As Amídalas são o calcanhar de Aquiles de muitas pessoas, pois quando incham podem incomodar de uma forma absurda. Uma forma de resolver esse problema é realizar o procedimento cirúrgico de remoção das amídalas chamado de Tonsilectomia. Se essa ainda parece uma palavra difícil e que não faz sentido para você leia esse artigo e descubra mais.
O Que é a Tonsilectomia?
Podemos definir de uma maneira bem simples a Tonsilectomia como sendo a remoção cirúrgica das amídalas (também chamadas de Tonsilas) palatinas. As amídalas são um tipo de glândulas que estão localizadas na parte superior da garganta.
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O Que São Tonsilas?
As Tonsilas são aglomeradas de nódulos linfáticos que tem um revestimento de epitélio, anteriormente eram chamadas de amídalas. Esses órgãos linfoides estão localizados de forma estratégica bem na entrada do sistema digestório e respiratório. Ficam próximos ao arco palatofaríngeo, ou seja, na parte posterior da língua (tonsilas linguais) e também na parte superior da nasofaringe é possível encontrar Tonsilas, mas nesse caso as tonsilas faríngeas.
As Tonsilas Palatinas
Esse órgão linfático se encontra na parede lateral da parte oral da Faringe, o seu nome se dá pelo fato de estar localizada entre os arcos palatinos. Uma das principais funções desses órgãos é produzir linfócitos. Quando é necessário realizar a remoção das mesmas a anestesia deve ser local e também geral.
Quando Surgiu a Tonsilectomia?
Uma coisa muito curiosa a respeito dessa remoção cirúrgica das amídalas é que se trata de uma técnica bastante antiga. Um dos primeiros registros da realização desse procedimento foi pelo médico grego nascido em Amida (Mesopotâmia) que viveu de 527 a 565. Apesar desse médico que estudou em Alexandria dominar a técnica ele recomendava que a Tonsilectomia fosse utilizada somente em último caso. Antes de chegar a cirurgia esse doutor recomendava a utilização de unguentos, fórmulas com elementos corrosivos e outras formas de tratamento que com certeza assustam mais que o pequeno corte para remover as Tonsilas. Nessa época os principais motivos que geravam a indicação de um médica para a realização da remoção das amídalas era Enurese Noturna (não ter controle sobre a urina durante a noite), bronquite, Convulsões, Asma Crônica e Estridor Laríngeo.
Outras Técnicas de Remover as Amídalas
Além da técnica chamada de Tonsilectomia foram desenvolvidas alternativas para fazer remover as Tonsilas. Durante a Idade Média era muito utilizada uma técnica com fios de algodão para fazer a remoção. Tratava-se basicamente de amarrar as amídalas com fios de algodão e ir puxando todos os dias (o que causava uma grande dor aos doentes) até que elas caíssem. Porém, devido a intensa agonia que esses procedimentos causados acabaram sendo abandonados por um tempo. No século XVI foram criados instrumentos que permitiram a realização desse tipo de procedimento de forma menos dolorosa. No Brasil a primeira Tonsilectomia data de 1920 e foi realizada por um cirurgião da Santa Casa de São Paulo chamado Schmidt Sarmento.
A Anestesia Para a Tonsilectomia
Como já ressaltamos a anestesia para esse tipo de procedimento é local e geral. Antes da realização do procedimento o paciente estará submetidos aos cuidados do anestesista. Para que tudo transcorra bem é necessário que haja o máximo cuidado nesse momento de aplicação da anestesia. Em geral os anestesistas precisam fazer um teste físico com o paciente antes de definir qual a intensidade da anestesia. Esse momento é chamado de visita pré-anestésica, muito importante para garantir a saúde do paciente. A combinação de medicamentos tranquilizantes com a anestesia depende do paciente. Em geral quem fica muito nervoso para a realização desse tipo de procedimento necessita de uma dose de calmantes.
A Tonsilectomia
O procedimento cirúrgico da Tonsilectomia é realizado de forma totalmente dentro da boca com um bisturi chamado Bisturi Harmônico Ultracision. O diferencial desse bisturi é empregar uma energia ultrassônica. Isso permite que o corte seja feito de forma mais assertiva. A coagulação também pode ser mais facilmente controlada com um bisturi que produz uma vibração de 55.000 vezes por segundo. A lâmina que realiza o corte também ajuda a desnaturar a proteína para a formação do coagulo. Esse controle da coagulação é totalmente feito pelo cirurgião o que permite uma maior segurança para o paciente. O médico tem a possibilidade de controlar nível de potência, tração do tecido e até mesmo pressão da lâmina no momento de fazer o corte.
A Praticidade da Tonsilectomia
Em apenas alguns casos são necessários uns 2 ou 3 pontos que nem precisam ser retirados uma vez que são absorvidos pelo organismo. O período de internação para os pacientes que passam por uma Tonsilectomia é bem curto podendo variar de horas a alguns dias. Os pacientes de uma Tonsilectomia apenas ficam internados mais de um dia se tiverem complicações como problemas para deglutir alimentos líquidos ou outros problemas decorrentes do procedimento como um eventual sangramento.
Depois da Cirurgia
Após o término da Tonsilectomia o anestesista tem a função de acordar de os pacientes. Enquanto se recupera da anestesia o paciente fica na sala conhecida como sala de recuperação pós-anestésica. No momento em que o paciente recupera totalmente a consciência é levado para o seu quarto para descansar. O tempo mínimo para que o paciente permaneça no hospital é de 6h. Esse tempo pode ser maior se for necessário um acompanhamento de mais perto do médico.
A Complicação Mais Comum
Até mesmo procedimentos cirúrgicos simples como a Tonsilectomia podem ter complicações. Dentre tudo o que pode acontecer está um sangramento que deve ser na mesma hora notificado ao médico. Quando esse sangramento é muito severo pode acontecer de o paciente ter que voltar para a sala de cirurgia. Também pode acontecer desidratação que se for severa deve na mesma hora ser tratada com uma hidratação de emergência. Em alguns casos pode haver febre ou algum tipo de complicação para respirar. Apesar de raras são complicações que podem acontecer com os pacientes que passam por uma Tonsilectomia. Todo o cuidado é necessário para que a cirurgia ajude a resolver de vez as complicações com as Tonsilas. Nada pior do que sofrer com as amídalas, não é mesmo?
