Programa Espacial Brasileiro

O Programa Espacial Brasileiro (PEB) se refere a pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias de veículos lançadores, criação de serviços, produção de satélites entre outros. Um dos principais objetivos do PEB é fomentar a economia do Brasil de forma a fortalecer o país.

A História do Programa Especial Brasileiro

O Brasil já tinha em sua história alguns episódios em que foguetes foram usados como armas de guerra. Porém, foi a partir de 1945, pós-guerra, que isso se intensificou. O Tenente coronel Montenegro foi aos Estados Unidos com uma equipe de oficiais da FAB (Força Aérea Brasileira) para visitar instalações do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Com o apoio do professor/pesquisador Richard Harbert Smith que foi contratado pelo Governo do Brasil foi idealizado o Centro Técnico que foi chamado de CTA. No ano de 1947 foi lançado o edital das instalações do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos. A construção do CTA começou em 1948 e o seu funcionamento em 1954.

Projetos de Foguetes

O período entre 1949 e 1972 foi bastante profícuo em relação a criação de projetos de foguetes, foram apresentados 36 dos quais 33 foram colocados em prática sendo testados. Um destaque desses projetos foi o M108R, de 1952 que foi utilizado entre as décadas de 70 e 80. A fabricação desse foguete era feita pela Avibras Aeroespacial.

No ano de 1957 o projeto de um foguete ainda maior foi colocado em prática o chamado Sonda I que recebeu o apelido de Gato Félix. A Marinha também trabalhou durante a década de 60 em projetos de foguetes da série SOMMA (SOndagem Meteorológica da MArinha). A aeronáutica produziu o foguete SOMFA (SOndagem Meteorológica para a Força Aérea) em 1955.

Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro

O real desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro pode ser assinalado a partir do ano de 1956 quando técnicos brasileiros conseguiram fazer o primeiro contato com atividade na área espacial. Foi montada uma estação de rastreio no arquipélago de Fernando de Noronha.

Essa realização foi feita em parceria com os Estados Unidos e tinha como objetivo rastrear as transmissões dos foguetes do Cabo Canaveral. O programa acabou sendo encerrado em 1960 pelo fato de que em 1958 foi criada a NASA o que tornou as suas atividades desnecessárias.

Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE)

O ano de 1961 foi marcado pelo impacto do primeiro homem que foi lançado ao espaço, o russo Yuri Gagarin. O astronauta russo visitou o Brasil o que animou o presidente Jânio Quadros a criar o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE).

Para que esse grupo fosse levado adiante era necessário combinar o trabalho do Ministério da Aeronáutica que foi criado em 1941, o Centro Técnico da Aeronáutica que havia sido criado em 1946, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica que começou a funcionar em 1950 e o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento que foi aberto em 1954.

Com o passar do tempo as tarefas relativas ao desenvolvimento do programa espacial brasileiro foram sendo divididas entre os setores militar e civil. O CNAE se tornou INPE e teve as suas atividades desenvolvidas com destaque para o setor civil. No âmbito militar foi criado o GTEPE no ano de 1964, mais tarde se tornou o IAE.

Lançamento de Foguete

Em 1965 o PEB deu um passo adiante e passou a treinar ativamente, sob a supervisão da NASA, o lançamento do foguete Nike Apache. O principal objetivo desse treinamento era qualificar os profissionais para executar o projeto SAFO (Sondagem Aeronômica com Foguetes) que iria lançar um foguete do mesmo tipo. No dia 24 de agosto de 1965 uma equipe brasileira fez o lançamento do primeiro foguete do SAFO.

GETEPE

Em 1966 o GTEPE passou a ser chamado de Grupo Executivo e de Trabalho e Estudos de Projetos Espaciais (GETEPE). No ano seguinte foi criado o primeiro protótipo do foguete Sonda I. O ano de 1968 se destacou porque o Brasil passou a fazer parte do programa South Atlantic Anomaly Probe o que lhe deu acesso a informações a respeito de como construir foguetes que eram movidos a combustível sólida, o que era de última geração. No ano de 1969 o primeiro foguete Sonda II foi lançado e nesse mesmo o GETEPE foi fechado e foi criado o Instituto de Atividades Espaciais (IAE).

O PEB na Década de 70

O Brasil se aproximou da China e dos países africanos na metade da década de 70. Também fez acordos com a Alemanha e com a França para o treinamento de engenheiros para desenvolver satélites e também lançadores. Foi no ano de 1976 que aconteceu o primeiro voo do foguete Sonda III.

No ano de 1979 foi aprovada pelo governo federal a proposta de que o Brasil realizasse uma Missão Espacial Completa Brasileira (MECB). O objetivo era gerar competências para construir e operar um programa espacial próprio do país.

O PEB na Década de 80

Nessa década de 80 a MECB começou a ser realizada e tinha objetivos bem audaciosos incluindo um novo centro de lançamento. Como a cidade de Natal, onde estava o centro, começou a crescer de forma acelerada foi necessário procurar outra região mais remota do país para desenvolver o programa e então a cidade de Alcântara no Maranhão começou a ser usada. Foi somente no ano de 1989 que esse centro de lançamento passou a atuar efetivamente.

O PEB na Década de 90

No ano de 1990 o primeiro satélite brasileiro o Dove-OSCAR 17 foi lançado. Em 1994 foi criada a Agência Espacial Brasileira (AEB). Foi também em 1994 que foi realizada a Operação Guará que consistiu no lançamento dos primeiros foguetes de sondagem do centro de lançamento brasileiro.

Os Anos 2000 e Atualmente

No ano de 2000 começou a ser feito o estudo para a criação do segundo brasileiro (CBERS-2). Nessa década o PEB passou por dificuldades assim como vários programas, mas vem tentando fortalecer o Brasil nesse segmento. Muitas conquistas foram feitas pelo Brasil e com certeza muitas outras ainda virão uma vez que o país percebeu que também pode ter um programa espacial forte.

O Brasil tem avançado em alguns pontos, mas é muito difícil chegar a resultados realmente significativos sem tanto dinheiro para investir. Daqui alguns anos pode ser que tenhamos avançado de forma mais efetiva.

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Categoria(s) do artigo:
Cultura

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