Em 1 de julho de 1946 os norte-americanos fizeram um teste nuclear na ilha de Bikini. Quatro dias depois, em 5 de julho, o francês Louis Réards apresentava ao mundo o menor traje de banho da história, duas peças feitas por quatro triângulos presos por tiras. Para dar nome à nova vestimenta, que causava uma verdadeira explosão no mundo da moda e dos costumes sociais, nada melhor que biquíni, em relação com a ilha dos testes nucleares da mesma semana. O biquíni foi proibido em dezenas de países devido à motivação cristã das autoridades católicas, extremamente influentes nos costumes daquele período.
Na década de 1940 até mostrar o umbigo em público era inaceitável, prática que hoje é absolutamente comum e corriqueira. Devido a tal situação, nenhuma modelo da época aceitou apresentar o biquíni ao mundo, independente das altas quantias em dinheiro que lhes era oferecido. A peça teve que ser mostrada pela primeira vez ao mundo pela bailarina Micheline Bernardini, na piscina Molitor de Paris, capital da França. O biquíni ficou apagado e praticamente proibido socialmente durante toda a década de sua crianção e a posterior, de 1950. Todas as tentativas das grandes empresas de moda e estilistas da época para popularizara peça foram falhas.
Nos anos 1960, contudo, a liberação sexual e os movimentos feministas e juvenis passaram a ter grande força, o que contribuiu para a mulher conseguir empregos e independência. Na moda, o período de revoluções fez com a mulher começasse a usar calça jeans, fato impensável até então. O biquíni veio logo em seguida, e virou símbolo de autonomia sexual para as feministas e, por conseguinte, para todas as mulheres. A moda soube se aproveitar bem da novidade em ambas as vestimentas. Os grandes especialistas de gênero e de moda, duas áreas completamente opostas e até certo ponto conflitantes, tendem a concordar que a popularização do biquíni se deve realmente às revoluções de gênero e não aos esforços da moda.
Há historiadores que digam que a peça não é nenhuma novidade e que o francês Louis Réards apenas reinventou uma peça em 1946. Segundo eles, há indícios de mulheres usando biquínis para fazer exercícios no século 4, na Roma antiga, bem como trajes de banho de duas peças já existiam no ano de 1400 a.C..
Esses historiadores afirmam que a cultura ocidental de recato e de esconder o corpo feminino fez com que a vestimenta desaparecesse com o passar dos anos. O teatro foi o primeiro a passar a utilizar tal traje de banho, especialmente o chamado teatro de revista, popular manifestação artística da primeira metade do século passado.
A famosa atriz Brigitte Bardot usou o biquíni em 1956, no filme “E Deus Criou as Mulheres”, o que ajudou a popularizar a peça de banho curta.
