Modelo De Calendário

A ideia de dia e noite faz parte do cotidiano do homem desde os primórdios. Os homens primitivos já percebiam que existia a sucessão de sol e lua. Com o passar do tempo se percebeu que havia também mudanças nas fases da lua. Foi através dessas observações que se começaram a ser criadas as noções de dia e de meses.

No início não se tinha a percepção de passagem de ano, mas com a difusão da agricultura os povos primitivos precisaram ter uma definição a respeito dos ciclos de estações. Com esses dados extraídos da observação os povos criaram calendários. Num calendário tem dia, mês lunar ou lunação e o ano que é composto por períodos astronômicos. Vamos conhecer um pouco melhor os elementos que compõem um calendário.

Os Elementos do Calendário

Dia Solar

Antes de qualquer coisa é importante esclarecer que um dia solar é composto pelo período entre duas passagens consecutivas do sol pelo meridiano de algum lugar. Esse dia varia entre 23 h 59 m 39 s e 24 h 00 m 30 s. Devido a essas diferenças é que somos obrigados a utilizar como base um dia civil de 24 horas. Trata-se de um dia que transcorre em função de um dia solar médio. Ele começar à meia-noite e acaba na próxima meia-noite.

Lunação

O período conhecido como lunação é o intervalo de tempo que existe entre duas conjunções consecutivas entre Lua e Sol. Contudo, também não pode ser representado por um valor constante. Em geral varia entre 29 dias e 6 horas e 29 dias e 20 horas. Tem um valor médio de 29 dias 12 horas 44 minutos e 02,8 segundos.

Uma curiosidade interessante é que a revolução sinódica da Lua é a base da origem dos calendários lunares nos quais os meses tem 29 e 30 dias de maneira alternada. Dessa forma o seu valor médio é de 29,5 dias o que o torna diferente do mês sinódico em 44 minutos. Para a astronomia existem diferentes tipos de ano, contudo, para falarmos sobre os modelos de calendário iremos nos concentrar somente no ano sideral e no ano trópico.

Ano Sideral

Basicamente o ano sideral é o tempo que dura a revolução da Terra em torno do Sol, isso seria igual a 365 dias 06 horas 09 minutos e 09,8 segundos. Aliás, vale dizer que esse é o ano que é considerado pela Terceira Lei de Kepler da Mecânica Celeste. Nessa lei da física é feita a ligação entre as durações das revoluções dos planetas bem como com os seus eixos maiores das órbitas.

Ano Trópico

O chamado ano trópico é aquele que acontece no período de duas passagens consecutivas do Sol médio por um ponto vernal. A duração média de um ano trópico é de 365 dias 05 horas 48 minutos e 45,3 segundos. Trata-se de um ano que é mais curto que o ano sideral uma vez que conta com equinócios que o faz retrogradar o seu ponto vernal de 50,24 segundos de arco a cada ano. É importante saber que é o ano trópico o responsável por determinar o início e término das estações do ano.

Calendários Luni-Solares

Esses calendários buscam criar harmonia entre a revolução trópica feita pelo sol e as lunações.

Exemplos de Calendários

Podemos exemplificar como um calendário lunar usado atualmente o calendário islâmico. Já um calendário solar pode ser exemplificado como um calendário gregoriano e o calendário israelita pode ser usado como exemplo de um calendário luni-solar. Contudo, vale destacar que o calendário gregoriano ainda tem uma base luni-solar no que concerne a indicação da data da Páscoa.

Semana de 7 Dias

Os calendários ainda se valem de outro período para determinar o tempo, uma semana de sete dias. A origem dessa ideia de semana é desconhecida e bem provavelmente tem alguma relação com a ideia de mês lunar haja visto que o período de sete dias é o período aproximado de um quarto de lunação. Também é o período mais ou menos entre Lua Cheia e quarto minguante.

Outra possibilidade para a escolha de sete dias para compor uma semana é que o número 7 tem representação sagrada para os judeus. O período semanal de 7 dias foi para o oriente no início e só bem depois que se instalou no ocidente. Atualmente, o período de 7 dias representa uma semana. Esse conceito de semana tem muita importância para a organização social da população, pois trata-se de um ciclo de regulação de atividades de trabalho e dias de descanso.

Calendários Antigos

Os calendários mais antigos de que se tem registro são o hebreu e o egípcio. Os dois calendários contavam com 360 dias o que era pouco para conseguir dar conta de representar todos os ciclos das estações. Contudo, com essa quantidade de dias se tinha um calendário correspondente a um “ano lunar” que é definido num período de tempo de 12 lunações completas que existem no ano trópico.

Não se tem compreensão de que maneira os hebreus faziam a divisão do ano, contudo, acredita-se que ele usavam o período da semana já que já usam o princípio de contar os anos. Nesse calendário havia as chamadas “septanas” que eram períodos de semanas de “sete anos”. Os egípcios por sua vez usavam uma divisão de 12 meses em que cada mês tinha 30 dias e cada um dos meses era dividido em três décadas.

Devido a intensa atividade agrícola o calendários dos egípcios era dividido em três estações, cada estação correspondia a um momento específico como as cheias do Rio Nilo, os períodos de inundações, estações das sementeiras e por fim a estação das colheitas.

A Evolução dos Calendários

Como os calendários de 360 dias já não davam conta de atender as necessidades desses povos eles foram evoluindo por caminhos diversos. Por exemplo, os hebreus começaram a usar como base o sistema luni-solar de maneira a ajustar os meses de acordo com o movimento sinódico da lua e assim ter um ano em que as estações eram coordenadas por ciclos. Já os egípcios deixaram o sistema lunar de lado e começaram a usar somente o ciclo de estações uma vez que não tinham conhecimento ainda a respeito do ano trópico.

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Categoria(s) do artigo:
Curiosidades

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