Domingo Sangrento: 1905 e 1972

O Que Foi o Domingo Sangrento De 1905?

O massacre ocorrido no dia 22 de janeiro (seguindo o antigo calendário seria no dia 9 de janeiro) do ano de 1905 em São Petersburgo na Rússia entrou para a história com o nome de Domingo Sangrento. Basicamente manifestantes pacíficos marchavam para conseguir apresentar uma petição ao czar Nicolau II e acabaram sendo baleados pela Guarda Imperial, os Cossacos.

O organização da marcha foi do padre George Gapon um colaborador de Sergei Zubatov da Okhrana (polícia secreta czarista) e o objetivo era criar organizações de trabalhadores.

O Contexto Do Domingo Sangrento

A marcha trágica aconteceu em janeiro de 1905, porém, começou a ser delineada em dezembro de 1904. Uma greve foi realizada na fábrica Putilov e conforme a paralisação ganhou adeptos chegou a um número impressionante de cerca de 80.000 pessoas. No dia 8 de janeiro de 1905 a cidade São Petersburgo estava completamente sem eletricidade e sem a circulação de jornais.

As áreas públicas da cidade haviam sido fechadas, nesse contexto o padre ortodoxo russo George Gapon organizou uma marcha pacífica pelo fato de se interessar pelas condições das classes de trabalhadores. A marcha tinha como objetivo ser uma caminhada pacífica de trabalhadores até o Palácio de Inverno para entregar uma petição ao czar.

A petição havia sido escrita pelo padre Gapon e tinha como principais pontos os problemas e as opiniões dos trabalhadores sobre a situação deles na sociedade russa de então. Nessa petição os trabalhadores pediam melhores condições de trabalho, redução da jornada de trabalho para 8h, salários justos e que se tornasse ilegal aos donos de fábricas obrigarem os seus funcionários a fazer hora extra.

Outra questão importante que era abordada nessa petição era o fim da Guerra Russo-japonesa que estava levando a Rússia à falência além da introdução do sufrágio universal. A guarda imperial russa do czar, os cassacos, foram dispostos em frente ao Palácio de Inverno e em outros pontos estratégicos. No dia 8 de janeiro o czar deixou a cidade e foi para Czarkoe Selo.

A Marcha Dos Operários

No domingo, 22 de janeiro (9 de janeiro) o padre Gapon começou a marcha embaixo de rajadas de neve e um vento extremamente gelado. Os bairros operários de São Petersburgo foram acrescentando mais e mais trabalhadores a marcha que se dirigia ao centro da cidade.

A proposta da marcha era ser pacífica e dessa forma os manifestantes deixaram as suas armas em casa. Algumas pessoas na marcha ainda levavam cruzes, estandartes e ícones religiosos, outros carregavam bandeiras nacionais e até mesmo retratos do czar. Durante a marcha os manifestantes caminhavam ao som de hinos religiosos e também do Hino Imperial Deus Salve o Czar.

Os cortejos deveriam chegar ao Palácio de Inverno às 14h e não havia nenhum plano de fazer uma confrontação com as tropas imperiais. Porém, durante a caminhada os manifestantes foram encontrando pontes e avenidas estratégicas fechadas. Os principais trajetos que levavam ao centro da cidade estavam fechados e reforçados por cossacos e hussardos.

Quando a multidão se aproximou dos bloqueios os soldados não tiveram dúvida e abriram fogo contra as pessoas. Além das centenas de feridos a marcha do domingo sangrento teve como resultado 92 mortos.

no images were found

O Sumiço De Gapon

O padre Gapon desapareceu e os demais líderes da marcha foram presos. O Czar não estava no Palácio de Inverno nesse dia, porém, foi responsabilizado pelas mortes ocorridas e fez aumentar os ressentimentos em relação ao seu governo.

A assembleia de Gapon foi fechada nesse mesmo dia e ele deixou a Rússia o mais rápido que pode retornando em outubro do mesmo ano. O retorno de Gapon não foi muito bom, pois ele foi assassinado por ordem do partido Social Revolucionário após a descoberta que ele era amigo de Pinhas Rutenberg da polícia secreta Okhrana.

no images were found

O Que Foi o Domingo Sangrento De 1972?

A cidade de Derry, na Irlanda do Norte foi o palco de outro domingo sangrento presente na história, o de 1972. Uma passeata realizada na cidade irlandesa foi violentamente reprimida pelas autoridades britânicas e teve como resultado 13 mortos e 14 feridos.

O protesto dos manifestantes era contra a política britânica de prender e não conceder julgamento a qualquer pessoa suspeita de fazer parte do IRA (Exército Republicano Irlandês). O IRA é um grupo terrorista que deseja a independência da Irlanda do Norte.

no images were found

O Conflito

O território da Irlanda do Norte conta com uma minoria expressiva católica e integra o Reino Unido que é basicamente protestante. Esse conflito é longo e começou no século XVI quando rei Henrique VIII decidiu criar uma nova religião, o Protestantismo para que pudesse se separar e casar novamente.

O rei levou alguns católicos para se refugiar no norte da ilha e quando a República da Irlanda (no sul) se tornou independente no século XX e o norte permaneceu sob o domínio britânico.

no images were found

O Protesto Pacífico Do Domingo Sangrento

Assim como o domingo sangrento russo de 1905 a passeata de 1972 na Irlanda do Norte começou com o intuito de ser pacífica, mas acabou num campo de batalha e acirrando tensões religiosas.

no images were found

O Dia Da Passeata

No dia 30 de janeiro de 1972 um número que ficou entre 5 e 20 mil pessoas se reuniu para ir a área residencial de Creggan e reclamar contra as prisões que eram no mínimo arbitrárias. Esse foi o segundo dia de protesto embora o Governo tivesse proibido esse tipo de manifestação no dia 18 de janeiro até o final do ano.

Os manifestantes resolveram mudar o trajeto para não encontrar o exército britânico na rua William. O grande problema é que alguns manifestantes continuaram pelo trajeto original pela rua William e assim encontraram as tropas. O estopim que desencadeou o massacre não é bem certo, mas o general Robert Ford alega que as tropas inglesas foram recebidas a tiros dos civis.

no images were found

O confronto entre os manifestantes e a tropa inglesa incluiu de tudo desde paus e pedras a balas de borracha e gás lacrimogênio.

Depois disso o exército recebeu ordens de prender o maior número possível de manifestantes e depois de 25 minutos de intenso tiroteio 13 pessoas estão mortas e 14 feridas (dois meses depois um dos feridos faleceu devido aos ferimentos).

Gostou? Curta e Compartilhe!

Categoria(s) do artigo:
História

Artigos Relacionados


Artigos populares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Time limit is exhausted. Please reload CAPTCHA.