Historicamente a origem dos judeus remonta as Tribos de Israel compostas pelos hebreus do Antigo Oriente. Estima-se que existam, atualmente, entre 12 e 14 milhões de judeus, o que representa cerca de 0,2% da população mundial. Ao longo dos séculos o povo judeu sofreu inúmeras perseguições em diferentes territórios, algo que trouxe como consequência uma distribuição demográfica irregular. Continue lendo para conhecer mais sobre a história de origem dos judeus.
Significado da Palavra Judeu
A palavra ‘judeu’ surgiu como uma designação dos filhos de Judá, filho de Jacó e depois passou a ser usada para definir os nascidos na Judeia. Quando o povo hebreu foi libertado do seu cativeiro na Babilônia passou a ser chamado de judeu. Essa palavra se origina do latim judaeu e do grego ioudaîos. O primeiro registro do uso da palavra ‘judeu’ em português data de 1018.
O termo hebreu “Yehudi” (plural Yehudim) era usado para se referir a tribo de Judá. Isso mudou com a separação entre o Reino de Israel e o Reino de Israel Meridional. A porção sul do Reino de Israel passou a usar o nome de Reino de Judá como uma referência a sua tribo predominante.
Origem do Povo Judeu
A origem do povo judeu é datada em cerca de 2.000 a.C., na Mesopotâmia, momento em que ocorreu a destruição de Ur e da Caldeia. A população local se viu obrigada a imigrar para outras regiões, dentre essas pessoas estava à família de Abraão que é considerado o fundador do judaísmo.
Um dos mais antigos registros arqueológicos dos judeus na Terra de Israel, a Estela de Merneptá, é datada em cerca de 1.200 a.C.. O judaísmo é a primeira religião monoteísta da história a surgir. Conforme o texto bíblico os judeus viveram um bom tempo guiados por juízes de Otniel até Sansão. Mais ou menos em 1.000 a.C., Rei Davi, atribuiu a Jerusalém o status de capital do Reino Unido de Israel e Judá que também era chamado de Monarquia Unida. Nesse período reinaram as Doze Tribos de Israel.
Origem do Povo Judeu
Rei Salomão e a Posterior Divisão das Tribos de Israel
Salomão, filho do Rei Davi, tornou rei de Israel no ano 970 a.C., durante dez anos se dedicou a construção do Templo de Jerusalém que ficou conhecido como Primeiro Templo. Quando o Rei Salomão faleceu, em 930 a.C., houve uma divisão entre as doze tribos sendo que as dez do norte fundaram o Reino de Israel.
Os assírios invadiram e conquistaram o então Reino de Israel em 722 a.C., expulsando os judeus que alia viviam, dando início a Diáspora Judaica. Naquela época havia grande dificuldade de locomoção e realização de longas viagens. O povo judeu tornou-se um dos primeiros a ter hábitos de migração. É importante mencionar que já naquele período havia um sentimento de desconfiança em relação aos estrangeiros.
Rei Salomão
Conquista Babilônica do Reino de Judá
Em 586 a.C., os Babilônicos conquistaram o Reino de Judá marcando sua vitória com a destruição do Templo de Jerusalém. Após meio século de cativeiro na Babilônia, os judeus foram libertados pelo rei persa Ciro II em 538 a.C. para que pudessem retornar a Jerusalém e reconstruir seu templo sagrado. O Segundo Templo foi concluído em 516 a.C. durante o governo do rei Dario I.
Sucessivas Conquistas
O Império Persa foi conquistado por Alexandre, o Grande e o território de Israel então passou a estar sob controle helenístico. Em seguida a Terra de Israel passou para o controle da Dinastia Ptolomaica que o perderia para o Império Selêucida. Em 168 a.C. as tentativas dos selêucidas de transformar Jerusalém numa polis helenística obtiveram êxito. A base para essa conquista foi o sucesso da revolta dos Macabeus de Matatias, o Sumo Sacerdote e também seus cinco filhos.
Em 152 a.C. se estabeleceu o Reino Hasmoneu e Jerusalém voltou a ser a capital do território. Esse reino se manteve forte por mais de um século, no entanto, com o fortalecimento do Império Romano o território passou a ser controlado por Herodes, um ‘rei freguês’ judeu. Basicamente isso significa um governo num estado satélite que mesmo sendo independente é amplamente influenciado por outro país. O Reino de Herodes permaneceu por um século.
Jerusalém
Guerras e o Seu Papel na Diáspora
A derrota do povo judeu na Grande Revolta Judaica de 70 d.C., a primeira das guerras ocorridas entre judeus e romanos, assim como na Revolta de Barcoquebas em 135 corroborou para que esse povo sofresse uma grande diáspora. Muitos judeus foram exilados e outros vendidos como escravos em todo o Império Romano.
A partir de então os judeus se consolidaram em diferentes países do mundo em especial no Oriente Médio e Europa. Ao longo da história esse povo sofreu grande discriminação e passou por episódios de forte opressão. Contudo, é importante mencionar que também houve momentos de prosperidade e harmonia em alguns lugares como em Alandalus (nome da Península Ibérica no século 8).
Judeus e Aderentes do Judaísmo
Judaísmo
Os termos aderentes do judaísmo e judeus eram tidos como sinônimos até o fim do século 18. O judaísmo era a ligação principal entre os judeus independente do grau de aderência que cada um tinha. Depois do movimento do Iluminismo e sua vertente judaica chamada de Haskalá passou a se entender que ser membro da nação judaica não indicava aderência à fé.
Povo Judeu Atual
Seria um erro reduzir a definição do povo judeu atual somente a sua religião, cultura ou raça, afinal trata-se de uma mistura dos três elementos. A interpretação do que é ser judeu nos dias de hoje depende da observação da tradição religiosa (pode ser reformista, ortodoxa, conservadora ou caraíta) e do espaço geográfico em que essas pessoas vivem.
Após o surgimento e fortalecimento do Haskalá o povo judeu passou a considerar a possibilidade de pensar de maneira diferente a respeito de diversos conceitos religiosos para que pudesse se inserir no mundo contemporâneo. Há grupos judeus que vivem de forma diferente daquela proposta pela religião-mãe, mas que nem por isso perderam seu sentimento de identificação com a religião. Em linhas gerais considera-se judeu aquele que se converteu ao judaísmo ou que descende de um membro da comunidade judaica.
No entanto, é claro que existem divergências entre esse conceito sendo que alguns grupos mais ortodoxos não atribuem os mesmos direitos aos judeus convertidos e descendentes. Há discussões também acerca do quanto atitudes e comportamentos alinhados com o mundo contemporâneo podem abalar a construção de uma identidade judaica.
Judeus e o Estado de Israel
Bandeira do Estado de Israel
Em 14 de maio de 1948 o Estado-Nação de Israel foi estabelecido e atualmente é o único país em que os judeus são a maioria dos cidadãos. No começo do estabelecimento do Estado de Israel houve uma imigração em massa dos judeus que sobreviveram ao Holocausto na Alemanha. Também foram para o território muitos judeus que estavam fugindo de terras árabes e judeus etíopes. No decorrer das décadas seguintes imigrantes judeus de várias partes do mundo foram para Israel.
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