Os últimos anos foram bastante conturbados no Brasil tanto no cenário político como econômico, o país passou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, pelas acusações de corrupção contra o presidente em exercício Michel Temer e a queda de prestígio de nomes fortes da política nacional como Luiz Inácio Lula da Silva e Aécio Neves. O segundo impeachment brasileiro deixou marcas muito mais profundas que o primeiro com partidos de base destroçados e outros com a imagem bastante arranhada.
Candidatos a Presidência 2018
Num momento em que os antigos candidatos de sempre saem de cena devido ao envolvimento em escândalos e problemas judiciais novos nomes passam a despontar. Durante alguns meses se especulou a possível candidatura do apresentador de TV, Luciano Huck, que por fim decidiu por se manter como comunicador ao invés de tentar o pleito presidencial em 2018. Conheça a seguir os nomes que estão sendo cogitados como candidatos a presidência em 2018.
Quem Serão os Candidatos a Presidência em 2018?
Candidato: Luiz Inácio Lula da Silva
Partido: PT
O ex-presidente Lula está sendo apresentado como pré-candidato do PT a presidência, no entanto, pode ter barrada a sua candidatura devido a problemas judiciais. De acordo com especialistas em assuntos jurídicos Lula não poderá ser candidato caso a condenação do juiz Sérgio Moro seja confirmada em segunda instância.
Para quem está se perguntando a respeito da Lei da Ficha Limpa é importante esclarecer que ela se refere somente a candidatos que tenham sido condenados em segunda instância por um órgão colegiado. Dessa forma sob nenhum aspecto Lula está impedido de ser candidato somente pela condenação aplicada por Moro.
Caso Lula seja registrado como candidato a presidência 2018 e após esse fato seja condenado em segunda instância terá a sua candidatura anulada. Se Lula for eleito presidente e diplomado como tal sendo condenado logo em seguida pode ter a diplomação anulada. O advogado do ex-presidente acredita que ele será absolvido e afirma que a condenação foi injusta.
Candidato: Jair Bolsonaro
Partido: PSC, mas deve concorrer pelo PEN/Patriotas
Já faz algum tempo que o deputado federal Jair Bolsonaro se apresenta como pré-candidato a presidência 2018. O militar da reserva ganhou destaque na mídia por se envolver em polêmicas com colegas de trabalho e por dar opiniões vistas como retrógradas a respeito das mulheres e homossexuais. Um candidato que é associado a uma linha política de extrema-direita.
Dentre as suas opiniões mais polêmicas estão a ideia de usar fuzis contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, aplicar métodos de tortura contra criminosos praticantes de crimes hediondos, salários menores para mulheres e posicionamento contrário aos direitos LGBT como casamento homo afetivo. Para os especialistas em política a candidatura do ultraconservador deputado federal não deve ser encarada como piada.
Candidata: Marina Silva
Partido: Rede
Marina Silva ainda não se define como pré-candidata a presidência 2018, porém, certamente é o nome cotado do seu partido para entrar no certame. Algumas pesquisas apontam que parte do eleitorado do PT prefere votar em Marina nas próximas eleições pela grande desilusão com o partido dos trabalhadores.
A ex-senadora ainda não definiu qual será sua participação no cenário das eleições de 2018, pois de acordo com ela as condições de disputa não serão leais uma vez que seu partido teria direito a somente 12 segundos do horário eleitoral gratuito. A respeito do apoio dado a Aécio Neves no segundo turno das eleições de 2014, Marina, diz que se tivesse tido acesso as informações reveladas pela imprensa nos últimos meses nunca teria entrado na campanha do tucano. Porém, essa é uma mancha difícil de remover.
Candidato: Geraldo Alckmin
Partido: PSDB
Embora seja o candidato natural do PSDB, especialmente após os escândalos envolvendo o senador Aécio Neves, Alckmin ainda precisa vencer as disputas internas no seu próprio partido que parece fragmentado. Comentaristas políticos apontam que se o PSDB preteri-lo para a disputa pode ocorrer uma mudança de legenda para o PMDB. A principal disputa de Alckmin é com o atual prefeito de São Paulo, João Dória que tem despontado como um nome forte para o pleito.
Contudo, enquanto Dória se dedicou a subir nas pesquisas, Alckmin construiu alianças políticas fortes. Já existem sinais da parte de Dória que a disputa chegou ao fim, o prefeito declarou que poderia sair candidato a vice de Alckmin em 2018. Outra força que parece estar pendendo para o lado do governador de São Paulo é a base de aliados do presidente Michel Temer.
Candidato: Ciro Gomes
Partido: PDT
Apesar de ser visto como um candidato fora do grande páreo, Ciro Gomes, tem trabalhado para criar, o que ele mesmo chama de uma corrente de opinião. Focado na conquista de apoio de intelectuais e universitários, o ex-ministro e ex-governador do Ceará, tem se mostrado contrário tanto a esquerda quanto a direita.
