho de ser médico fora do Brasil, mais precisamente em países vizinhos, como o Paraguai. Uma difícil decisão, porque estes alunos ficam longe da família, sem conforto, e alguns ainda enfrentam a falta de dinheiro, tudo para realizar o sonho de ser médico. Além disso, a volta para o Brasil não é tão fácil, pois eles enfrentam alguns problemas depois de formados.
Diante de tantas dificuldades, todo mundo se pergunta o motivo da escolha e a resposta é simples: no Paraguai não existe vestibular para ingresso e fica mais atrativo ainda, porque o valor da mensalidade custa pelo menos 6 vezes menos do que no Brasil.
Enquanto no Brasil um curso de medicina em uma faculdade particular custa entre R$ 2,5 mil a R$ 6 mil, no Paraguai a mensalidade não supera R$ 500, o que significa tornar possível para muitos realizar uma faculdade de medicina que no Brasil seria impossível.
O Brasil é o segundo país do mundo com o maior número de faculdades de medicina, sendo que em primeiro está a Índia. No total, temos cerca de 180 universidades que oferecem o curso e todas exigem o vestibular para o ingresso.
A história de quem vai para o Paraguai fazer o curso de medicina é sempre a mesma, a maior parte não tem uma família que pode pagar as mensalidades brasileiras e uma pequena parte já tentou o ingresso através do vestibular no Brasil e não conseguiu entrar. Mesmo sendo mais barata, não é fácil para essas famílias bancarem os estudos dos filhos, sendo que pais se desdobram e trabalham dobrado para bancar o sonho.
O problema não termina depois da formatura, ao contrário, começa, pois o diploma de médico estrangeiro não é válido no Brasil, somente depois de uma revalidação do diploma é que o médico formado no Paraguai ou em qualquer outro país poderá exercer a profissão no Brasil. E mais, é um processo longo, difícil e muito caro.
Alguns são obrigados a fazer curso de complementação de aulas que não fizeram no exterior, prestar provas e seguir as regras das universidades federais brasileiras, e poucos conseguem. O governo brasileiro criou uma prova em Brasília para revalidar os diplomas, porém, o número de reprovados continua muito alto.
No Brasil existe cerca de 347 mil médicos e a cada ano 13 mil novos são formados. Mesmo parecendo um número alto, o governo brasileiro considera necessário que se formem mais médicos, porque a relação entre médico e paciente (população) é muito inferior do que teria que ser. Em São Paulo, existe um médico para cada 240 habitantes, e no Acre a situação é ainda pior, um médico para cada 980 pessoas. Números que assustam o governo brasileiro.