Tem Barulho que Não nos Irrita

Meu Espanto

Conversando com minha irmã, uma jovem de cinquenta e oito anos, sobre mega-festa junina promovida por uma igreja católica perto de sua casa, e, o barulho causado até tarde da noite, além do trânsito pesado de veículos nas ruas próximas ao evento, fiquei espantado com a resposta: “… com este barulho não me incomodo, até gosto.”

Enxaqueca

Enxaqueca

O Confronto

Há algum tempo, uma vizinha a incomodava com as inúmeras festas de finais de semana, a música extremamente alta com som distorcido e o vento trazendo cheiros diversos de fumaça, e a motivaram a levantar um “muro contentor” para minimizar o prejuízo sonoro. Segundo ela, tal medida foi tão eficaz que sua vida mudou pra melhor.
Quando a confrontei com o barulho da festa junina e o antigo barulho do vizinho, despertei nela um efeito contrário de saudosismo!

Grito

Grito

Proveito da Conversa

Quantas vezes estragamos um final de semana, por não sabermos exatamente o que nos incomoda? No caso acima, provavelmente, muitas das vezes, o problema não era o barulho causado pela vizinha, mas sim, de onde vinha e por quem o barulho estava sendo causado.
Pense em um par de pernilongos zumbindo no seu quarto em uma noite bem quente, não tendo você um aparelho de ar-condicionado. Consegue se lembrar? É horrível, também posso afirmar. Mas, dividindo um espaço pequeno com três desses insetos, pois estava dormindo dentro de um automóvel em um evento, só percebi a presença deles quando amanheceu o dia. A razão é simples, eu estava dormindo de protetor auricular, aquele EPI que usamos lá na empresa. Concluí que no caso do famigerado pernilongo, o que nos incomoda é o barulho, e não a picada do bicho. Eu, indivíduo adulto, em princípio, não devo me sentir mal em doar um “teco” de sangue a um bicho tão pequeno.
A irritação e o descompasso emocional em algumas situações, pode ser equivocado e atribuído à outra questão, que nem sempre analisamos para buscar a verdadeira razão.

Músicas Irritantes

Músicas Irritantes

Em relação ao final de semana prejudicado, quantas e quantas vezes causamos transtorno familiar, por não sabermos exatamente onde está o nosso problema, descarregando “cobras e lagartos”, sem necessidade, sendo que a situação poderia ser resolvida com meia dúzia de palavras, bem colocadas, sem paixões.
Certos dias, a interpretação da vida não é fácil, ficamos equivocados por questões pessoais não resolvidas no tempo certo e magoamos/traumatizamos nossos próximos familiares. Quando temos filhos pequenos então, fazemos um mal sem tamanho para os mesmos, enquanto descarregamos através de nossas palavras inadequadas, uma ira que duvidamos do que falamos.
Certos barulhos não nos irritam, mas determinadas falas calam fundo em nossos filhos, que muitas vezes, são sacos de pancada de nossa insegurança e frustração.

Autor: Dirceu Pereira Mendonça

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Categoria(s) do artigo:
Curiosidades

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