Há 25 anos, o mundo foi sacudido por uma tragédia de grandes proporções. Em 1986, mais especificamente, em 26 de abril, ocorreu um dos piores acidentes nucleares já registrados.
Foi na Usina Nuclear Chernobil, na Ucrânia. Como vivíamos ainda sob o império da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, o acidente foi escondido durante muito tempo, sendo somente divulgado quando o nível de radiação já estava altíssimo e sua nuvem radioativa já atingia toda a União Soviética, Europa Oriental, Reino Unido e Escandinávia.
Usina
A contaminação atingiu grandes áreas, com maior incidência, da Ucrânia e na Bielorrússia, o que provocou a fuga de 200 mil pessoas. O número de mortos até hoje é incerto.
Causa
A imprudência foi o fator determinante para que o acidente acontecesse. Na ocasião, os técnicos responsáveis pela usina resolveram testar um sistema de segurança que possibilitaria o funcionamento do reator com baixa energia. No entanto, mostrando-se despreparados, não tomaram os devidos cuidados e o reator acabou explodindo.
Acidente
Sabe-se também que a usina não possuía envoltórios para contenção de radioatividade, o que era comum nas usinas do ocidente. Para se ter uma ideia do estrago desse acidente, Chernobyl liberou na atmosfera um material 400 vezes mais radioativo do que a bomba de Hiroshima. Logo em que houve a explosão, 31 pessoas morreram imediatamente.
O que Restou Hoje da Tragédia
Passados mais de duas décadas, o que se verifica é que enquanto outras unidades da central nuclear de Chernobyl continuam em operação, na unidade em que ocorreu a tragédia, os trabalhadores russos construíram um caixão de cimento, conhecido como sarcófago, logo após a ocorrência do acidente para evitar que mais radiação fosse liberada no meio ambiente.
O que se percebe é que os efeitos dessa tragédia continuam até hoje. Para se ter uma ideia, 21% da Bielorrúsia está contaminada pelo césio-137 por essa substância ter se espalhado em razão das chuvas, pelo vento e pelo rio próximo da usina. Verifica-se que a contaminação se encontra com maior incidência em áreas de florestas ao redor da usina e afetou as árvores frutíferas.
Além disso, os alimentos também estão contaminados. O câncer continua fazendo suas vítimas. Se algum tempo depois, a radiação muito alta fez com que muitas crianças nascessem com câncer na tiroide, ainda hoje esse fenômeno continua se repetindo, pois as deformidades genéticas são transmitidas de uma geração para a outra.
Segundo o médico Alexandre Rodrigues Oliveira, das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) que esteve em uma reunião realizada em Viena, na Áustria, para fazer uma avaliação dessa tragédia, o aumento desse tipo de câncer poderia ser atenuado, se as autoridades soviéticas tivessem distribuído cápsulas de iodo estável para a população logo após o acidente, além de restringir o consumo de alimentos contaminados.
O fato é que esse acidente mexeu com o planeta em um tempo em que o discurso ecológico começava a ganhar corpo e fez a humanidade repensar muita coisa.
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