Neocolonialismo consiste na prática de usar geopolítica do capitalismo, globalização dos negócios e imperialismo cultural para controlar um país, em vez do direto de controle militar ou político indireto. Ou seja, o imperialismo e hegemonia.
O termo neocolonialismo foi cunhado pelo presidente ganês Kwame Nkrumah para descrever o controle socioeconômico e político que pode ser exercido de modo econômico, linguístico e cultural, no qual a promoção da cultura do país neocolonizador facilita a assimilação da cultura dos povos colonizados que abrem a economia nacional para as corporações multinacionais do país neocolonial.
Em estudos pós-coloniais o termo neocolonialismo descreve a dominação (social, econômica, cultural) de países do mundo desenvolvidos nos respectivos assuntos internos de nações desenvolvimento, que apesar da descolonização ocorrida no rescaldo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), tem as potências coloniais dominando arranjos econômicos internacionais existentes e um laço fixo do passado com seus antigos países da colônia que mantêm o controle colonial.
A crítica econômica do envolvimento desproporcional do capitalista moderno é que as empresas multinacionais continuam a explorar os recursos naturais e as pessoas da ex-colônia. Tal controle econômico tem semelhança às variedades dos impérios da Grã-Bretanha, Estados Unidos, França e outros países europeus, dos séculos XVI ao XX
A ideologia e a práxis do neocolonialismo está presente nas obras de Jean-Paul Sartre (O colonialismo e o Neocolonialismo, 1964) e Noam Chomsky (Conexão Washington e o Fascismo do Terceiro Mundo, 1979).
Origens de Estudos do Neocolonialismo
O termo na ciência política se tornou de uso popular em referência ao controle europeu nos campos econômicos e culturais dos países africanos que tinham sido descolonizados no rescaldo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Kwame Nkrumah, presidente do Gana (1960-1966), cunhou a palavra neocolonialismo como a última etapa do imperialismo (1965).
Como cientista político, Nkrumah desenvolveu o termo para explicar a extensão logística da geopolítica de energia para satisfazer as necessidades de investimentos financeiros da política economia do capitalismo. O revolucionário argentino Che Guevara descreve neocolonialismo como o domínio colonial dos países descolonizados continuado por outros meios.
“Em última etapa, Kwame Nkrumah disse que: No lugar do colonialismo, como o principal instrumento do imperialismo temos hoje o neocolonialismo… Outra tentativa de exportar os conflitos sociais dos países capitalistas…”.
O resultado de neocolonialismo é que o capital externo é usado para a exploração, em vez de para o desenvolvimento das regiões menos desenvolvidas do mundo. Investimento aumenta em vez de diminuir, assim como o fosso entre os ricos e os países pobres do mundo.
A luta contra o neocolonialismo não visa excluir a capital do mundo desenvolvido de operar em países menos desenvolvidos. Destina a prevenir o poder financeiro usado de tal forma a empobrecer as nações menos desenvolvidas.
Teoria da Dependência
A teoria da dependência é a base teórica da economia neocolonialista que propõe o sistema econômico global composto por países ricos no centro e os pobres na periferia. Economias neocolonialista extraem o ser humano e os recursos naturais de um país periférico (ruim) a fluir para as economias com nações ricas e centrais no sistema econômico mundial.
Por esse motivo que surge a pobreza dos países periféricos. A pobreza consiste do resultado de como estão integrados no sistema econômico global. A teoria da dependência deriva da análise marxista das desigualdades econômicas dentro do sistema mundial de economias.
A perspectiva marxista da teoria da dependência colonial é contrastada com a economia capitalista do mercado livre que propõem tal pobreza como estágio de desenvolvimento em andamento nos países pobres para a plena integração econômica ao sistema global.
Os defensores da teoria da dependência, como o historiador venezuelano Federico Brito Figueroa, investigam como as bases socioeconômicas de dependência neocolonial influenciaram o pensamento do ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Neocolonialismo na Guerra Fria
Ao longo das décadas da Guerra Fria (1945-1991), os países do Movimento dos Não-Alinhados e da Organização de Solidariedade com os povos da Ásia, África e América Latina definiram o neocolonialismo como o principal o inimigo coletivo das economias e culturas em desenvolvimento.
Durante o meio final do século XX, no decorrer da Guerra Fria (1945-1991), ao conflito ideológico entre os EUA e a URSS, cada país acusou o outro de neocolonialismo imperial nas atividades hegemônicas.
Na década de 1960, sob a liderança do presidente Mehdi Ben Barka, a Conferência Tricontinental (Organização de Solidariedade com o Povo da Ásia, África e América Latina) reconheceu e apoiou a validade anticolonialista como um meio para os povos colonizados do Terceiro Mundo conseguirem a autodeterminação, política que irritou os EUA e França.
Além disso, o presidente Barka liderou a Comissão sobre neocolonialismo, que tratou do trabalho para resolver o envolvimento neocolonial das potências coloniais em municípios descolonizados. Ele disse que os EUA, como o principal país capitalista do mundo, foi na prática o principal ator político neocolonialista do século XX.
Corporações Multinacionais
Os críticos do neocolonialismo também argumentam que o investimento por empresas multinacionais enriquece alguns em países subdesenvolvidos e causa grandes danos humanitários, ambientais e ecológicos para as populações que habitam as neocolônias cujo “desenvolvimento” e a economia dependem do mercado do exterior e acordos de grande escala comercial.
Isso resulta em desenvolvimento insustentável e subdesenvolvimento perpétuo; A dependência cultiva esses países como reservatórios de mão de obra e matérias-primas baratas ao restringir o acesso às técnicas avançadas de produção responsável por desenvolver as próprias economias.
Em alguns países a privatização dos recursos nacionais leva ao influxo em larga escala imediata de capital de investimento, seguido por um aumento dramático na taxa de desemprego, pobreza e declínio na renda per capita. Fato decorrente nas nações do Oeste Africano da Guiné-Bissau, Senegal e Mauritânia, onde a pesca é central para a economia local em termos históricos.
Em 1979 a União Europeia começou a intermediação de contratos direitos de pesca ao largo da costa da África Ocidental. Atividade comercial insustentável estrangeira e excesso de produção desempenham papel significativos no desemprego em grande escala e promoveu migração de pessoa.
Isso está em oposição direta ao Tratado das Nações Unidas sobre os mares que reconhece a importância da pesca para locais comunidades e insiste nos acordos orientados por poder público.
Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier