Marcha das Vadias

O nome chamou bastante atenção quando chegou ao Brasil: marcha das vadias. Este foi um protesto que também ocorreu não apenas em nosso país como em diversas capitais do mundo e chamou bastante a atenção da mídia e passantes por ser irreverente, ter uma pauta de discussão interessante e fazer as pessoas pensarem sobre o assunto.

O que é a marcha das vadias?

Muito mais que uma grande caminhada de um grupo de mulheres, a marcha das vadias é um movimento social feminista que teve seu surgimento em terras canadenses. O seu nome original em inglês slutwalk, que leva mais ou menos a mesma tradução que estamos usando no Brasil para o evento.

Este é um movimento feminista que tem como principal bandeira defender a mulher contra a violência contra a mulher, mas aos poucos foi ganhando proporções e mais protestos foram sendo agregados ao movimento.

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Como começou a marcha das vadias

O movimento Marcha das Vadias surgiu oficialmente no dia 3 de abril do ano de 2011, quando mulheres foram às ruas em Toronto protestaram contra um policial que, em uma declaração pública, justificou que as mulheres no Canadá foram agredidas por sua culpa, porque se vestiam como vadias e daí o apelido.

A revolta das moradoras de Toronto ganhou força por uma única justificativa: igualdade de direitos. Os homens andam de short nas ruas, de camisetas ou sem camisetas e não são agredidos ou considerados ‘vadios’ ou obscenos por mostrarem seus corpos de tal forma, mas as mulheres que se vestem de tal forma são abusadas sexualmente por estarem incitando a crueldade dos homens ou ainda estarem se oferecendo, o que o termo ‘vadia’ no dito popular quer informar, já que no dicionário remete a alguém que não possui uma ocupação formal, um emprego.

A marcha de Toronto ganhou proporções mundiais via Internet e jornais de televisão porque as mulheres saíram nas ruas com roupas mínimas informando que iriam vestir o que quisessem, com mensagens em seus corpos ou cartazes incitando os homens a atender que a igualdade de direitos existe e que a culpa não é delas, mas na maldade de quem olha.

O lema da marcha das vadias

O mais importante da Marcha das Vadias é afirmar que é preciso ter respeito entre homens e mulheres e não pelo que elas vestem, mas pelo que elas são e como falam. O pensamento do policial de Toronto foi apenas uma expressão do que muitos pensam de roupas femininas que para algumas é apenas sexy.

A declaração do policial que incitou as mulheres orientadas por ativistas sociais porque foi uma forma aberta de dizer que o que você veste pode ser censurado. E por onde anda a liberdade de ir e vir e como se vestir? Em países em que não há regras sociais quanto à vestimenta aparentou uma forte hipocrisia condenar uma mulher de ‘vadia’ ou ‘puta’ pela roupa que veste e ainda mais grave justificar uma agressão baseado em uma peça de roupa.

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Roupas não incitam a violência

Segundo muitos pensadores e estudiosos que apoiam a marcha das vadias, as roupas não são as responsáveis pela agressão sofrida física por diversas mulheres ao redor do mundo. O desejo pode existir pela sexualidade entre homem e mulher, mas tais peças não seriam o suficiente para incitar a raiva ou ainda a violência. Para tais atos não há justificativa.

As mulheres foram às ruas sem roupa justamente para combater tal teoria e mostrar que, biologicamente, são apenas seios e bunda e que isso não deveria ser um fator para serem estupradas. O sexo sem consentimento vai muito além de uma peça de roupa e os homens e mulheres deveriam saber disso.

Segundo teorias as roupas que se dizem sensuais são apenas uma forma de cobrir o corpo e, falando de forma simplista e fazendo alusão a um dito popular, a maldade está em quem vê e a forma de interpretar da cena. Ou seja: a maldade está nos olhos de quem vê como diz a massa.

Marcha das Vadias

Marcha das Vadias

Valores são agregados a marcha das vadias

A proposta inicial do movimento foi apenas protestar contra a violência sexual, mas as mulheres aproveitaram a deixa e a fama do movimento, que chama bastante a atenção por ter centenas de mulheres nas ruas andando sem camiseta e sem sutiã ou de lingerie. Muitas vão às ruas com placas, cartazes e dizeres falando sobre aborto, sexo, e machismo em trabalho, bem como preconceito que existe ao redor do corpo feminino e sua forma de nudismo.

A igualdade entre homens e mulheres é o mais comentado em tais eventos e bem mostrado. Afinal, como dizer que homens e mulheres são iguais se eles podem sair sem camisa e não serem violentados e mulheres não? Eles podem ainda ganhar mais, mas se os homens não conseguem ver uma mulher sem pensar em desejo, sua desigualdade vai também estancar no fator evolução, pois pensar apenas no instinto e na carne remete a tempos primórdios antes do surgimento da escrita, em que os homens apenas pensavam com o instinto e respondiam a estímulos, sem qualquer conhecimento do respeito e vontade do outro.

Outro debate constante é sobre o aborto, que eventualmente aparece em faixas e letreiros na marcha. A mulher ainda não possui o direito de decidir quando irá ter seu filho e por isso o grande questionamento, já que muitas vezes ela não escolheu aquela gravidez ou não possui desejo de ser mãe naquele momento. Esta é uma discussão extensa e que ainda deve aparecer em diversos outros protestos feministas.

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A marcha das vadias no mundo

Iniciado em 2011, o movimento Marcha das Vadias ganhou o mundo e já ganhou diversos protestos no Brasil. Diversos grupos feministas apoiaram a causa pelo país e no mundo ainda estão ocorrendo protestos semelhantes para mostrar a força de voz que as mulheres têm e que elas podem, lutando por, conseguir uma igualdade real social e não apenas em teoria, como acontece no momento.

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