As Fake News
As fake news são basicamente toda e qualquer notícia falsa que são difundidas entre as pessoas, principalmente no que diz respeito às redes sociais. Elas funcionam como boatos fora da realidade, que acabam por interagir diretamente com aspectos mais emocionais e intrínsecos de que lê e / ou escuta.
Geralmente essas fake news são publicadas nos mais diversos veículos de comunicação, sempre parecendo uma informação absolutamente verdadeira. Elas podem conter imagens editadas e computadorizadamente modificadas – que são o tema do artigo de hoje – ou ainda textos que contem todas as informações, que na maioria das vezes são feitos e explanados visando sempre prejudicar algum indivíduo ou algum grupo de pessoas, ou ainda legitimar determinada opinião ou ponto de vista. Quase sempre as pessoas envolvidas são pessoas públicas e bastante influentes.
Outro ponto das fake news é que elas contam com um poder viral imenso, ou seja, elas tem a capacidade de se espalhar com muita rapidez, já que elas atingem uma parte mais pessoal da população, o que faz com que todas as pessoas que consomem aquele tipo de material, sinta-se confortável – e até mesmo útil – em propagar aquela notícia, nem se preocupando em verificar se aquele conteúdo é de fato verdadeiro.
A capacidade de persuasão das fake news é ainda mais relevante nas pessoas que possuem um nível de escolaridade mais baixo, e que também acabam por depender exclusivamente das redes sociais para se interarem com o mundo e conseguirem informações de nível nacional e / ou mundial. Porém, as fake news também podem facilmente atingir as pessoas mais estudadas, principalmente em temas que sejam ligados a política, já que muitas vezes elas carregam um tom de alerta ou ainda bem alarmistas.
Fake News
O termo exato para fake news começou a ser mais pautado em meados do ano de 2016, durante a época de campanha e de corrida presidencial nos Estados Unidos, onde inúmeros conteúdos não verdadeiros sobre a então candidata Hillary Clinton passaram a ser fortemente divulgados pelos eleitores de Donald Trump, seu adversário. Porém, mesmo o termo tendo se popularizado apenas nessa época, o conceito por trás dele já é bem antigo – de séculos atrás – não contando com uma data exata de origem, mas segundo o importante Dicionário Merriam Webster, os países de língua inglesa já usavam o temo “Fake News” no século XIX para falar a respeito dos boatos que tomavam grandes proporções e passaram a circular intensamente.
Para entender como de fato funcionam as fake news, é importante primeiramente ter a dimensão de quanto toda essa produção e veiculação funcionam como um verdadeiro mercado, já que todo esse meio é constituído e incentivado por pessoas que tem uma influência considerável, como por exemplo um grupo de eleitores fazendo campanha eleitoral, que acabam até mesmo contratando equipes que tem como especialidade criar e difundir esse tipo de viral. Essas equipes são geralmente compostas por profissionais da publicidade e do marketing, profissionais da área da tecnologia, ex jornalistas, e até mesmo seguranças e policiais que facilitam – de maneira ilegal – a entrada na rede e o acesso a alguns equipamentos.
Algumas dessas equipes voltadas para a difusão das fake news conseguem comprar ilicitamente endereços de email e números de telefone para disparar todo esse conteúdo falso de uma forma que pareça mais convincente e até mesmo real. A preferência de contatos escolhidos são especialmente líderes religiosos ou líderes militantes e políticos, já que eles possuem uma voz bastante forte e assim conseguem repassar a seus “seguidores” a informação a mantendo com credibilidade, incentivando ainda mais o compartilhamento.
Já nas redes sociais, são criados principalmente perfis falsos, onde se inserem dados pessoais e imagens de pessoas aleatórias, e sempre se publica e se interage com diversas pessoas, visando sempre construir uma credibilidade. Após toda a veracidade já estar bem firmada e fortalecida, se começa também a se soltar textos, notícias, imagens e / ou vídeos sobre o tema falso desejado, e sempre incentivando seus amigos daquela rede social a fazerem o mesmo e compartilharem.
