O corpo humano pode ser comparado a uma máquina que possui uma série de engrenagens (órgãos) em movimento para que sejam realizadas as mais diversas tarefas. O correto funcionamento dessa máquina depende diretamente do fornecimento de combustível que nesse caso são os alimentos. Sendo assim quando uma pessoa fica muito tempo se se alimentar começa a sentir os efeitos da redução do ritmo de suas engrenagens que pode trazer uma série de consequências.
Reações do Organismo para Anunciar a Fome
Algumas pessoas ficam constrangidas quando o estômago solta aquele ruído que anuncia a falta de alimentos e a necessidade iminente de se alimentar. O som de ronco produzido pelo estômago é decorrente dos movimentos realizados pelos músculos presentes nas paredes estomacais que passam a empurrar o ar que circula por uma área vazia.
Contudo, quem realmente identifica a fome é o cérebro. Quando o corpo está em jejum o estômago passa a liberar Grelina, o hormônio responsável por ‘ligar’ a função de fome. Esse hormônio age no cérebro de maneira a ativar a necessidade de se alimentar.
A partir da ingestão de alimentos o estômago reduz a produção de Grelina de maneira a fazer com que o organismo se sinta mais satisfeito e saciado. Conforme o indivíduo se alimenta seu estômago passa a secretar substâncias que aumentam a sensação de saciedade de maneira a indicar que chegou ao fim a refeição.
O Papel da Glicose
A energia do corpo humano é gerada pela glicose (açúcar no sangue) liberada quando nos alimentamos. Quando um indivíduo deixa de se alimentar para de fornecer glicose para o seu organismo, isto é, o deixa debilitado de energia. O ser humano tem sangue quente e como essa característica precisa ser mantida pelo organismo há a demanda de energia. De maneira geral um adulto necessita de cerca de 1.700 calorias diárias para que seu metabolismo funcione bem.
Reservas de Gordura
A partir do momento em que o organismo não recebe mais energia proveniente dos alimentos o organismo passa a buscar combustível nas reservas de gordura. As células começam a capturar e absorver a glicose proveniente do tecido adiposo (gordura). Voltando a analogia do corpo humano com uma máquina podemos compreender essa ‘queima de gordura’ como o uso de um tanque reserva de combustível.
A queima de gorduras como fonte de energia é o que explica situações em que uma pessoa estava com muita fome e depois de algum sem conseguir se alimentar deixa de sentir o incômodo. O desejo pela comida passa mesmo sem se alimentar porque o organismo encontra uma saída para suprir a sua falta de energia. Porém, é fundamental que se diga que não é saudável passar tempo prolongado sem se alimentar.
Energia dos Músculos
Chega um momento em que a reserva de gordura acaba e o organismo precisa buscar seu combustível (glicose) em outra fonte, os músculos. O corpo humano possui a capacidade de converter sais e proteínas musculares em glicose, porém, esse processo é danoso, pois faz com que o indivíduo perca massa magra. Essa é a fase em que a pessoa passa a apresentar apenas ‘pele e osso’.
Sem Bateria
Smartphones e notebooks quando estão quase sem bateria passam a realizar as suas atividades mais lentamente para economizar energia. O mesmo acontece com o corpo humano, o cérebro compreende que está próximo do fim do seu combustível e então ‘avisa’ aos órgãos que eles devem trabalhar com menos potencial. No período entre 24 e 48 horas sem se alimentar o indivíduo já começa a padecer dos sintomas da falta de energia.
O glicogênio armazenado no fígado e nos músculos começa a chegar ao fim e o estresse aumenta consideravelmente. Com pouca energia o metabolismo passa a trabalhar mais lentamente e o corpo deixa de produzir enzimas e hormônios importantes para o seu bom funcionamento.
Efeitos da Fome
Passar longos períodos sem se alimentar faz com que o indivíduo passe a sentir sintomas como intensas dores de cabeça, enjoos, náuseas, mudança de humor, cansaço extremo, sonolência entre outros. Também podem ser decorrentes da falta de alimentação episódios de queda de pressão arterial, paradas cardíacas e convulsões.
Consequências da Fome
Além de gerar uma série de sintomas bastante desagradáveis para o organismo, a fome, pode ser responsável por consequências de comprometimento da saúde bastante sérias como danos cerebrais irreversíveis e até mesmo o óbito. Crianças que passam muito tempo sem se alimentar tem o desenvolvimento cerebral comprometido e as consequências são irreversíveis. No caso de adolescentes a redução da produção de hormônios compromete o crescimento do indivíduo.
Esgotamento
O tempo que um ser humano pode permanecer sem se alimentar – desde que esteja hidratado – é discutível. Estima-se que um adulto possa sobreviver até 50 dias sem se alimentar, contudo, isso depende de outros fatores como, por exemplo, o tanto de reserva de gorduras que a pessoa possui e suas condições de saúde.
Pessoas abaixo do peso ou no peso ideal têm poucas reservas de gordura resistindo poucos dias sem alimento. Chegando ao estado de esgotamento, sem ter de onde tirar energia, o indivíduo acaba falecendo.
