Problemas Mundiais Decorrentes da Poluição Hídrica

Todos estamos sempre preocupados em deixar inúmeros bens materiais para nossos filhos, carros, casas, fazendas, e nos esquecemos que para eles sobreviverem precisarão muito mais que apenas isso, precisarão de um meio ambiente adequado para que possam viver com saúde e bem estar. E, necessariamente, isso implica em água potável, já que sem água ninguém consegue viver, ainda que tenha muitas posses.

A água limpa é a mais valiosa herança que podemos deixar às futuras gerações, mas estamos observando que esse bem tão precioso tem sido negligenciado, seja por conta dos governantes e até das próprias pessoas, que ficam jogando lixo e resíduos tóxicos, poluindo mananciais e nascentes de rios.

O Processo de Poluição das Águas

Basicamente, as águas são poluídas através de duas formas de resíduos: os inorgânicos, compostos de inúmeras substâncias, e os orgânicos, compostos por ligações de carbono relacionadas a moléculas de hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

Poluição nada mais é do que a contaminação ocorrida na água por meio de substâncias que causam problemas na saúde de animais e pessoas, atrapalhando em sua qualidade de vida e ainda no desenvolvimento dos ecossistemas. Determinados tipos de poluição possuem implicação natural, como por exemplo, as erupções vulcânicas. Entretanto grande parte é através da atuação do homem. A partir da sofisticação da tecnologia, tornou-se maior o risco de contaminação.

A Evolução da Poluição

Henrik Ibsen, um dramaturgo norueguês, em 1882, escreveu a obra Um inimigo do Povo, que contavas as desventuras de um médico que habitava um balneário turístico, e ali passa a observar que as águas do local sofreram contaminação em consequência do processo de curtumes da região.

Através disso, ele veio a descobrir que a poluição das águas estava disseminando o Tifo e ainda demais doenças, por isso, resolve fazer uma denuncia do problema. Mas, não era tudo tão simples quanto ele imaginara, pois enfrenta uma violenta resistência da sociedade em si e também das autoridades, que têm medo dos prejuízos que sofreriam em decorrência dessa propaganda ruim.

Por isso, bem sabemos que tal problema acontece não é de hoje, conflitando entre a poluição de oceanos e rios e a proteção ambiental e interesses econômicos. Ocorre que foi somente no final do século XX que os efeitos das atividades poluidoras passaram a se tornar mais visíveis.

Analisando os Poluentes

Resíduos Químicos – quase sempre estes resíduos são descartados pela mineração e por indústrias, e são bastante difíceis de sofrerem degradação. Em razão disso, ficam sobre a água ou acabam sendo depositados no fundo de lagos, rios, e mares, nos quais permanecem sem alteração por longos anos.

Dentre os mais prejudiciais podemos ressaltar os metais pesados – mercúrio, chumbo, cádmio, níquel e cromo. Quando ingeridos, são capazes de causar inúmeras disfunções, cardíacas, pulmonares, renais e ainda àquelas relacionadas ao sistema nervoso central. Um dos componentes mais venenosos é o mercúrio, descartado comumente por garimpeiros depois de ser usado no isolamento do ouro.

Esgotos – em todo o mundo, aproximadamente 2,4 bilhões de pessoas jogam seus esgotos diretamente em veios d’água ou no solo, que estejam próximos de sua residência, já que não possuem acesso a um sistema organizado de coleta. Em nosso país, a rede de coleta de esgoto chega pouco mais da metade da população urbana, algo em torno de 53,8%.

Porém, grande parte do montante recolhido não passa por nenhum tipo de tratamento, sendo despejado do jeito que vem  em represas e rios ou até mesmo diretamente no oceano. Somente  35,5% daquele esgoto que é coletado passa por alguma forma de tratamento.

Nitratos –  essa substância está presente no esgoto de casa e ainda nos descartes de pecuaristas e indústrias. Eles contêm um especial risco para a saúde, principalmente de  crianças, ocasionado a redução do oxigênio no organismo e ainda danos neurológicos.

