Prisões Clandestinas No Mundo

Infelizmente as prisões clandestinas são uma realidade no mundo todo, pelos mais variados motivos essas prisões são construídas e enclausuram inúmeros inocentes. O assunto ganhou mais repercussão com a novela “Flor do Caribe” da Rede Globo que tem como enfoque um personagem preso numa dessas prisões.

Esse era um assunto que não tinha tanto destaque na mídia, mas que merece a nossa atenção, pois a ao longo da história e em todo o planeta foram descobertos casos de prisões que detém pessoas sem ter o direito para isso. Abaixo listamos alguns casos de prisões clandestinas, saiba mais e descubra como esse tipo de situação acontece na vida real.

Prisões Clandestinas No Mundo

Prisões Clandestinas No Mundo

Prisão Clandestina Do Hamas Na Cisjordânia

Em 2012 as forças de segurança da Autoridade Nacional Palestina (ANP) fizeram uma descoberta alarmante, uma prisão clandestina do Hamas. A prisão ficava num restaurante de Nablus e foi construído pelo movimento islamita Hamas. O espaço era um tipo de habitáculo que deveria servir de prisão.

Prisão Clandestina Do Hamas Na Cisjordânia

Prisão Clandestina Do Hamas Na Cisjordânia

As autoridades da Cisjordânia acreditam que o Hamas pretendia prender integrantes da ANP como uma forma de retaliação pelo fato de membros do grupo extremista terem sido presos.  Desde 2007 é o Hamas quem de fato governo a Faixa de Gaza, pois expulsou as forças leais ao presidente Mahmoud Abbas da ANP.

O movimento considerou as detenções dos seus integrantes como um impedimento de conseguir uma reconciliação nacional com a Palestina. O fato é que havia uma prisão construída no restaurante que se não fosse descoberta a tempo teria sido usada para aprisionar agentes da ANP.

As Prisões e as Torturas Do Governo Bush

O Governo do presidente George W. Bush foi um dos que mais dividiu opiniões. Para muitos ele perdeu uma grande chance de evitar inúmeros conflitos quando começou a intervenção no Afeganistão e no Iraque. Em 2004 o mundo todo ficou escandalizado com a prisão iraquiana de Abu Ghraib em que soldados americanos torturavam pessoas.

O que poucas pessoas sabem é que o Governo americano destina uma boa verba para a manutenção de prisões clandestinas nos lugares mais remotos do mundo. O objetivo dessas prisões é conseguir confissões e informações dos prisioneiros capturados. Nos EUA os presidentes se sucedem e esse financiamento não termina.

Nessas prisões clandestinas não existem leis e muito menos direitos dos prisioneiros, a Convenção de Genebra é totalmente ignorada. Depois que a prisão e os abusos cometidos em Abu Ghraib foram denunciados o Governo americano percebeu que precisava se justificar e declarou que se tratavam apenas de casos isolados aqueles que tinham ganhado o mundo.

Algum tempo se passou e logo foi denunciado a imprensa que pessoas importantes da equipe de George W. Bush como o vice-presidente Dick Cheney, ex-secretário de Estado Colin Powell, assessora de Segurança Nacional Condoleezza Rice entre outros funcionários do alto escalão sabiam e autorizaram as torturas realizadas nas prisões clandestinas criadas pelas guerras.

O Caso De Guantánamo

A Prisão de Guantánamo é talvez o exemplo mais conhecido de prisão clandestina uma vez que contava com 400 pessoas presas sem nenhuma acusação formal. O nome oficial dessa prisão militar estadunidense é Campo de Detenção da Baía de Guantánamo (em inglês: Guantánamo Bay Detention Camp).

A prisão faz parte da Base Naval da Baía de Guantánamo que está incrustada na baía de mesmo nome e que fica na ilha de Cuba. Nessa base existiam três campos de detenção que são Camp Delta, construído em 2002 e que conta com outros 5 campos (1, 2, 3, 4 e Camp Echo), Camp X-Ray e Camp Iguana.

A base militar de Guantánamo é tida como um dos principais símbolos do poder do imperialismo dos últimos tempos. As informações sobre os cerca de 400 presos eram públicas e em geral essas pessoas não tinham acusações formais contra si para estarem presas e nem mesmo tinham direitos jurídicos.

Esses prisioneiros ficavam algemados pelas mãos e pelos pés unidos por uma corrente curta que os fazia caminhar lentamente e juntos. A boca, os ouvidos e o nariz dessas pessoas eram cobertos. Dessa forma os sentidos dos prisioneiros eram negados, com certeza se trata de um tipo de tortura.

Quando Guantánamo Fechou

No ano de 2009 o presidente Barack Obama assinou o decreto-lei que fechava Guantánamo, isso se deu no primeiro ano de governo de Obama. Os prisioneiros foram tratados antes do fechamento da prisão e enviados para outros países para que fossem processados.

Depois que a prisão foi fechada foram feitas inúmeras reportagens em busca de saber o que acontecia dentro dos muros da prisão. Os ex-funcionários relataram que eram realizadas torturas de todos os tipos com os prisioneiros. Pessoas eram transportadas dentro de jaulas, havia abusos sexuais, espancamentos brutais, desrespeito a religião alheia e até mesmo a detenção de crianças.

As Prisões Clandestinas Das Ditaduras

As ditaduras se valem das prisões clandestinas para “sumir” com as pessoas que incomodam a ordem estabelecida de alguma forma. O Brasil viveu uma ditadura militar por muitos anos e muitas famílias sentiram a tristeza de não ver pessoas queridas retornando para casa.

Assim como no Brasil a Argentina também viveu uma ditadura por muitos anos e com isso também teve uma grande quantidade de prisões clandestinas. O que chama a atenção no caso do país vizinho é o fato de que foram ao todo 488 prisões clandestinas que funcionaram sem que ninguém as localizasse.

Estima-se que entre 18 e 30 mil pessoas desapareceram durante o período de ditadura militar. O Jornal Clarín fez um levantamento que chegou a conclusão de que pelo menos 488 prisões funcionaram no período da última década da ditadura (1976-1983).

No relatório que foi entregue às Nações Unidas são citados mais 65 lugares que ainda estão sendo analisados para se ter certeza de que realmente eram prisões clandestinas. Nesses centros ilegais milhares de pessoas foram detidas e mortas pela ditadura. Esse estudo se baseia no depoimento de 1.800 pessoas que são ex-presos ou familiares.

Os dados fornecidos por essas testemunhas foram cruzados com os dados da Secretaria de Direitos Humanos da Argentina. Trata-se de uma marca que dificilmente será apagada da história dos países latino-americanos e de todos os outros que ainda tem esse tipo de prisão.

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