A Evolução das Próteses Humanas

A Evolução das Próteses Humanas

Criar formas de adequação para pessoas com alguma deficiência ou alguma mutilação sempre foi uma grande preocupação para muitos médicos ou inventores. Existem muitas opções no mercado de artefatos que “substituem” os membros humanos. Algumas delas são, muitas vezes, bem desconfortáveis, que podem chegar até a ferir a pessoa que a utiliza. Criar novos modelos e aprimorá-los para promover mais conforto para as pessoas é sempre um desafio.

Ao longo dos anos, as próteses sofreram diversas melhorias. Várias foram as mudanças. Vamos conhecer um pouco sobre essa evolução:

  • Entre 3500 e 1800 a.C., os primeiros registros da utilização de próteses ortopédicas foram encontradas. Esse registro foi encontrado em num poema do livro considerado o mais antigo na cultura hindu, intitulado Rig Veda. Esse poema cita a história de uma rainha que era guerreira, que havia perdido uma perna em uma batalha e passou a usar uma prótese de ferro para que pudesse voltar para a guerra.
  • Foram descobertas próteses ortopédicas em múmias em dois museus. Com a forma de um dedão do pé direito. E datam de 600 a.C. Uma dessas próteses era formada 3 partes de madeira juntas por tiras de couro, que servem como uma dobradiça.
  • Nos anos 460 – 370 a.C., Hipócrates, que é considerado o precursor na , criou talas que corrigissem fraturas na tíbia. Naquela época, as próteses dos membros inferiores eram produzidas em madeira e possuíam alças de couro.
  • No ano 300 a.C., uma perna de bronze foi localizada em Cápua, na Itália.
  • Durante a Idade Média, aconteceram poucas evoluções. A maior evolução foi a adaptação de gancho nas próteses para as mãos e a utilização de pernas de pau. Nessa época, as próteses eram bem pesadas. Na maioria das vezes, eram feitas pelo ferreiro que produzia armaduras.
  • A primeira prótese transtibial articular sem travas foi criada pelo Pieter Verduryn, cirurgião holandês, em 1696. Esse modelo era para ser usado na região abaixo do joelho, que continha uma espécie de espartilho na altura da coxa, formado por dobradiças externas por couro, servindo para sustentar o peso. O pé era feito de madeira. 
  • Em 1800, James Potts, um médico inglês criou outro modelo de prótese. Esse modelo era feito com uma chapa de madeira curvada, que funcionava de encaixe para a coxa.
  • Em 1863 foi patenteada a primeira prótese transfemural, que possuía encaixe de suspensão por sucção, suspensa por pressão. Quem a patenteou foi Dubois D. Parmelee. Com isso, não havia mais a necessidade de se colocar arneses e espartilhos.
  • No ano de 1904, o primeiro paratleta a usar uma prótese de madeira substituindo sua perna direita, foi um ginasta alemão, o George Eyser.
  • Em 1912, foi criada a primeira prótese fabricada em alumínio. Ela reduzia 1,5 kg quando comparada com as próteses anteriores. Quem produziu e usou essa prótese foi Marcel Desoutter, que era um famoso aviador inglês. Que contou com a ajuda do engenheiro Charles, seu irmão. 
  • No ano de 1937, foram aplicados os primeiros polímeros nas próteses, foi na Alemanha. E isso aconteceu quando a produção de poliuretano foi descoberta por Otto Bayer. Um material bem versátil, que apresenta propriedades químicas e físicas.
  • Em 1948, aconteceu a primeira competição de paraplégicos, que ocorreu na abertura das Olimpíadas, em Londres, em Stoke Mandeville. Ao todo, foram 16 atletas que participaram nas competições de arco e flecha, arremesso de dardo e tiro ao alvo.
  • Produzida com resina termoendurecível, a prótese “Syme” é canadense e foi desenvolvida por Northrop Aviation. O pé era de borracha e ficava preso na extremidade.
  • Em 1959, houve uma grande evolução na prótese que foi desenvolvida por Verduyn. Essa ideia, a prótese PTB, ou Patellar Tendon Bearing, foi desenvolvida na Universidade da Califórnia. Com suas bordas superiores do soquete acima da articulação do joelho e a suspensão é feita por uma correia na coxa, provocando aos usuários uma atrofia do quadríceps.
  • Ano 1968. As próteses com encaixe para amputações abaixo do joelho, com soquete KBM, foram desenvolvidas na Alemanha. Com revestimento interno flexível, e com a pressão feita pela prótese na região a faz ser sustentada sem a necessidade de outros acessórios. Para proporcionar mais conforto para a pessoa, alguns cartuchos de EVA e meia era utilizados na parte interna. 
  • Em 1971, são criadas próteses endoesqueléticas ajustáveis, feitas de estruturas tubulares bem adaptáveis, com revestimentos de espuma plástica, para que fique com a forma de uma perna. Essa prótese foi criada pela empresa Otto Bock.
  • A partir de 1980, os problemas de sustentação e conforto foram resolvidos pelos liners de silicone. Vários problemas foram solucionados a partir dessa inovação como o incômodo, a rigidez, a facilidade de uso, a segurança e os custos.
  • Em 1984, importantes próteses feitas de fibra de carbono, foram desenvolvidas pelo especialista em próteses e também usuário da marca Flex-Foot, o norte americano Van Phillips.
  • Uma prótese cuja inspiração foi a pata do guepardo foi criada em 1990. A fibra de carbono absorve energia e é um material flexível. Os ligamentos são simulados pelos milhões de fios de carbono grafite, e chegam a produzir muito mais energia que os ligamentos de um animal. Nas Olimpíadas de Pequim, esse modelo de prótese foi considerado mais eficiente do que o próprio pé humano. 
  • Em 2012, o protótipo “Walking Assist Device” foi criado. Trata-se de um exoesqueleto capaz de sustentar o peso do usuário, muito eficaz para tarefas que exigem que a pessoa fique abaixada por períodos longos. Seu peso é 6,5 kg. Esse protótipo possui 2 motores elétricos, que são carregados por baterias. Sua duração chega a 2 horas. O aparelho pode ser controlado por sensores nos calçados.
  • As principais funções dos exoesqueletos hoje em dia são aumentar a força, possibilidade de andar, reabilitação e fisioterapia, para pessoas que apresentam dificuldades motoras.
  • 2013. Algumas pessoas voluntárias de ONGs estão produzindo próteses de braços e mãos em impressora 3D. Exemplos dessas ONGs são a Enabling The Future ou a Not Impossible.
  • Em 2015, uma alternativa de prótese ortopédica com baixo custo, que faz uso de materiais alternativos aos que encontramos nas próteses mais convencionais, foi desenvolvida pelo estudante Lucas Strasburg. Ele estuda engenharia mecânica em Novo Hamburgo (RS), na Universidade Feevale. Ele afirma que a prótese pode sair a um preço final até trinta vezes menor. O problema agora é fabricar o modelo em grande escala.

O plástico, por ser um material bem versátil, permite que o usuário da prótese possa personalizá-la de acordo com o seu estilo. Podem abusar das cores, dos desenhos e das texturas.

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Curiosidades

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