A Casa de Eike Batista

A Polícia Federal, em fevereiro de 2015, apreendeu os bens do empresário brasileiro Eike Batista. A notícia que surpreendeu o próprio empresário, também deixou a opinião pública de queixo caído. Afinal de contas estamos falando de um brasileiro que já figurou na famosa lista da Forbes como um dos mais ricos do mundo.

O motivo da apreensão dos bens de Eike é como uma medida cautelar. Como o empresário está respondendo na Justiça por uma série de crimes no mercado financeiro, ficou decidido que seria melhor garantir que os bens estejam em processo da polícia, caso seja necessário efetuar um leilão para pagar as dívidas.

Os Bens de Eike Batista Apreendidos Pela Polícia Federal

Mesmo sabendo que o empresário era um dos homens mais ricos do país, não teria como não se surpreender com o que foi apreendido pela Polícia Federal. De carros de luxo, vários, a um piano, que pertencia ao seus filhos do casamento com a modelo Luma de Oliveira, Thor e Olin.

A Polícia Federal esteve tanto na casa do empresário como na casa da sua ex-mulher mãe dos seus dois filhos mais velhos. Ambas casas luxuosas de Eike Batista ficam localizadas na Zona Sul do Rio de Janeiro, em uma das áreas mais valorizadas da cidade, o Jardim Botânico.

A apreensão dos bens do empresário foram feitas para cumprir à decisão da terceira Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Além da apreensão também foram bloqueados muitos bens de Eike, que não poderão ser mexidos enquanto não houver uma decisão final do processo.

A Polícia Federal em uma única operação apreendeu: no total sete carros de luxo, um deles, avaliado em 2 milhões e 800 mil reais, o Lamborghini aventador LP700-4. Esse carro servia apenas como objeto de decoração da sala do empresário. Outro caro que também tinha a mesma função é um Porsche Cayenne. Além disso, os policiais levaram celulares, quadros, dinheiro e um piano.

A defesa do empresário não esperava a apreensão dos bens do cliente e demonstrou surpresa e questionou a legitimidade da ação, alegando inclusive, que não teria tido acesso ao documento. O advogado entrou com um recurso pedindo a devolução dos bens.

As Casas e o Dinheiro de Eike Batista nas Mãos da Justiça

Não foram somente os bens apreendidos na operação da Polícia Federal que Eike Batista, por enquanto, perdeu, o juiz também determinou o bloqueio de contas e ativos financeiros num total de um milhão e meio de rais.

Além disso, as casas de Eike Batista, avaliadas num total de 3 bilhões de reais também foram “bloqueadas” pela Justiça, isto é, durante o processo, o empresário está proibido de fazer qualquer movimentação, de tentar vendê-las ou passar para o nome de outra pessoa. O juiz também solicitou toda a movimentação bancárias das contas de Eike.

As Justificativas da Justiça e as Ações de 2014

Não é a primeira vez que Eike Batista tem seus bens bloqueados por conta dos processos que correm contra ele, em 2014, por duas vezes, o saldo das suas contas bancárias foram bloqueados e depois liberados. Desta vez, alegando que existia um risco de que o empresário não pagasse todas as multas, credores e indenizações relativas ao processo, a Justiça decidiu garantir a custódia dos bens, que caso necessário irão a leilão. 

A medida foi tomada, segundo o juiz responsável pelo caso, é porque desde do início do processo, o empresário vem fazndo doações para os filhos, Olin e Thor, para ex-mulher, Luma de Oliveira e a atual esposa, Flávia. Com a decisão da Justiça de fevereiro de 2015, nada mais pode ser mexido, nem transferido e nem vendido, nem imóveis, nem aeronaves, nem barcos nem participações acionárias.

Sobre o processo, Eike Batista é acusado de vários crimes, são eles: formação de quadrilha, falsidade ideológica, uso de informações privilegiadas, indução do investidor ao erro e manipulação de mercado. Quando o processo foi aberto, a acusação era somente aos crimes de manipulação de mercado e de uso de informações privilegiadas, mas com o recolhimento de outras provas, novas acusações foram sendo agregadas ao processo. A Justiça acredita que podem surgir novas acusações por conta das denúncias que estão sendo apuradas.

Sobre Eike Batista

Filho de mãe alemã e pai brasileiro, Eike Fuhrken Batista da Silva é presidente do Grupo EBX. Tal empresa é formada por um conglomerato de 6 companhias, todas elas que figuram na lista do “novo mercado” da Bovespa. Uma das características desse grupo é o fato de ter um elevado padrão de governança corporativa.

Depois de muitos anos figurando entres os homens mais ricos do mundo, em 2012, a primeira notícia de que os negócios não estavam indo bem. A sua fortuna sofreu com uma redução por conta da venda de uma parte da empresa para um fundo de Abu Dhabi, mesmo assim, ele ainda ficou sendo a terceira pessoa mais rica do Brasil. Do mundo, aparecia na posição 75.

Em 2013, a queda foi pior, o empresário perdeu mais de 99% dos ativos naquele mesmo ano. Mesmo assim, no mesmo ano foi eleito o vigésimo primeiro “maior brasileiro de todos os tempos”, em um concurso que o canal SBT realizou.

O patrimônio de Eike Batista não parou de diminuir, depois de 2012 ruim, 2013 péssimo, o seu patrimônio em 2014 sofreu outro baque. Segundo o próprio empresário, ele estava amargando um prejuízo de 1 bilhão negativo de dólares na sua fortuna. Os números apresentados pelo empresário e as doações que ele começou a fazer aos familiares próximos levantaram a suspeita de que boa parte do que ele dizia estar perdendo, estava mesmo ficando em família.

Foi por isso, que em fevereiro de 2015, quando a Justiça determinou que os bens de Eike fossem apreendidos, estendeu a decisão para os dos seus familiares próximos, incluindo a ex-mulher, Luma de Oliveira. A primeira apreensão dos bens de Eike Batista aconteceu na sua casa em Angra dos Reis. Os agentes da PF levaram 3 motos aquáticas, uma lancha, um iate. Só uma das lanchas, que era capaz de abrigar 20 pessoas, tinha sido adquirida em 2006, por 85 milhões de reais.