Soluções Literárias

O universo cultural em que habitamos nesta época é algo caótico, desenfreado, rápido e contagiante. Diante de tantas opções e tantos canais – blogs, twitter, youtube – o velho e bom livro, parece começar a perder seu espaço de honra entre as formas de comunicação e pesquisa mais eficientes.

O grande desafio dos professores de literatura em escolas já não é mais fazer com que os alunos leiam; os jovens, de fato, leem, e muito – mas não o que os professores chamam de literatura “clássica”. Adolescentes e pré-adolescentes leem textos na internet, livros atuais e com assuntos mais variados e vocabulário mais acessível do que Macunaíma ou Memórias Póstumas de Brás Cubas apresentam.

Cronicas

Cronicas

No entanto, a educação literária dos jovens não pode dispensar tais livros de seu repertório, e, é com base nisso, que alguns escritores e editoras passaram a apostar em livros que não são adaptações das histórias clássicas em questão, mas sim uma história que trás a atenção desses jovens para os clássicos.

Livros como Alma de Fogo, um episódio inventado da vida de Álvares de Azevedo, ou a coleção “Descobrindo os Clássicos”, da editora Ática, fazem conexões com os livros clássicos, sem subestimarem seus leitores, e sem se tornarem maçantes como os clássicos soam aos ouvidos dos jovens leitores.

Literatura

Literatura

No caso da coleção da Ática, os autores dos livros escrevem histórias que têm relação com os clássicos a que fazem referência, mas sem, de fato, revelar o clássico, ou copiá-lo – pelo contrário, a trama se propõe a causar curiosidade sobre o livro com que se relaciona, busca a integração do leitor com a trama, fazendo o jovem sentir curiosidade sobre o livro mais antigo e, por fim, lê-lo.

Em Alma de Fogo, a relação é feita não com uma obra em si, mas sim com os escritores Álvares de Azevedo e Bernardo Guimarães, ambos do período Romântico. Ao longo do livro, os dois personagens resolvem assassinatos em uma trama interessante e vivaz. O diferencial deste livro, é que sua linguagem é a mesma que tais autores usavam em seus textos, mas ainda assim, consegue ser facilmente entendida.

Livros

Livros

O ensino de literatura sofre cada vez mais com a rapidez da informação, a fluência das notícias, a velocidade do vocabulário. Mostrar aos jovens que os clássicos também têm algo de interessante, que também podem ser divertidos, é a resposta para muitas das questões problemáticas enfrentadas pelos educadores em sala de aula. Atitudes inteligentes como livros que não são adaptações (o que acaba por não interessar aos jovens, e dá a impressão de que eles não são capazes de entender o texto integral) podem ser a solução para este dilema que assombra cada vez mais aos professores de Literatura Brasileira.

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Categoria(s) do artigo:
Arte

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