Não faltam críticas da parte de Ciro Gomes ao que ele chama de falso ambientalismo de Marina Silva e ao discurso engajado no empresariado de nomes como João Dória. A candidatura de Ciro Gomes é uma certeza, para ele seria interessante conseguir como aliado político o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
Candidata: Manuela D’Ávila
Partido: PCdoB
O PCdoB deixou claro que mantém seu apoio ao PT e que em nenhum momento deixou o antigo aliado, no entanto, deseja ter sua candidata própria. A ex-deputada federal e atual deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila, pode se tornar a presidente mais jovem do Brasil, caso seja eleita.
Os petistas se dividiram entre aqueles que apoiam que o PCdoB tenha sua própria candidata e aqueles que acreditam ser um erro entrar numa eleição sem poder para concorrer com os grandes partidos e deixando o seu antigo aliado sem apoio. Provavelmente assistiremos a um embate interessante entre o posicionamento engajado de Manuela D’Ávila e o pensamento retrógrado de Jair Bolsonaro.
Candidato: Álvaro Dias
Partido: Podemos
Um nome forte da política nacional, o senador Álvaro Dias, desponta como uma possível surpresa durante a campanha a presidência 2018. Durante 18 anos o paranaense se manteve na legenda do PSDB tendo trocado de partido por desavenças com o também tucano Beto Richa, governador do Paraná.
O senador que permaneceu algum tempo no PV alegou que a falta de posicionamento durante o impeachment de Dilma Rousseff bem como o apoio do seu antigo partido a Eduardo Cunha contribuíram para a sua saída. Especialistas políticos apontam que a decisão também se baseou na possibilidade de alçar voos mais altos como candidato a presidência, como é o caso agora pelo Podemos.
Candidato: Henrique Meirelles
Partido: PSD
Uma das pré-candidaturas não confirmadas oficialmente que já podem ser dadas como certas. O ministro da fazenda do governo Temer, Henrique Meirelles, não esconde de ninguém que deseja concorrer ao pleito eleitoral de 2018. A questão central dessa candidatura é que esse desejo manifesto pode tornar difícil a aprovação de medidas de interesse executivo no Congresso.
O governo está passando por uma fase complicada em que está realizando uma grande reforma econômica e precisa que os partidos apoiem e aprovem as medidas. Porém, quando o líder da reforma é um potencial candidato tudo se torna mais difícil, pois as aprovações podem ser vistas como vantagens no pleito futuro.
Candidato: Cristovam Buarque
Partido: PPS
O senador Cristovam Buarque está analisando a possibilidade de ser candidato a presidência em 2018, para que possa tomar sua decisão tirou uma licença de 120 dias de suas funções no senado. Buarque defende que o Brasil precisa promover a quebra de ruptura e seguir por um caminho de coesão. Nos próximos meses Buarque fará uma espécie de caravana pelo Brasil para ter uma amostra do apoio a sua candidatura.
Candidato: Ronaldo Caiado
Partido: DEM
Ainda um nome que não é certo na disputa eleitoral de 2018, Caiado, pode ser candidato à presidência ou ao governo de Goiás. O integrante do DEM faz questão de dizer que até o último instante tentará uma aliança com o PMDB, mas que entende se o partido da base presidencial quiser lançar seu próprio candidato. Para Caiado é importante que Lula seja candidato em 2018 para que o ex-presidente não se torne uma figura icônica.
Candidato: João Amoêdo
Partido: Partido Novo
O Partido Novo foi criado em 2011 com o apoio do empresariado carioca e em no nome do empresário João Amoêdo o seu candidato a presidência de 2018. Tendo uma carreira longa no segmento empresarial, Amoêdo, já passou por empresas como o banco Citibank e BBA-Creditansalt. O empresário foi o presidente do Partido Novo de setembro de 2015 a junho de 2017.
Candidato: Paulo Rabello de Castro
Partido: PSC
Paulo Rabello de Castro é o presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e recentemente se filiou ao PSC. Seu nome é cotado como candidato a presidência no caso de Jair Bolsonaro deixar o Partido Social Cristão para ser candidato pelo PEN/Patriotas.
Candidato: Joaquim Barbosa
Partido: PSB
Um dos nomes que se tornou mais populares entre os possíveis pré-candidatos a presidência 2018, Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, não declarou com certeza se realmente será candidato. O PSB tem sondado Barbosa para que diz estar hesitante a esse respeito, contudo, uma parte sua realmente tem o desejo de ocupar esse cargo.
Candidato: Dr. Rey
Partido: Prona
A candidatura de Dr. Rey, ‘cirurgião das estrelas’, depende do retorno do Prona (Partido de Reedificação da Ordem Nacional) do candidato-figura Enéas Carneiro. O médico não se intimida pelo fato de ter sido candidato a deputado federal em 2014 e não ter conseguido se eleger. Para Rey o problema foi que ele não aceitou entrar em nenhum esquema fraudulento e não havia tanto apelo a figuras midiáticas. Depois da eleição de João Dória como prefeito de São Paulo ele se sente mais otimista.
