Como Funciona o Relógio Biológico?

Provavelmente você conhece pelo menos uma pessoa que não se dá bem com os horários estabelecidos pela vida social. Para a maior parte da população não é fácil estar de pé e motivado às 8h da manhã. Cada pessoa tem o seu relógio biológico com um ajuste particular em relação as horas de dormir e acordar. Algumas pessoas gostam de dormir e acordar cedo enquanto outras pessoas desejam mesmo acordar e dormir tarde. Esse “gosto” por horários matutinos ou vespertinos vem do chamado relógio biológico. Confira a seguir uma explicação detalhada de como funciona esse relógio interno.

O Relógio de Pulso e o Relógio Biológico

Mesmo que você dê toda a importância para a hora oficial de Brasília é importante saber que existe diferença entre o relógio de pulso e o seu relógio interno. Saiba que o seu organismo define o tempo de acordo com os movimentos da Terra em torno de si mesmo e em torno do sol. Nesse ponto é importante destacar que nosso organismo não tem apenas um, mas vários relógios biológicos. Estudos específicos a respeito desse tema revelaram que os relógios podem até mesmo funcionar sozinhos sem precisar necessariamente da luz do dia. Os diferentes relógios biológicos têm como funções regular a temperatura do corpo, a fome que é uma necessidade para a sobrevivência e os ciclos de sono. Os três relógios não precisam e não atuam em sincronia em todas as pessoas.

A Sincronia dos Relógios Biológicos

Em geral os relógios biológicos contam com certa sincronia, embora não haja uma regra de que eles precisem trabalhar em conjunto. Quando o dia amanhece a luminosidade do sol é percebida por células especiais que ficam na retina. A partir dessa percepção essas células se comunicam com uma região bem pequenina do cérebro que é chamada de núcleo supraquiasmático. A função desse núcleo é o de sincronizar os relógios biológicos do organismo de acordo com o chamado dia solar, dormir de noite e ficar acordado de dia. A partir do momento que esse núcleo é avisado de que o dia começou passa a enviar impulsos para outras regiões do cérebro que fazem a sua parte induzindo a produção de alguns hormônios reguladores dos principais processos fisiológicos. Mesmo que naturalmente as pessoas utilizem esse mecanismo para sincronizar os seus relógios biológicos não quer dizer todo mundo acordo na mesma hora. Os dias internos podem variar em extensão sendo mais longos para uns e mais curtos para outros. Quem apresenta um dia interno longo tem dificuldades em ter sono quando o sol vai embora. Já para quem o dia interno é curto mal o sol se põem e já vem o desejo intenso de dormir. Essas diferentes percepções do tempo existem porque os ritmos internos são controlados por genes-relógios que criam uma personalidade temporal única para cada indivíduo, ou seja, um cronotipo.

A Sincronia dos Relógios Biológicos

A Sincronia dos Relógios Biológicos

Cronotipos

Já percebeu que algumas pessoas têm mais facilidade do que outras para estar despertas logo no começo da manhã enquanto outras parecem ligadas na tomada a noite? Isso acontece porque as pessoas tem cronotipos diferentes, no primeiro caso se trata de um cronotipo matutino e no segundo de um cronotipo noturno. Em geral as pessoas apresentam cronotipos intermediários com uma inclinação para os horários diurnos ou noturnos. O cronotipo é também uma herança genética, mas pode variar devido a idade e sexo. Pesquisas demonstram que os bebês são matutinos e na adolescência começa a transição para hábitos mais noturnos. Os homens chegam ao seu auge noturno em torno dos 21 anos enquanto as mulheres atingem essa fase com mais ou menos 19,5. Depois disso homens e mulheres se tornam mais matutinos até chegar aos 50 anos em que passam a ter um relógio biológico mais equilibrado.

Quantidade de Sono Não Entra em Discussão

Em geral quem tem hábitos noturnos é visto como uma pessoa que dorme demais porque no dia solar demora para acordar. Porém, não é bem assim porque a duração do sono nada tem a ver com o cronotipo. Uma pessoa que dorme cedo e acorda cedo pode dormir bem mais do que alguém que dorme e acorda tarde.

Quantidade de Sono Não Entra em Discussão

Quantidade de Sono Não Entra em Discussão

Dificuldades dos Perfis Noturnos

Já existem algumas profissões que permitem que as pessoas trabalhem a noite e descansem de dia, como, por exemplo, taxistas da noite e madrugada, freelancers, vigias entre outras. Porém, ainda não existe nenhum tipo de programação ou política para atender as pessoas que tem um perfil noturno. Essas pessoas sofrem muito no dia a dia porque precisam se adaptar a acordar muito cedo, bem antes do seu relógio interno ser despertado, e ter que ir dormir muito antes de sentir sono. A consequência disso é que as pessoas dormem tarde e acordam cedo com o despertador e sem a disposição necessária para encarar mais um dia de trabalho. O sono dessas pessoas está sempre atrasado e não adianta ter o sábado e o domingo para “repor” as horas porque em relação ao sono reposições não se aplicam. Pesquisas demonstram que mais de 80% das pessoas precisam de alarme para acordar de manhã. Os madrugadores levam grande vantagem sobre as pessoas de hábitos noturnos, pois conseguem ter mais horas de descanso entre um dia e outro de trabalho.

Buscando o Equilíbrio

A questão das diferenças entre os relógios biológicos dos indivíduos é considerada uma questão pública, pois existe um grande déficit de horas dormidas pelas pessoas que são mais noturnas em relação as pessoas que são matutinas. Muitas pessoas demoram até acordar realmente e começar a produzir no trabalho. Perceba que num escritório sempre tem aqueles que estão prontos para começar a dominar o mundo as 8h e chega as 16h mal veem a hora de ir embora e ainda tem aqueles que estão bem desanimados as 8h e começam a produzir mais as 16h. Seria importante que a sociedade começasse a pensar em novas formas de organizar os seus horários para que todo mundo pudesse trabalhar e descansar no máximo da sua predisposição. Não tem como lutar contra a natureza do seu organismo, sendo assim pode ser difícil conseguir se adaptar.

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Categoria(s) do artigo:
Saúde

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