Novelas
O Brasil é conhecido no mundo pela qualidade do seu futebol, carnaval e também por suas novelas. Com uma produção que abrange mais de 50 anos, as novelas brasileiras ganharam o mundo a partir da década de 1970, quando várias delas passaram a ser exportadas para diversos países do mundo. O fato é que nossa teledramaturgia tem sido decisiva nos últimos anos para entender as transformações culturais que viveu o país. É inegável que essas produções vêm influenciando diversas gerações.
O mais curioso é que de uns anos para cá, muito se comenta que, a despeito de tudo, ainda dizem que esse gênero está fadado a se extinguir, visto que muitos remakes tem sido feitos de grandes sucessos de décadas anteriores, o que seria um indício muito claro de que a fórmula das novelas já se esgotaram. Entretanto, o que se nota é que nessas várias releituras de sucessos da nossa dramaturgia, um caso bem notório é a recém-encerrada “Ti-ti-ti”.
Essa novela permite um fato inusitado, pois ela trata de moda e, ao mesmo tempo, possibilita uma comparação curiosa entre as duas versões da novela: a primeira transmitida em 1985 e a atual. Em 1985, a novela refletia bem a moda que rolava naquela década. O que se via era calça legging com cintura alta e com cores fortes. Entre os personagens masculinos, prevalecia os coletes e ternos sobrepostos a camisas com os primeiros botões abertos. As mulheres também utilizavam vestidos curtos, tomara-que-caia e os terninhos, mangas bufantes e os cabelos muito volumosos.
A Releitura de Figurinos
Já na releitura da obra de Cassiano Gabus Mendes, a autora Maria Adelaide Amaral decidiu também fazer uma “releitura” do figurino da primeira versão. Nesse contexto, se inserem os vestidinhos os ternos femininos e as peças transparentes com volume, mas, ao mesmo tempo, apontando para novas tendências. Contando com a experiência da figurinista Marília Carneiro, que foi responsável pelo figurino de outros sucessos da Globo como “Dancing Days”.
Dessa releitura de figurinos, com uma atualização para os novos tempos, destacou-se uma nova tendência em termos de moda, foi, sem dúvida, o macacão, que de roupa caseira se transformou em roupa fashion. Esse foi o visual muito utilizado pela personagem de Cláudia Raia, Jaqueline Maldonado.
Com um jeito extravagante, usava o macacão com modelos volumosos, repleto de drapeados e materiais com brilho e cores fortes, remetendo aos elementos dos anos 1980, complementado por joias, bijouterias grandes e chamativas como braceletes, anéis gigantes e muito salto alto, o que também carrega o lado retro dos anos 1980
Outra personagem que circulou também de macacão durante a novela foi Luisa Salgado, vivida por Guilhermina Guinle, que misturava elementos em que se contrastavam o estilo moderno e sofisticado com um lado meio rocker. Usava macacão de cor neutra, marcado na cintura, com corte amplo e uma bijouteria mais discreta.
Outra que apareceu com o macacão foi a Help, interpretada pela atriz Betty Gofman, também com elementos de “rock’n’roll, por isso com elementos de cores escuras, também com modelagens mais amplas complementada com maxi bijoux
O que o Público Mais Gostou
A despeito da novela TitiTi ter tido o mérito de resgatar alguns elementos da moda dos anos 1980, o público gostou de alguns outros elementos do figurino. Segundo ranking elaborado pela Central de Atendimento da Rede Globo, o que caiu também no gosto popular foi uma jaqueta de couro marrom, utilizada pela personagem Luisa Salgado, o vestido preto com rendas, utilizado pela personagem de Malu Mader, a Suzana Martins, o vestido cinza Glória Coelho, de Thaísa, interpretado pela Fernanda Souza e o coletinho xadrez, da modelo Amanda, personagem de Thaila Ayala.
O fato é que se muitos dizem que as novelas já não são mais as mesmas, já não despertam mais tanto interesse quanto despertavam nos tempos pré-internet, uma coisa é certa: elas continuam ditando novas tendências e influenciando gerações.