Observamos em nosso tempo muitos pais e professores diante de um grande impasse. Digo impasse porque de ambos os lados existe o temor de se tomar uma atitude em prol da volta consciente aos valores morais de antigamente e ser tido como um marginal. Isto porque qualquer ação, hoje, que vise coibir a anarquia e rebeldia que os jovens expressam em suas ações, é tida como falta de compreensão e contrária aos direitos humanos – dos jovens.
No tempo em que eu fui educado eram aplicados castigos físicos quando havia mau comportamento, e nem por isso fiquei aleijado ou com traumas da escola. Pelo contrário, a imposição de limites por parte de meus pais e professores me satisfaziam o interior desejo e necessidade de saber até onde eu poderia ir, me colocavam seguro dentro de meus limites.
Os Limites

A Moral e o Sistema Educacional
Hoje, contudo, os pais não podem por limites aos filhos, nem os professores aos alunos, pois quando os limites são ultrapassados, se vêm de mãos atadas, não podendo aplicar quaisquer tipos de castigo (ou prêmio negativo, como diriam alguns) a fim de coibir a desobediência. A sociedade criou leis que favorecem a anarquia – seja em casa ou na sala de aula, pois ao remover os castigos – que muitas vezes são necessários – não apenas soltaram as rédeas aos maus elementos, como desestimularam os de bom comportamento.
Sim, pois se o mau aluno – não importando o que faça – também é aprovado e não pode ser castigado pela professora, porque razão o bom aluno se esforçará para fazer todas as tarefas? Em se tratando das crianças de rua, em nosso país é grande o número de crianças abandonadas, entregues à sua sorte, normalmente nascidas de um relacionamento imaturo, de pais despreparados, e por essa mesma razão sem quaisquer perspectivas de um futuro promissor…
Num lar normal, quando uma criança começa a crescer, a preocupação central dos pais ou responsável é de matriculá-la em uma escola ou instituição de ensino (caracterizada por uma sala de aula, e por um alguém responsável por passar para os alunos aquilo que conhece sobre as matérias mais conhecidas (português, matemática, geografia, ciências, etc). Em nossos dias, contudo, o sistema educacional encontra-se em situação caótica…
Autoridades

Pais
As autoridades, anos atrás retiraram do curriculum algumas matérias essenciais à boa ordem e andamento da educação, e hoje estão, em vão, tentando concertar o erro cometido. As crianças que outrora eram educadas em casa, no seio da família, onde recebiam os primeiros valores morais, onde aprendiam a respeitar seus direitos e de seus próximos, agora são introduzidas nas escolas sem qualquer noção de moral, de educação, por famílias que pensam que são as escolas as responsáveis por educar seus filhos.
Com isso, os professores não sabem o que fazer quando se deparam com crianças sem qualquer noção de limites, que estão acostumadas a fazerem o que querem sem qualquer punição pelo mau comportamento. Não bastasse isso, leis existentes em nosso sistema educacional, incentivam o mau comportamento, quando não têm soluções para estes. Além disso, ainda há o pesadelo de o professor que queira impor certo respeito, ser acusado de “assédio moral”, por pessoas que simplesmente confundem “assédio moral” com instrução e disciplina.
O Ser Humano

Filhos
Ora, o ser humano é como qualquer outro animal (se não o pior), que necessita de limites e de disciplina. Os animais, por sua vez, quando disciplinados, são capazes de “armazenar” a recompensa para suas ações, diferentemente do homem que “esquece” aquilo que não lhe agrada. Talvez exista o “assédio moral” nas escolas, contudo, é mais certo pensarmos que a sociedade está mesmo se degenerando, e como tal, transmitindo a degeneração também para o sistema de ensino.
Como consequência observam-se nas escolas a falta de professores (quem é que vai querer ficar frente a frente com um grupo de criaturas endiabradas e para as quais não se pode sequer por limites? E ainda assim sendo mal pagos…), e os poucos profissionais que existem estão desamparados em termos de assistência legal e profissional. É preciso que como cidadãos nos juntemos e lutemos contra a impunidade onde quer que ela se manifeste.
Por Carlos Alberto Bächtold – Foz do Iguaçu, PR.