Além do mais, a excessiva presença dessa substância em mares e rios promove o crescimento excessivo de algas, chamado de eutrofização. Em casos mais sérios, essas algas podem dar cor à água e liberar substâncias tóxicas que prejudicam os peixes, a conhecida maré vermelha.

Detergentes – na década de 80, foi aprovada no Brasil uma lei que impediu a produção de detergentes não biodegradáveis. Entretanto, ainda que apresente pouca contaminação, os sabões em pó e detergentes comercializados possuem fosfatos em sua composição, substância que pode causar um acelerado crescimento de algas nos rios. Assim que elas morrem, passam pela decomposição através da ação de bactérias que usam todo o oxigênio da água e lançam um mau cheiro.

Vinhoto – essa substância é decorrente da fabricação do álcool e do açúcar. Pode ser utilizado como fertilizante, entretanto é descartado com frequência diretamente em rios e lagos das áreas produtoras de cana do Nordeste e de São Paulo, ainda que essa prática seja totalmente proibida por lei.

Poluição física – determinadas atividades alteram coloração e temperatura da água. Como, por exemplo, a indústria, que utiliza a água para fazer o resfriamento de seus equipamentos e após, devolve a água ao rio. Ela ainda está limpa, mas mais aquecida do que quando foi retirada do rio, o que ocasiona danos ao meio ambiente. Atividades relacionadas a determinados tipos de mineração, despejam material com radiação nos rios, danificando a flora e a fauna.

Organoclorados – são compostos originários de indústrias e seus processos, feitos a partir de átomos de cloro conectados a um bicarboneto. De variável nível de toxicidade, há suspeitas de que colabore para o surgimento de inúmeros tipos de más formações congênitas e câncer.

Eles possuem a capacidade de acumulação nos tecidos gordurosos de organismos com vida e concentram-se mais nas partes mais altas da cadeia alimentar. Então, mudam dos micro-organismos filtradores para outros organismos, deles chegam até os peixes e posteriormente para aves e mamíferos. O homem, que ocupa posição no topo desta cadeia, passa a conter as concentrações maiores de organoclorados na circulação sanguínea.

Informações

Informações da ONU a respeito da poluição da água se mostram bastante convincentes. Conforme elas, os catorze maiores rios da Europa possuem nascentes com um status ambiental considerado bom, entretanto, no decorrer do percurso, estão muito avariados. Todos os rios que cruzam as cidades asiáticas estão quase que totalmente poluídos.

Com isso, se o crescimento da poluição continuar no mesmo ritmo, seguindo o da população mundial, a Terra chegará a ficar sem 18 mil quilômetros quadrados de águas limpas, puras e doces até o ano de 2050, o que vem a representar quase 09 vezes o total volume utilizado anualmente na irrigação mundial.

Segundo dados estatísticos de organizações mundiais que cuidam da preservação do meio ambiente, cerca de três bilhões de pessoas que habitam o planeta Terra vivem sem ter as condições básicas de higiene e sanitarismo. Como se não bastasse esse grande problema dos três bilhões, cerca de  um bilhão de pessoas da população mundial não tem o básico, que é ter acesso ao uso de água potável. Esse quadro catastrófico é um dos principais responsáveis pela disseminação de graves enfermidades em todo o mundo, como por exemplo: febre tifóide, diarréia e hepatite, entre outras.

Problemas Mundiais Decorrentes da Poluição Hídrica

Problemas Mundiais Decorrentes da Poluição Hídrica

Segundo especialistas na área de ambientalismo, essas doenças chegam a levar a óbito por ano algo em torno de cinco milhões de pessoas, que não conseguem ter um atendimento digno e eficiente nas redes hospitalares e sistemas públicos de saúde. Por isso, a poluição das águas dos rios, lagos, mares e oceanos é um problema ambiental dos mais graves e que deve ser controlado de maneira responsável pelos governos mundiais.

Salete Dias

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Categoria(s) do artigo:
Meio Ambiente

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