As cobras, mais formalmente chamadas de serpentes são animais que em geral são muito temidos pelas pessoas. Elas são répteis rastejantes – classe de animais vertebrados que tem como maior característica a temperatura corporal inconstante (ectotermia) – necessariamente carnívoras. Devido essa característica ectotérmica, elas precisam regular sua temperatura com a ajuda da luz solar. Elas pertencem a ordem Squamata, que são os animais que possuem escamas em sua extensão.
Algumas espécies se alimentam de camundongos ou ratos, outras de lagartos, sapos, rãs e outras de morcegos ou até mesmo de outras cobras menores. O processo de caça dessas presas pode seguir um modo mais ativo, onde elas seguem procurando suas presas pelo ambiente. Outras podem agir de modo mais passivo, esperando o animal que servirá de alimento se aproximar, essa sendo chamada de caça à espreita.
Para conseguir capturar efetivamente esses animais como presa, a morte deles pode se dar por envenenamento, estrangulamento, mas em alguns casos, a cobra pode ingeri-los vivos.
Depois de sua alimentação, as cobras precisam entrar em um estado de prostração, ou dificuldade de assimilar os estímulos naturais em um tempo normal, para que possam digerir os alimentos de forma a absorver todos os nutrientes necessários.
Um erro muito comum é acreditar que todas as cobras são capazes de causar danos ao ser humano. Na realidade apenas a minoria das espécies são peçonhentas – possuem veneno em seu corpo. As espécies desse tipo possuem dentes modificados que permitem que com que o veneno seja injetado na presa.
É possível que algumas características ajudem na identificação das cobras peçonhentas que vivem no Brasil, entre elas a presença de uma fosseta loreal, que é uma pequena estrutura entre as narinas e os olhos da serpente, entretanto, uma única espécie não possui essa estrutura e ainda assim é peçonhenta, que é a Cobra Coral. Outro ponto marcante é o formato da cabeça. O formato triangular é presente em todas as cobras peçonhentas, e não coral, que também se enquadra nesse tipo.
Tipos de cobras
Entre inúmeras espécies de cobras, as mais conhecidas serão listadas abaixo.
– Cascavel: É uma cobra peçonhenta dos gêneros Crotalus e Sistrurus. Esse tipo de cobra possui um chocalho na cauda, que são formados por anéis resultantes do acúmulo da troca de pele dessa serpente. Sua cor mais predominante é o marrom escuro, que facilita sua camuflagem. As cobras dessas espécies alimentam-se geralmente com roedores, aves, coelhos entre outros animais com porte menor. Seus hábitos são predominantemente noturnos e seu corpo pode possuir cerca de um metro e meio, até dois metros de comprimento.
– Coral-verdadeira: Essa cobra vive escondida embaixo de folhas e não dão bote. Ela também é peçonhenta, e precisa ficar grudada para conseguir inserir o veneno na presa. Sua peçonha atinge o sistema nervoso do indivíduo, fazendo com que o local atingido fique adormecido, além de problemas respiratórios, causando até a morte em pouco tempo, se não houver tratamento imediato, que é feito com um soro antielapídico. Ela é facilmente reconhecida, pois possui uma coloração intensa, nas cores vermelha, preta e amarela, dividida em listras.
– Surucucu: Ela é a maior cobra peçonhenta da América do Sul, e pode atingir até três metros e meio de comprimento. Seu habitat são florestas densas, por isso são facilmente encontradas na Amazônia, na Mata Atlântica e nas matas que são mais úmidas no nordeste. Ao longo de seu corpo existem desenhos em forma de losangos amarelos e pretos. Sua dieta é a base de roedores e seus hábitos são em geral crepusculares e noturnos. Os sintomas principais nas pessoas que são atingidas pelo seu veneno são intensa dor e formação de edemas e necrose, além de problemas de coagulação. O tratamento é feito com um soro de administração intravenosa.
– Urutu: Cobra com veneno altamente toxico. Ela se alimenta geralmente de pequenos roedores e é muito encontrada em brejos. É uma serpente que ataca com botes muito ágeis, e seu corpo é marrom escuro e possui manchas em forma de ferraduras de tom mais esbranquiçado.
– Muçurana: Também é conhecida como cobra-preta e sua dieta é composta por outras cobras, que mesmo tentando se defender com o veneno no momento em que são devoradas, são incapazes, pois esse veneno não surte efeito sobre ela. Pode se alimentar de roedores, na ausência de outras cobras.
– Sucuri: É uma cobra enorme e muito perigosa, podendo atingir até nove metros de comprimento. A cor varia conforme as espécies da mesma. A Eunectes murinus possui um fundo entre verde oliva e preto e sua parte inferior de coloração amarela com manchas irregulares. Essa coloração facilita sua camuflagem em lugares onde são mais incidentes, como no Cerrado. Já a Eunectes notaeus é mais amarelada, possuindo manchas pretas em forma de sela. Uma característica notável dessa serpente é a capacidade de ficar sem respirar por um longo tempo embaixo da água, já que elas vivem nesses arredores. As sucuris não são venenosas, mas possui um bote muito ágil, matando suas presas por estrangulamento.
– Jiboia: São serpentes que podem possuir até cerca de quatro metros de comprimento, além de uma estrutura constritora. Elas não são cobras peçonhentas e geralmente preferem evitar a presença humana. Suas atividades são predominantes no período noturno e sua alimentação é constituída por roedores, morcegos entre outros animais, e seu bote é a estratégia que faz com que eles sejam capturados. Ela estrangula a mesma até que seja asfixiada e em seguida a ingere inteira, fazendo com que a digestão leve até uma semana.
– Naja: É uma serpente peçonhenta e bastante agressiva. Em geral elas tem a capacidade de elevar uma grande parte do corpo para se defender, além de ejetar o seu veneno a distância. Seu tamanho é bastante variado, mas podem chegar a até três metros. Seu veneno pode atacar o sistema nervoso, provocando paralisia, mas também casam inchaço e dificuldade na coagulação do sangue.
– Jararaca: São cobras peçonhentas que possuem muitas variações no tamanho e padrões de coloração, podendo variar de setenta centímetro, até dois metros. Sua variabilidade provocou o conhecimento de 47 sub-espécies.