Questão dos Bascos

A questão dos Bascos é um conflito com dimensões militares e políticas com o objetivo de conseguir a independência da França e da Espanha. Por detrás desse conflito há um grupo muito bem organizado por organizações de bascos. Esse movimento armado é considerado como uma organização de terrorismo por alguns. Talvez por ele estar organizado ao redor da ETA, que é uma organização armada. Ele acontece na França, porém em menor escala  do que na Espanha onde ele tem o foco principal. Pelo tempo longo em que ele vem ocorrendo, em algumas vezes já é citado por alguns como a mais longa guerra na Europa Ocidental.

Nesse conflito armado encontram-se as forças de segurança da França e da Espanha (que lutam contra a ETA), o governo espanhol, ativistas, políticos de ambos os lados e outras pequenas organizações. Na década de 1980 também foram ativos grupos de extrema-direita, paramilitares que travam luta contra a ETA.

Os Conflitos Começaram Depois da Criação da ETA 

A ETA foi formada por um grupo inconformado de estudantes jovens em 1959.

Antes de a ETA ser criada não aconteciam esses conflitos armados. Ainda que tenha tido início no século XIX, as discussões sobre tornar o País Basco independente. Depois da criação da ETA os conflitos armados começaram e por causa dele já ocorreu, que mais de mil pessoas foram mortas. Entre elas, encontram-se: oficiais de segurança, policiais, políticos ou membros da ETA e civis. Além disso, há registros de milhares de pessoas feridas, milhares de pessoas exiladas e dezenas foram sequestradas.

Quando a ETA anunciou que estava encerrando definitivamente as suas atividades armadas em 20 de outubro de 2011, José Luis Rodríguez Zapatero, premier da Espanha considerou que  essa decisão foi uma vitória conseguida para a lei, a razão e a democracia.

País Basco

País Basco

Denomina-se País Basco uma área geográfica que se localiza exatamente sobre os dois lados (ocidental) dos Pirenéus abrangendo toda a área fronteiriça entre Espanha e França. Essa área está localizada ás margens de uma baía denominada de Baía de Biscaia.

A política dessa área está atualmente dividida em três estruturas: a Comunidade Autônoma Basca (ou Euskadi como também é conhecida), o País Basco do Norte formado por três províncias da França e Navarra, na Espanha.

Ao longo dos séculos e apesar de tantos conflitos que teve que enfrentar, os povos bascos não perdeu as características de identificação, principalmente a sua língua e sua cultura. E, atualmente o desejo que a maioria da população tem de ser autogovernada é compartilhada com uma consciência coletiva. Demonstrando total independência com mais autonomia política.

O País Basco tem conseguido manter diferentes níveis de política, durante séculos, em várias estruturas políticas da Espanha. Atualmente a Comunidade Autônoma Basca pode contar com o mais alto nível de autorregulamentação do que qualquer outra entidade que não faça parte do governo da União Européia. Entretanto, já faz muito tempo que existem as tensões à respeito de como devem se relacionar as autoridades espanholas com os territórios bascos. As tensões remontam à origem do Estado espanhol e em várias situações vêm alimentando batalhas como a Guerra Civil Espanhola e as Guerras Carlistas. 

Guerra Civil em 1936

Em 1936, houve uma eclosão de uma guerra civil entre duas forças, a republicana e as forças espanholas, depois que um golpe de Estado tirou do poder o governo republicano espanhol. Junto com a República, encontrava-se a maioria das forças bascas nacionalistas e tinham a liderança do Partido Nacionalista.

Contudo outros nacionalistas bascos (de Álava e de Navarra) lutaram apoiando os nacionalistas espanhóis juntamente com os carlistas. Ao término da guerra a vitória foi das forças nacionalistas. Porém, o general Francisco Franco, que venceu a guerra, estabeleceu durante quase quarenta anos uma ditadura e logo tratou de proibir a cultura e a língua basca, organizações políticas e todas as instituições políticas foram totalmente abolidas.

Somente em Navarra e em Alava as restrições e proibições aconteceram em menor escala, e muita gente foi morta, além de terem sido feitas muitas prisões por questões de crenças políticas muitas pessoas terem sido torturadas. Milhares de Bascos acabaram tendo que exilar em outros países, geralmente França ou América Latina, após serem forçados a deixar sua terra e partir para o exilo.

Saiba Mais

Saiba Mais

Logo que a ETA começou com os ataques em algumas vezes teve a aprovação de uma parte que formava a sociedade basca e também uma parte da sociedade espanhola. Essa aprovação se baseava no fato de que viram no movimento uma luta pela independência contra o governo de Francisco Franco. No processo de Burgos, em 1970 foram condenados à morte vários membros da organização. De nada adiantou a pressão internacional tentando comutar as penas de morte.

Apesar de todas as pressões a ETA se fortaleceu, tornando-se mais poderosa a ponto de conseguir, em 1973 assassinar o presidente que estava no governo e seu possível sucessor. A partir daí o regime que estava no poder entrou em caráter muito mais duro em batalha contra a ETA.  O resultado foi a morte em tiroteios de muitos de seus membros em lutas travadas contra policiais e forças de segurança. Em 1975, após a organização ter sido invadida por um agente duplo que trabalhava infiltrado, centenas de pessoas que faziam parte do movimento conhecido como ETA foram presos e muitos foram mortos. Ainda em 1975 foi criado por organizações bascas nacionalistas um bloco político. Esse bloco era formado por pessoas que estavam contra o governo de Franco e que  tinham o socialismo como ideologia. A sigla do movimento era KAS.

O movimento ETA considerou a  nova constituição Espanhola criada em 1978 como  insatisfatória. E novas lutas começaram a acontecer. De 1978 até 1981 a campanha armada do ETA estava em plena atividade. Esses anos foram considerados os mais sangrentos anos da ETA. E o resultado desses anos é mais de 230 pessoas que perderam a vida.

A sociedade e a política catalã sempre sofreram a influência do conflito Basco.

Em 1981, a ETA começou o processo de dissolução.  Agentes que pertenciam ao governo espanhol criaram dois grupos depois da vitória de Felipe González. Os grupos esquadrões da morte e os Grupos Antiterroristas de Libertação. Dezenas de ataques foram realizados e 27 pessoas foram mortas pelo grupo GAL, usando o terrorismo de Estado. Entre 1983 e 1987 o grupo conhecido como GAL esteve totalmente ativo em uma época que ficou conhecida com o nome de Guerra Suja Espanhola. Nesse período a ETA aumentou os seus ataques respondendo à Guerra Suja com batalhas onde eram usados carros e até bombas em Barcelona e Madri, em vários atentados alguns civis foram mortos.

A ETA continuou sofrendo golpes ano após ano até que em setembro de 2010 fez o anúncio que as suas ações armadas estavam chegando ao fim.

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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