Os sites que alocam todos essas notícias também são cuidadosamente pensados e fazem parte de toda a estratégia que as equipes especializadas possuem. As pessoas que ficam responsáveis por conter as informações, compram os domínios das páginas escolhidos e optam por padronizar uma identidade visual que seja bem parecida com a do alvo a ser atingido – seja um partido político, uma pessoa em específico, entre outros – e a partir disso se disponibilizam ora informações verdadeiras, mas não tão relevantes e nem positivas a respeito dele, atraindo assim o foco do público e com a conseqüente conquista de relevância do site, as informações falsas passam a ser implantadas, parecendo ser reais.
Site Com Fake News no Celular
As pessoas que contratam essa equipe precisam investir pesado e pagar valore bastante altos para que todo o serviço seja realizado de maneira efetiva e mais importante do que isso, de maneira sigilosa, evitando deixar possíveis rastros para investigações posteriores. Além dos gastos com a equipe propriamente dita e com os domínios dos meios de comunicação, existem também gastos com alguns produtos como celulares, computadores (que sempre são jogados fora após toda a produção das fake news) e também alojamento e locais para a acomodação da equipe.
Esse pagamento citado na maioria das vezes é realizado através de cartões de créditos recarregáveis, que dificultam ou até mesmo impossibilitam o rastreamento. Quando é necessária a utilização de documentos de identificação, como CPF ou RG, é comum que se utilize o das próprias pessoas que serão difamadas. Outra medida para evitar a perseguição e a descoberta dessas pessoas é a mudança constante de local e a alteração freqüente dos IPs dos computadores. Além disso, todos os conteúdos que são produzidos não são armazenados no próprio computador, mas sim em nuvens.
Como é possível perceber, o investimento maior é no aspecto da tecnologia, já que as estratégias nesse campo são fundamentais para que não hajam prejuízos no plano e que o encontro do culpado seja mais dificultado.
Outro ponto bastante importante de se entender é o porque as fake news são tão compartilhadas, já que é isso que movimenta todo esse esquema. Existem estudos estatísticos que comprovam o fato de que as páginas veiculadas à fake news contam com mais seguidores do que as páginas que difundem conteúdos jornalísticos reais. Além disso, as páginas voltadas para a divulgação de notícias falsas tendem a misturar esse conteúdo com outras matérias verdadeiras e que contam com fontes segurase confiáveis.
Outro ponto é que nas redes sociais é extremamente fácil encontrar sites e notícias sensacionalistas, que induzem os leitores mais facilmente ao engano. Assim, eles espalham um boato falso, ou no mínimo tirado de contexto, e colocam isso em destaque no título ou na imagem do post, que faz com que as pessoas tenham mais interesse de ler, ou até mesmo de compartilhar sem saber exatamente do que se trata.
Fim Das Imagens Fake
Ilustração Sobre Fake News
Não são apenas as notícias que sofrem manipulações, mas as imagens também, e isso já ocorre há bastante tempo. No Brasil, esse tipo de manipulação ficou ainda mais comum na época eleitoral, onde as pessoas até mesmo trocaram números de votação de candidatos, enganando pessoas que tinham acesso reduzido a informação.
É extremamente importante que as fake news e as imagens fake sejam combatidas, já que elas podem prejudicar altamente uma sociedade, influenciando até mesmo nas decisões mais importantes, como no resultado das eleições, tanto dos Estados Unidos, quando do Brasil, já que a campanha dos presidentes eleitos nos dois países foram fortemente marcadas nesses aspectos. Para o combate à imagens fake, já existem softwares desenvolvidos para identificar quando uma imagem sofre tratamentos e modificações, e esse já pode ser um primeiro passo para a diminuição desses problemas.
A divulgação de imagens e notícias fakes podem ainda ter conseqüências em outros aspectos, como em questões relacionadas a saúde pública, no linchamento de inocentes, no aumento da homofobia, do racismo, da xenofobia e dos preconceitos de modo geral, na legitimação de comportamentos violentos e em aspectos de machismos e feminicídio.
