“A festa da menina morta” é um filme brasileiro que estréia sob a direção de Matheus Nachtergaele e tem o roteiro do próprio Matheu junto com Hilton Lacerda. A idéia original do filme surgiu quando Matheus trabalhava no filme “O alto da compadecida” que também foi filmado no nordeste brasileiro, e se deparou com a diversidade da cultura religiosa do povo, e a infinidade de cerimônias e ritos, lhe chamando especial atenção uma festa realizada em homenagem a uma menina que desapareceu e depois das orações de sua família, teria enviado as suas roupa de volta. Dessa história tão real quanto irreal, surgiu a idéia de fazer o filme “A festa da menina morta”.
A Festa da Menina Morta
O filme tem muitos acertos e erros, no entanto exagera em alguns aspectos, usando chavões por demais forçados e em especial uma cena de sexo entre pai e filho, que apesar de ser discreta em sua fotografia, é pesada, pois foge do contexto do filme, não precisava estar ali, sobrou, e talvez por isso exatamente que tenha gerado muita polemica. A festa da menina morta acontece na Amazônia, em um pequeno vilarejo ribeirinho que vive em torno de um fato com muito mistério e um tanto místico que aconteceu há 20 anos e do jovem – Santinho, que ficou famoso por falar com o espírito da menina que morreu, e desde então todos os anos realizam a Festa da menina morta.
O povo do vilarejo se prepara para comemorar a 20ª Festa da menina morta, o maior evento daquela comunidade em que homenageiam a menina e os milagres a ela imputados, desde que morreu misteriosamente. A festa também homenageia Santinho, que foi quem encontrou o vestido da menina, sendo ele também protagonista da festa. O roteiro do filme é simplista assim como os personagens são controversos demais para um espaço tão pequeno. Santinho mora com seu pai, e sua mãe se suicidou no mesmo tempo em que a menina desapareceu e um cachorro entregou a ele o vestido da menina. Desde então ele cumpre seu papel na cerimônia e nos rituais, é tratado pelo povo do lugar como um verdadeiro líder religioso, as pessoas lhe pedem a benção e ele recebe regalias e os romeiros vem de longe para conhece-lo.
Seu pai é um homem grosseiro, cachaceiro e mulherengo e aproveita a situação para tirar proveito próprio, e instala uma barraca na frente da casa para ganhar dinheiro. Junto a isso entre Santinho e seu pai existe uma relação muito forte, misteriosa e íntima, Santinho usa vestidos e o incesto entre pai e filho é uma cena que choca. Para terminar de compor a história, o irmão da menina morta deseja por fim as cerimônias, pois não vê mais sentido nas festas que acontecem todo ano. A festa da menina morta mostra a cultura de um povo, rico em rituais que falam da sua fé, da sua religião, no entanto, a história se perde através do caminho, e não chega ao seu fim, mas nos traz um intercambio de culturas. Quando chegamos ao fim do filme, estamos aturdidos…sem saber se foi ou não um bom filme. Talvez tenha sido, e eu não consegui captar toda a sua arte…..quem sabe!
