Teogonia consiste no poema de Hesíodo (8° e 7º século AC). Descreve origens e genealogias do grego politeísmo, composto por volta de 700 AC. Está escrito no dialeto épico do grego Homero. Até os dias de hoje estudiosos se concentram para traçar paralelos entre a época de ontem e hoje, aumentando a importância do estudo para o mundo moderno.
O Que é Teogonia?
Em termos gerais a Teogonia representa união dos antigos poemas da Grécia que explica a origem da formação dos deuses e civilização grega. Hesíodo foi o primeiro autor que organizou as informações em passagens ordenadas do modo cronológico.
Síntese em larga escala de grande variedade dos locais gregos e tradições referentes aos deuses, organizada como narrativa que conta como vieram e estabeleceram o controle permanente sobre os cosmos. É o primeiro mítico grego da cosmogonia!
O caos (Chaos) é estado inicial do universo, vazio indefinido, escuro considerado condição primordial. Teogonia representa parte da mitologia grega que personifica o desejo de articular a realidade como um todo, fundamental aos primeiros projetos posteriores da teorização especulativa.
Narrativas sobre a origem do cosmo e dos deuses que formam a sociedade para reafirmar as tradições culturais nativas. De modo específico a Teogonia tende a afirmar a realeza como personificação natural da sociedade.
A Teogonia afirma o reinado do deus Zeus sobre todos os cosmos. O trabalho se apropria para si a autoridade em geral reservada à realeza sagrada. Usado como livro de referência à mitologia grega.
Em termos formais consiste no hino invocando por Zeus e às Musas: Passagens paralelas do culto homérico, o hino às Musas deixa claro que a Teogonia se desenvolveu a partir da tradição de prelúdios com que um grego antigo rapsodo começaria seu desempenho em competições poéticas.
É necessário ver a Teogonia não como a fonte definitiva da mitologia grega, mas sim sob a ótica da tradição dinâmica que aconteceu a cristalização, quando Hesíodo formulou os mitos que ele conhecia conforme as tradições que evoluem desde aquela época.
A forma escrita da Teogonia foi estabelecida no século VI. Mesmo alguns editores conservadores concluíram que o episódio Typhon (820-68) consiste em interpolação. De modo provável Hesíodo teve a influência de tradições próximas ao Oriente, como a dinastia babilônica de Dunnum misturadas com as tradições locais.
Contos propensos às tradições persistentes nos traços da tradição micênica consistem no resultado de contatos orientais de Hesíodo do próprio tempo. A decifração dos textos místicos e a realeza nos textos apresentados pela primeira vez em 1946 oferecem paralelo direto do conflito de Urano-Cronos no trabalho de Hesíodo.
Criação Das Cosmogonias No Mundo Mítico
Na Teogonia o estado inicial do universo ou a origem é Chaos, vazio escancarado (abismo) considerado como condição primordial divina da qual surgiu tudo o que existe. Então veio Gaia (Terra), Tártaro (o espaço na caverna debaixo da terra onde nasceu Erebus, a escuridão no espaço) e Eros (desejo sexual, necessidade de reproduzir e não a emoção do amor, interpretação equivocada do senso comum). Hesíodo fez a abstração porque a origem caos é algo indefinido.
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Primeira Geração Da Teogonia De Hesíodo
Após o orador declarar que recebeu as bênçãos das musas e agradecer por causa da inspiração, Hesíodo explica que Chaos surgiu de modo espontâneo. Então veio Gaia (Terra), a fundação mais ordenada e segura que serviria como lar aos deuses e mortais.
Surge Tártaro, nas profundezas da Terra, e Eros, o mais belo entre os deuses imortais, que possui papel importante na reprodução sexual, antes do qual as crianças tinham que ser produzidas assexuadamente. Do Chaos veio Erebus (trevas entre a terra e o submundo) e Nyx (Noite). Erebus e Nyx reproduzem Aether (atmosfera) e Hemera (Dia). De Gaia veio Urano (Céu), Ourea (Montanhas) e Pontus (Mar).
Urano se acasala com Gaia para criar três Ciclopes: Brontes, Steropes e Arges, além de três Hecatônquiros (Centimanos): Kottos, briareos e Giges.
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Segunda Geração: Teogonia De Hesíodo
Urano estava revoltado com os seus filhos Hecatônquiros. Gaia pediu aos filhos os Titãs para punir seu pai. Apenas Cronos estava disposto a fazer. De fato, ele castrou seu pai com uma foice de Gaia.
O sangue de Urano espalhado sobre a Terra produz Erínias (as Fúrias), Giants e Meliai. Cronos lançou os testículos cortados no Mar (Thalassa), em torno do qual a espuma desenvolvida foi transformada na deusa do amor, Afrodite (por isso que em alguns mitos, Afrodite era filha de Urano com Thalassa).
Enquanto isso, Nyx se casou com Erebos e produziu crianças: Moros (Julgamento), Oneiroi (Sonhos), Ker e as Keres (Destinos), Eris (Discórdia), Momos (Culpa), Geras (Velhice), Thanatos (Morte), Moirai (Caminho), Nemesis (Retribuição), Hespérides (Filhas da Noite), Hypnos (Sono), Oizys (Dificuldade) e Apate (Engano). Eris seguiu os passos da mãe, veio Ponos (Dor), Hysmine (Batalhas), Neikea (Brigas), Algea (Doença), Horkos (Juramentos) e Logos (Histórias).
Após a castração de Urano, Gaia se casou com Pontus e originou a linha descendente que consiste de divindades do mar, ninfas e monstros híbridos. Uma criança de Gaia e Pontus é Nereu, que se casa com Dóris, filha de Oceanus e Tétis, para ter Nereidas e as cinquenta ninfas do mar, uma das quais é Tétis.
Outra criança de Gaia e Pontus é Thaumas, que se casa com Electra, irmã de Dóris, e teve Iris (arco-íris), além das duas harpias.
Phorcys e Ceto, dois irmãos se casam para ter as Górgonas. Medusa, uma delas, tem dois filhos com Poseidon: O cavalo alado Pégaso e o gigante Crisaor. Gaia também se casa com o Tártaro e tem Typhon.
Na família dos Titãs, Oceanus e Tétis se casam para ter três mil rios (inclusive o Nilo e Samangar) e três mil ninfas. Theia e Hyperion se uniram para ter Hélios (Sol), Selene (Lua).
Kreios e Eurybia se casam para ter Astraios, Pallas e Perses. Egos e Astraios, mais tarde, se casaram para ter Zephyros, Boreas, Notos, Eósforo, Héspero, Fósforo e as estrelas.
De Pallas e Estige veio Zelus (Zelo), Nike (vitória), Cratos (Força) e Bia (Força). Koios e Phoibe se casam para ter Leto.
Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier
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