Redes Sociais Na Pré-História: Estudos e Evidências Arqueológicas

O desejo de se conectar com a comunidade está no código genético. Algo natural dos seres humanos. “Conteúdo Gerado pelo Usuário” já existe há milênios! A primeira evidência de “mídia social” está nas pinturas rupestres de Chauvet-Pont d’Arc, no departamento de Ardèche, sul da França. Elas datam de 30.000 AC, ou seja, do Alto Paleolítico. Funcionaram como espécie de Twitter na parede de areia.

Redes Sociais Na Pré-História: Estudos e Evidências Arqueológicas

Redes Sociais Na Pré-História: Estudos e Evidências Arqueológicas

A diferença é a velocidade e extensão da comunicação. Pinturas rupestres não alcançavam quase ninguém em termos mundiais. Já a mídia social atinge a todos. Os seres humanos esperaram muito tempo para isso. Por milhares de anos a Igreja controlava a mensagem, seguido pela imprensa, em seguida, os principais meios de comunicação.

A mídia social chegou para ficar! Ela traz o sabor da liberdade! Governos tentam acabar com o movimento, mas não conseguem por inúmeras razões, seja pela resposta de lucratividade do mercado ou em virtude da tecnologia da internet – a terra de ninguém!

http://www.youtube.com/watch?v=lL1ro7-pg4M

Barbara Mills: Redes Sociais Na Pré-História

Em 2008, a Universidade do Arizona recebeu 749 mil dólares da Fundação Nacional de Ciências Humanas e Programas Sociais Dinâmicos para analisar a estrutura e dinâmica das redes sociais na pré-história. Esse representa um dos estudos com maior relevância em termos acadêmicos dentro da temática.

Durante esse período os deslocamentos massivos da população coincidiram com a formação de agregados de aldeias em toda a área. Usando as informações retiradas de relatórios, coleções de museus e trabalho de campo arqueológico, o projeto se baseia no banco de dados que inclui cerca de 2.000 locais do sudoeste de Arizona.

Projeto de Redes Sociais do Sudoeste (SWSN, sigla em inglês) tem vários objetivos. O primeiro é adicionar conteúdos arquitetônicos públicos como parte dos bancos de dados SWSN.  O segundo está caracterizado por estrutura e dinâmica das redes sociais na área em intervalos de 50 anos usando dados de alta resolução arqueológicos.

Barbara Mills: Redes Sociais Na Pré-História

Barbara Mills: Redes Sociais Na Pré-História

Terceiro consiste na aplicação de novos métodos e fórmulas de análise de redes sociais, físicas e matemáticas para integrar a teoria. Foram usadas poderosas ferramentas que analisam de modo espacial. Os participantes do projeto incluem arqueólogos, geoquímicos, sociólogos quantitativos e cientista da computação.

A arqueologia na região tem o potencial de fornecer uma perspectiva de “tempo profundo” sobre a ascensão e queda das redes sociais dentro de um ambiente circunscrito.

Esta é a primeira aplicação da teoria da rede social com métodos para compor banco de dados arqueológicos que mede mudanças ao longo dos séculos. O período de tempo sob a investigação tem olhar especial de importação às formas das vias de migração, bem como para examinar as maneiras em que as redes são reconfiguradas durante os processos sociais, como a migração, agregação e despovoamento, por exemplo.

Os três primeiros anos do projeto foram centrados na recolha de dados. Quase 4,3 milhões de cerâmicas em 700 sítios entraram ao CCD. Além disso, esta base contém mais de 5.100 artefatos provenientes de 140 sítios. A maioria analisada a partir de coleções existentes e projetos recentes do Laboratório de FRX em Berkeley fez parte da concessão.

Com a análise de redes sociais baseada em cerâmica (ARS ou SNA) foi possível estabelecer concordância para milhares de tipos de cerâmica (e variações de ortografia).  Esta concordância traz vocabulário comum de 627 tipos agrupados em 104 mercadorias.

Com os resultados o programa de computador foi desenvolvido para repartir cerâmica de sítios em 50 anos de intervalo para fins comparativos. O esquema revolucionou as ideias dos estudos sobre a comunicação rupestre.

Esse programa considera datas, tipo e popularidade, bem como local de ocupação, extensão e população. Locais com concentrações semelhantes estão conectados! Redes também são exploradas e comparadas com os contatos sociais via cerâmica.

Redes Sociais Pré-Históricas

Um estilo de vida caçador-coletor formou a estrutura social predominante durante a maior parte da história humana. A suposição comum traz grupos compostos de indivíduos: País, irmãos e filhos se estendem nas relações conjugais.

Os seres humanos contemporâneos apresentam sucesso biológico derivado da cultura acumulada e cooperação. As origens dos traços estão relacionadas com a estrutura de grupos ancestrais.

Porque os seres humanos viviam como forrageiros foram analisados os padrões de residência entre 32 sociedades coletoras atuais.

Mark Sapwell: Redes Sociais Na Pré-História

Mark Sapwell, pesquisador de Cambridge surgiu no meio acadêmico com a conversa de que as redes sociais são mais antigas do que se imagina. No sentido de comprovar a tese foram desenvolvidas baterias de estudos em rochedos antigos situados no norte da Suécia e nordeste da Rússia. O especialista utilizou cerca de 2500 imagens rupestres analisadas por supercomputadores.

Com material que conseguiu colher na época o pesquisador decifrou série de práticas e hábitos dos homens e mulheres que viviam nas regiões na época dos primórdios.

Porém, o próprio especialista diz que as pinturas não tinham caráter apenas de registro. Na prática, poucas pessoas na época tinham raciocínio ou preocupação de deixar algo para posteridade. Em suma as comunicações serviam para estabelecer rede de diálogos, manifestações de pensamentos e recados postulados nas paredes das rochas via arte rupestre.

Sapwell aponta que as paredes tinham imagens semelhantes para épocas distintas. Conforme o especialista as reproduções dos desenhos teriam apreciações positivas, como se fosse à opção “curtir” do Facebook. Não se pode ignorar o fato de existirem desenhos adicionais aos originais, como se fossem comentários ou respostas dos receptores da mensagem.

De certa maneira há tempos os cientistas estudam as funções das comunicações rupestres da pré-história. O surgimento das redes sociais aconteceu milênios depois que as formas de expressão foram feitas, mas elas ajudam em níveis consideráveis a explicar evidências científicas do passado.

De modo usual se faz necessário estudar o passado, compreender o presente para idealizar algo sobre o futuro. Nesse caso, o quadro da sentença foi invertido, ou seja, os estudos contemporâneos de então ajudam nas conclusões dos significados de composições pitorescas.

O fato pode ajudar a comprovar que as formas de comunicação aconteceram de modo verdadeiro, desbancando a ideias dos descrentes que desconfiam inclusive da autenticidade pré-histórica dos “rabiscos“. A série de estudos inicia nova época de reinterpretação da comunicação estabelecida no passado!

Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Curiosidades

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